F1 Os pilotos já começaram a cuidar dos pneus hoje - Julianne Cerasoli Skip to content

Os pilotos já começaram a cuidar dos pneus hoje

Sebastian Vettel esteve, como dizem os ingleses, on a class of his own, absoluto em Melbourne. E sem usar o Kers! Mas a questão mais importante da classificação foi o manejo dos jogos de pneus. Para o treino que define o grid de largada e a corrida, os pilotos têm à disposição 3 jogos de pneus duros e 3 macios. Equipes grandes, como a Ferrari, decidiram sair com pneus duros no Q1 e acabaram tendo que voltar para a pista para se garantir – Alonso e Massa chegaram a ficar em 16º e 17º. Com a diferença de rendimento dos pneus, como o brasileiro descobriu, passando sufoco após perder a melhor volta com o composto macio, não dá para classificar com o duro.

Isso fez com que os pilotos chegassem ao Q3 com apenas um jogo de pneus macios novos – incluindo os que serão usados durante a corrida. Por isso e por sua dificuldade em aquecê-los, especialmente com a temperatura ambiente na casa dos 16ºC, a Ferrari decidiu fazer apenas uma tentativa. Mas nem isso ajudou os italianos. Quem chegou mais perto da Red Bull – ou de Vettel, uma vez que até Webber levou uma lavada incomum hoje – foi a McLaren. Curiosamente, com Hamilton, que andou em grande parte do final de semana atrás de Button. O vencedor dos últimos dois GPs na Austrália, no entanto, culpou o tráfego pela comunicação de rádio da equipe.

Vettel australian gp 2011
Vettel ficou quase 0s8 à frente de Hamilton - e sem usar o KERS

A manchete do Q1 foi a eliminação de Nick Heidfeld, sofrendo uma derrota para Petrov (9º na sessão) que Robert Kubica só levou uma vez em 19 GPs ano passado. É de se imaginar o que o polonês estaria fazendo com a Renault.

Outra surpresa foi a Lotus, a apenas 0s6 da Virgin e 2s atrás dos demais. E, no final das contas, Liuzzi ficou a dois segundos do concorrente mais próximo. Nada mal para quem ainda não havia dado uma volta cronometrada sequer.

Depois de passar boa parte da terceira sessão de treinos livres parado nos boxes por um problema no câmbio, Barrichello rodou no início do Q2 e ficou de fora do restante do treino. Seria a primeira das rodadas dos brasileiros, uma vez que Massa não ajudou nada a saúde de seus pneus no Q3 ao rodar logo na saída do pit.

O Q2 ainda traria algumas notícias que não são exatamente novidade. Di Resta já começou a colocar pressão em cima de Sutil, que errou em sua tentativa final e largará atrás do estreante; Alguersuari mais uma vez perdeu a disputa interna com Buemi – embora tenha evoluído bastante em classificações, seu ponto fraco, no final do ano passado; e Schumacher novamente ficou atrás de Rosberg, num dia em que a Mercedes prometia mais que um 11º e um 7º.

Melhor para Kobayashi, que colocou um mundo de distância em Perez para chegar ao Q3 pela Sauber.

O sábado de muitos erros e fritadas de pneus foi apenas o aperitivo para uma corrida em que estratégia e o cuidado com os Pirelli serão fundamentais, lembrando que muito da borracha utilizada por uns, destruída por outros, hoje será usada amanhã.

10 Comments

  1. amanhã será a corrida mais importante do ano. se ferrari e mclaren tiverem um ritmo de corrida competitivo com a red bull, teremos um campeonato muito emocionante. mas, se vettel passear, não vejo o resto da temporada.

  2. Olha, Ju, sabendo do arrojo de Vettel e Hamilton, contrastando com a cautela de Webber, Button e Alonso, fica a dúvida: ou os dois primeiros foram felizes, ou vai faltar pneu. As tocadas de Webber, Button e Alonso, me pareceram mt conservadoras.

    • Webber sim, foi uma grande decepção, mas Button teve problemas com tráfego na volta. Dessa lista de tocadas conservadoras, tiraria Alonso. Tanto ele é agressivo, que consegue contornar o problema de temperatura de pneu melhor que o Massa.

  3. Como a temperatura ambiente era de apenas 16ºC, ficou evidente o problema de aquecimento dos pneus e baixa aderência. Por esse motivo, os pilotos mais agressivos como Vetel, Hamilton e Alonso que no ano passado também conseguiam aquecer mais rápido seus pneus em comparação aos seus companheiros de equipe, voltaram a obter sucesso na classificação e disputa interna de equipe.

    Agora fica a pergunta a ser respondida na corrida. Vale à pena largar mais à frente e ter jogos de pneus mais desgastados ou preservá-los nos treinos e utilizar todo seu potencial durante a corrida, já que para ultrapassar teremos a ajuda da ATM e o KERS?

    Qual seu palpite, Julianne?

    • o único jeito de preservar pneus macios nos treinos seria usar o mesmo no Q1 e no Q2. O quão arricado isso é depende do desempenho do carro, ou mesmo da diferença entre os compostos, então não é algo que todos poderiam fazer.
      Isso também depende do quão efetiva será a ATM em cada circuito. É difícil ultrapassar na curva 1 na Austrália (não sei porque não colocaram na outra reta). Talvez na Malásia seja mais indicado fazer uma aposta dessas.

    • Sim, Ricardo. Estou finalizando minha última matéria do dia no TotalRace e já te respondo as 2 perguntas!

    • Há quem acredite que eles tenham um KERS mais compacto, só para as largadas. Assim, podem jogar melhor com o peso. Por enquanto, só especulação.

      • Julianne,

        O peso do KERS é em torno de 20 a 30 kg e o carro deve pesar 640 kg no mínimo. Teoricamente com um KERS menor eles podem transformar este peso em lastro e deslocá-lo para o eixo dianteiro ou traseiro para ter um carro mais equilibrado.

        Quem é mais leve, Vettel ou Webber?

        Pois teoricamente o piloto mais leve pode trabalhar melhor na distribuição do peso do lastro. Será que isso explica a diferença entre os dois na pista, já que é o mesmo carro?

        • Sim, faz sentido. Minha dúvida é qual seria a valia disso neste ano, uma vez que a distribuição de peso está congelada neste ano, devido à chegada dos pneus Pirelli.
          Pode ser mais uma questão de packaging do que de peso. Newey pode ter achado que o compromisso aerodinâmico de ter o sistema inteiro era maior que o benefício em uma volta.
          Lembrando que tudo isso é só uma teoria por enquanto.


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