Eles são os “intrusos” do top 5 da tabela do campeonato e duas das mais gratas surpresas do campeonato. Não que Daniel Ricciardo e Valtteri Bottas já não tivessem mostrado serviço nos anos anteriores, mas o nível que têm mostrado neste ano, a bordo de carros competitivos, impressiona. Em um ano em que a inteligência do piloto conta tanto ou mais que sua habilidade de acelerar, é essa nova geração que está se sobressaindo.
Lógico que há os macacos velhos, como Fernando Alonso, fazendo seu trabalho competente como sempre, mas é interessante observar como o australiano de 25 anos e o finlandês de 24 se adaptaram rapidamente às novas demandas deste campeonato.
O primeiro está batendo de maneira convincente ninguém menos que Sebastian Vettel. Os problemas de adaptação do estilo do alemão ao RB10 só evidenciam a capacidade de Ricciardo, que andou bem desde a primeira prova.
O mais impressionante de Ricciado é a maneira inteligente e dura como luta por posição. Quando está atrás, vai de maneira decidida para a manobra, como ficou claro nas voltas finais do GP do Canadá. Quando está na frente, é osso duro, como provou Alonso na Alemanha. E fazer isso nessa Fórmula 1 cheia de gerenciamento de energia/combustível não é para qualquer um. Quando era companheiro de Jean-Eric Vergne na Toro Rosso, o australiano costumava ganhar aos sábados e perder aos domingos.
Ricciardo | Vettel | |
Classificação | 7 | 3 |
Dif. média em classificação | -0.002 | |
Corridas terminadas à frente | 5 | 1 |
Voltas completadas à frente | 214 | 243 |
Pontos | 106 | 82 |
Porém, neste ano, o rendimento dele tem sido muito bom em ambas as circunstâncias. Além de ter se classificado por 7 vezes à frente de Vettel nos 10 GPs disputados até aqui, o australiano chegou em uma posição igual ou melhor do que largou em cinco oportunidades, com performances costumeiramente marcadas pelo pouco consumo de pneus, dando a impressão de que está trazendo os melhores resultados possíveis para a Red Bull.
Um quadro semelhante acontece na Williams com Bottas. O finlandês é menos agressivo do que Ricciardo, e tem a constância como sua principal característica. E esse é o grande constraste com Felipe Massa, que sempre foi um piloto rápido, porém com dificuldades de consistência. Bottas também se manteve ou subiu de posição em relação ao grid em cinco oportunidades até aqui.
Bottas é daqueles pilotos que parecem cair como uma luva para esse regulamento. Inteligente, mostrou em corridas como na Alemanha como sabe trabalhar com os engenheiros para gerenciar os sistemas da unidade de potência e, claro, os pneus.
Bottas | Massa | |
Classificação | 6 | 4 |
Dif. média em classificação | -0s097 | |
Corridas terminadas à frente | 4 | 2 |
Voltas completadas à frente | 272 | 154 |
Pontos | 91 | 30 |
Não coincidentemente, ambos os pilotos foram apadrinhados por suas respectivas equipes e tiveram tempo para se desenvolver. Ricciardo estreou na metade da temporada de 2011 com a Hispania, para ganhar quilometragem, e depois fez dois anos de Toro Rosso, sempre dentro da família Red Bull, enquanto Bottas testou como nenhum outro piloto em 2012 para ser efetivado no ano seguinte na Williams. Os exemplos de ambos neste ano levam a crer que o caminho para fazer desabrochar pilotos mais jovens passa, é claro, pela qualidade deles, mas também por uma base sólida.
8 Comments
A inteligência se sobressai também na disputa entre o cerebral Rosberg e o rápido, mas afoito, Hamilton. Não basta ter o pé pesado, tem que usar o cérebro durante a corrida.
Oi Ju,
Está aí a importância de se treinar na Fórmula 1. Imagine de Bottas não tivesse tido a oportunidade que a Williams lhe deu em 2012 para andar em praticamente todas as sextas-feiras, ou Ricciardo ter passado meio ano se arrastando na Hispania, mas ganhando quilometragem?
Outro que vem sendo lapidado, e parece carregado de grande talento é o Kvyat. Magnussen também vem se destacando em cima do Button. A nova geração que vem se juntar à ainda nova formada por Vettel, Hamilton e Rosberg parece estar salva.
Tomara!
Abs.
Do “goldinho” finlandes já esperavamos que iria dar dor de cabeça no brazuca, mas não esse “lava galo” enorme que sofre o Lassanha. Bottas é rápido, porém, é do tipo de piloto cerebral que sucumbe quando as condições não sáo favoraveis. Ricciardo sim é uma surpresa enorme. É candidato a Top em qualquer condição, tem demostrado saber gerir uma corrida, e suficiente sangue no oio para enfrentar qualquer um. Na Toro Rosso não teve nem lampejos do que poderia fazer… Vai ver que vendeu o alma para Dom Sata nesta temporada.
Julianne, visto que esta “nova” F1 prima, de certa forma, mais pela inteligência do que pelo pé pesado, pode se dizer que pilotos como Button e, principalmente Raikkonen, encontram-se ultrapassados?
Seria mais o caso de Raikkonen do que de Button. Pode colocar muito desse fator na conta da diferença de Kimi para Alonso.
Boa Julianne! O Bottas éh pra mim um piloto eficientíssimo sem ser espetacular. Já o Sorriso digo, o Ricciardo além de eficientíssimo éh exuberante! O próprio Alonso ficou maravilhado com o Daniel! O El-Fodon disse que o Daniel esta pilotando fantasticamente, extremamente inteligente em relação as regras e muito combativo. Pena que a Renault não tem entregado um motor a altura porque se não, a luta pelo título teria mais um personagem além do Rosberg e Hamilton. Eu acho esta safra de piloto muito promissora!
Excelente post Ju como sempre.
Sem muito tempo para comentar, mas sempre lendo todos os posts do Total Race.
Abraço
XX
Vettel tem mais voltas completadas à frente, o que mostra (sobretudo pelo Canadá e pela Inglaterra) que seu calcanhar-de-Aquiles é a estratégia. Ele e Rocquelin estão apanhando, e apanharam mesmo nos anos dos títulos.