Quando a F-1 chegou em Montreal, só se falava nele. Insatisfeito com a equipe, poderia sair até no meio do campeonato, bradavam alguns. Isso, falando de um piloto que estava a menos de um terceiro lugar do líder, pilotando – finalmente! – no nível de seu fantástico ano de estreia e a bordo de um dos melhores carros do grid. Sim, Lewis Hamilton não poderia mesmo ficar feliz com a série de erros que a McLaren cometeu, especialmente com ele, nas seis primeiras etapas do ano, mas é algo obviamente mais fácil de resolver do que um carro mal nascido. E o campeão de 2008 sabia disso:
“Cada corrida tem sido um desafio para mim. A classificação está boa e podemos melhorar para a corrida, mas seguimos consistentes. Definitivamente, tem sido uma temporada boa e interessante. Em várias corridas fomos rápidos para vencer, mas não vencemos”, afirmou na quinta-feira. “Quando você chega com o espírito certo, você tem os melhores resultados. É uma pista legal que se adapta ao meu estilo. Você precisa ser agressivo nas zebras sem ter medo desses muros.”
O tom de otimismo seguiu na sexta-feira, mas Hamilton já sabia quais seriam suas dificuldades: a expectativa de um grid parelho e a possibilidade de algumas equipes tentarem parar apenas uma vez.
“Todos estão andando em um bom ritmo e parece que a Ferrari tem uma degradação de pneus menor. Essa poderá ser uma prova de somente uma parada. como aconteceu em Mônaco. Será interessante”.
Para quem dominou os treinos de sexta-feira, perder terreno no sábado não é das melhores notícias. Mas Hamilton não se abalou em ficar atrás de Sebastian Vettel no grid. Pelo contrário: surpreendeu-se com o resultado.
“Eu farei de tudo o que for possível para cuidar dos pneus amanhã. Será um desafio e uma das corridas mais quentes. Gosto quando está quente, mas o carro não funciona tão bem com esses pneus”, reconheceu.
Estava ainda mais quente durante a corrida do que na classificação. E, mesmo assim, Hamilton adotou um forte ritmo do início ao final. Será que mesmo a McLaren conseguiria explicar? Provavelmente, não, ainda mais vendo a disparidade com a corrida de Jenson Button, que não parava de repetir ‘no grip, no grip’. Talvez a aderência estivesse toda com Hamilton que, no momento mais decisivo da prova, logo após a segunda parada, emplacou uma série de voltas rápidas que fez com que os rivais tentassem algo diferente – e falhassem.
“Nunca duvidei de que havia a possibilidade de vencer. Sabia que, se tivesse continuado na pista, não conseguiria me defender de Grosjean e Perez, meus pneus não aguentariam se fizesse apenas uma parada. Hoje eu sabia que seria difícil, mas amei cada segundo dessa prova. Faz cinco anos que venci aqui pela primeira vez, mas o sentimento é o mesmo.”
A primeira vitória do inglês do ano era uma questão de tempo. E nada melhor que voltar ao palco de sua estreia no lugar mais alto do pódio para celebrar. Numa história que remete a cinco anos atrás, após uma sequência de bons resultados, Hamilton enfim saiu do Canadá vitorioso e na liderança do campeonato. Mas, lembre-se, a “maldição” do líder atacou Alonso com tudo nas últimas voltas. Até agora, ninguém escapou neste ano. Sorte a nossa, cada vez mais seguros de que veremos um Mundial cheio de alternativas.
7 Comments
Lembrei dessa maldição na hora. Você é boa nisso! Será que Alonso não conseguiria adiar ainda mais a primeira parada? Não me lembro se as primeiras voltas de Hamilton com macios eram melhores que a do espanhol.
Alonso e Vettel ganharam pontos com erros da Mclaren, hoje foi dia de acertos para o time de Woking, e azar de Ferrari e RBR, parabéns para os prateados, mereceram ganhar pelo bom trabalho. Em um esporte de alto nível, com carros parelhos, um vacilo de um é a vitória do outro. A Ferrari recuperou terreno, está na briga, impressionante o quanto trabalharam e, acho que o título estará entre RBR (2), Mclaren (1) e Ferrari (1).
A corrida tornouse interesante por conta dos azarões Grosjean e Perez. Foi uma pena que não ouve mais 3 voltas, a ver se Alonso perdia mais espaço e o Vettel chegava mais perto da ponta. Por outro lado, que fase as do Massa, Button e Schumi, e o Bruno parece que está a paseio pelo Mundial. Que venha Valencia!!
Falando dos pneus, muito tem-se dito de que Grosjean e Perez fizeram a mesma estrategia de uma parada só, o que é apenas uma meia verdade, porque enquanto Grosjean largou com SuperBlandos e trocou por Blandos na volta 21 (estrategia igual a Alonso), o Perez largou com Blandos, os quais trocou por SuperBlandos na 41, fazendo incrivel stin de 29 voltas com bom rendimento no final. A mesma estrategia de Perez foi feita por Raikkonen (fazendo o PitStop na 40), mas sem a mesma aderença no final. Isso explica a diferença de rendimento das Lotus do Finlandes e do Frances. Quem verdadeiramente matou a charada dos pneus foi Hamilton fazendo uma corridaça estando de “parabens”. Não se pode dizer o mesmo de Grosjean e Perez, quando os dois se dizem surpresos…. Juliana, este é um mundial de pneus “raros” que ja começa a levantar suspeitas. vale pelo espectaculo, mas gostaria que na tua analise da corrida (ou post aparte), tocase o ponto da possibilidade de pneus direcionados ou, a impossibilidade de isto acontecer. Porque de verdade sería grave o caso de resultados manipulados por uma variante, “apenas” para melhora do “circus”.
Não acredito de maneira alguma. Há uma lógica no resultado de ontem: Lotus e Sauber são carros que lidam melhor com os pneus (ainda mais com o calor) e, dentro dessas equipes, Grosjean e Perez vêm se destacado nesse sentido. Em corridas nas quais isso for decisivo – ou seja, quando a diferença de ritmo entre quem escolher fazer uma ou duas, duas ou três paradas for semelhante – é normal que eles apareçam.
VCS VIVEM FALANDO BOBAGENS…O BUTTON É MAIS PILOTO, BLÁBLÁ…SÓ QUE O HAMILTON É BOM MESMO…MAS MESMO VENCENDO A MACLAREN ESQUECEU COMO SE FAZ PIT STOP…O CARA TEM QUE DIRIGIR E TROCAR PNEU
Julianne,
Estou lendo aí na parte noticiosa do site que o Big Boss Ron Dennis já está com sovinaria, rsrsrs. . . e olhando para os lados, imagine! Pode olhar à vontade: Alonso, nem pensar, já causou curto-circuito em Woking, Vettel é um monge da Ordem Red Bull, quem sobraria? Kobayashi, Perez? Ambos são excelentes condimentos para a receita de qualquer equipe, mas Hamilton é pura pimenta malagueta! Foi assim, pensando pequeno, menosprezando e dispensando campeões que a Williams acabou pra lá de Bagdá! Além do mais, Madame Mercedes anda arrastando as suas asas que volta e meia emperram para o lado de Hamilton.