F1 Personagem do GP em frases: Nico Rosberg - Julianne Cerasoli Skip to content

Personagem do GP em frases: Nico Rosberg

Em outra novidade do blog para esta temporada, a cada segunda-feira pós GP escolherei um personagem que marcou o final de semana e contarei sua história por meio das declarações à imprensa. Neste GP da China, ninguém foi mais comentado do que Nico Rosberg. Mais do que as esperadas primeira pole e vitória – por ele na 111ª corrida da carreira e pela Mercedes, em seu terceiro ano na F-1 – seu desempenho superou todas as expectativas.

O piloto vinha de duas provas andando atrás do companheiro Michael Schumacher, cenas não exatamente comuns nos últimos dois anos, havia errado nas classificações e tido péssimo ritmo de corrida. Porém, no preview da etapa, parecia prever o que estava por vir:

“Subi ao pódio em 2010 e liderei a corrida ano passado. Gosto muito do circuito por suas curvas únicas e longas. Para mim, a China será o início da temporada, já que as primeiras corridas não saíram como planejado. A pista é muito diferente das duas primeiras, pois demanda mais dos pneus dianteiros do que traseiros.”

O alemão ganhou, inclusive, apoio do chefe, Ross Brawn. “Há diferenças em como o carro responde nas freadas, e é algo que o atrapalhou. Ele vem fritando muito os pneus. Estamos tentando melhorar isso para ele. Não acho que há qualquer problema com Nico e, quando isso se suavizar, vamos ter algo de especial vindo dele.”

Já no circuito chinês, após os treinos livres, o otimismo ficou um pouco de lado.

“Não é tão fácil porque ainda temos dificuldades nas corridas. Na classificação somos muito bons e, para tentar melhorar isso, vai demorar. Não podemos esperar chegar aqui e, de repente, ganhar a corrida. Levará semanas.”

No sábado, nada de fritadas, uma volta perfeita, com direito a 0s570 em cima de Schumacher e a tão esperada primeira pole veio. Rosberg nem precisou ir à pista uma segunda vez no Q3, e ficou esperando seus rivais na pesagem. Por enquanto, nada que estivesse fora dos planos: todos sabiam que a Mercedes voaria em classificação em um circuito como o de Xangai.

“Será ótimo ir para a corrida e largar sem ninguém à frente. É uma ótima sensação. Vamos tentar ter uma boa largada e atacar daí em diante. Temos de trabalhar duro para tentar entender e melhorar o ritmo de corrida – e temos melhorado ultimamente. Mas é muito difícil saber o quão bem iremos amanhã e se é o bastante para vencer.”

Uma largada tranquila e uma corrida em que não foi diretamente ameaçado em nenhum momento – provavelmente teria vida mais dura caso Button não perdesse muito tempo em seu último pit stop – responderam ao menos parte das dúvidas de Rosberg. Agora, ele mesmo admitiu, a questão é saber o quanto do surpreendente desempenho tem a ver com o clima e o traçado chinês.

“Claro que as condições ajudaram hoje, acho, mas mesmo assim, estamos progredindo e isso é bom de ver. Desde o início do ano temos sido rápidos na classificação, talvez menos na corrida. Agora continuamos fortes aos sábado – muito fortes, talvez até mais – e estamos melhorando na corrida, então o progresso é bom e tenho certeza de que vai continuar.”

Enquanto as próximas etapas não dão as respostas completas, é hora de celebrar. Afinal, Rosberg chegou como promessa na F-1, tendo colecionado títulos nas categorias de base, mas entrou na Williams no momento em que a equipe começou a decair.

Ficou por lá até 2009, quando deu o salto para a equipe que era a atual campeã mundial e que passava a ser controlada pela Mercedes. Logo de cara tem a notícia de que seria companheiro de Michael Schumacher, acostumado a construir os times por que passou ao seu redor. Lutou por seu espaço em dois anos nos quais o carro esteve longe daquele Brawn arrasador, resquício da defasagem financeira/técnica deixada pela saída abrupta da Honda. Conquistou os únicos pódios da Mercedes até aqui em seu retorno e agora, a primeira vitória.

“As últimas 30 voltas duraram uma eternidade. Incrível, parecia que a corrida tinha seis horas, nunca tive uma sensação assim. É um sentimento incrível, estou muito feliz. Foi algo que demorou para chegar, não apenas para mim, como também para a equipe. É muito bom ver nosso progresso, e de forma tão rápida. Não esperava ser tão veloz hoje, fiquei muito feliz com o ritmo que tivemos.”

6 Comments

  1. A evolução da Mercedes é visível e coerente com o estilo de trabalho do Ross Brawn, de criar uma boa estrutura e melhorar ano após ano dando sequência aos trabalhos. E ninguém enxerga melhor as brechas do regulamento do que ele. Já tivemos o difusor duplo da Brawn e agora o duto frontal da Mercedes.

    Ju,

    Legal o novo post do personagem da semana, parabéns!

  2. Ju,essa pole do Nico Rosberg tirando mais de meio segundo em cima do Hamilton e Schumacher foi um golpe de sorte por causa do vento a favor e temperatura da pista na hora que ele fez a volta ?
    caso o Schumacher não tivesse abandonado vc acredita que ele iria ameaçar o Rosberg,pois parecia que o Schumacher estava trabalhando para administrar os pneus para uma melhor estratégia ?

    • Foi uma junção de fatores: boa interação entre temperatura do asfalto e carro/acerto, o fato de Nico sempre ter andado muito bem em Xangai e acredito que eles tenham feito ajustes acertados para lidar com a queda na temperatura da pista, que era uma tendência certa.
      Schumacher estava andando 1s/volta mais lento que Rosberg logo antes de parar. Os pneus dele não estavam aguentando.

  3. Diz-se que o duto da Mercedes possibilita maior carga aerodinâmica, afinal como nas retas com DRS é o mais eficiente, compensa a maior carga. Sendo assim, se o desgaste em corridas for controlado, tornam-se favoritos. Além do erro de boxe com Button, as estratégias de Raikkonen/Vettel, funcionaram como escudeiros da Mercedes, e escudeiros em carros rápidos. Talvez essa diferença de 20 segundos tenha sido exagerada, mas pelo desempenho de Rosberg, uns 10, 11 segundos ficariam melhor. Como foi dito no passado sobre os Pirelli, com um bom carro, andando de cara para o vento, consegue-se dosar o desgaste, como Vettel fazia em 2011. Ju, vc não acha que essa pista mais fria, não tenha favorecido todos os carros com boa pressão aerodinâmica, como Mclaren, RBR e agora a Mercedes? Fica a imaginação: como inventores do famoso duto, a Mercedes se mantendo bem em corrida, pode repetir a Brawn de 2009 e a RBR de 2010/11, afinal o criador não faz “gambiarra”.

    • Se eles tivessem vencido as três primeiras provas, sim, mas ainda temos de ver essa Mercedes em outras condições. Quanto ao efeito da temperatura, ele é mais complexo que isso. Na verdade, McLaren e Red Bull (e Lotus também) funcionam melhor com temperaturas mais altas.

  4. Um detalhe interessante que me lembro da corrida, tem relação com a velocidade da Ferrrari. Me lembro quando Alonso brigava com Webber na reta, conseguiu a velocidade máxima de 315 km/h. No fim da corrida, quando Hamilton com a Mclaren atacava Vettel, chegou no fim da mesma reta com os mesmos 315 km/h, não sei se é só impressão, mas parece que o maior problema da Ferrari seria a suspensão e a pouca pressão aerodinâmica, que não propicia acompanhar o carro da frente com maior proximidade para pegar o vácuo, e não a velocidade pura.


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