F1 Pimenta na Williams - Julianne Cerasoli Skip to content

Pimenta na Williams

Um menino de 14 anos que largou a vida e a escola na Polônia para seguir seu sonho de ser piloto. Dormia na fábrica de sua equipe e observava o trabalho dos mecânicos, com quem aprendeu o italiano, e acabou se tornando provavelmente o piloto mais técnico da era moderna da Fórmula 1.

Isso, além de ser muito rápido.

Agora, Robert Kubica é uma espécie de super piloto de testes, único que participa até mesmo da pré-temporada mais curta da história. Isso porque, desde que os testes passaram a ter apenas oito dias, nunca as sessões foram tão atrapalhadas pelo meu tempo como em 2018. E ainda assim a Williams prefere dar quilometragem a ele em detrimento de dois pilotos inexperientes.

Contratado para encontrar os problemas de uma equipe que só tem andado para trás nos últimos anos e que não deu ainda nenhum sinal promissor para 2018, Kubica está fazendo sua parte, verificando falhas de procedimento que ele conhece desde a adolescência. Mas isso claramente não é o suficiente para ele.

Robert deixou seu recado logo na primeira coletiva nos testes: “Seria fácil para mim ser quatro décimos mais rápido, mas esse não é meu trabalho no momento.”

Está claro que o polonês não fez todo o esforço dos últimos meses para voltar como um piloto de testes, mesmo que seja um super piloto de testes. Por outro lado, se esse início de trabalho na Williams lhe deu indicativo, é de que ele quer voltar ao grid por outro caminho.

Até chegar lá, muita água deve passar por baixo da ponte em Grove. Kubica não parece ser a única personalidade, digamos, interessante no time. Lance Stroll não sabe lidar bem com um mundo em que ele não é o centro e as coisas não funcionam como ele quer, o que podemos ver claramente a cada entrevista – quando ele tem um dia ruim, até a luz da TV se torna insuportável.

E o time agora tem Sergey Sirotkin. Meu contato com ele foi mínimo até aqui, mas ficou a impressão de se tratar de alguém muito calculista e com uma abordagem bastante prática das coisas. Ou seja, alguém que pode bater de frente com Robert por conta do temperamento e deixar Stroll louco se realmente for, como se espera, mais rápido que o canadense. Se em termos de rendimento a Williams está longe de empolgar, a dinâmica destas duas semanas de testes pareceu ser a prévia de um ano… de emoções.

10 Comments

  1. Quero ver o circo pegar fogo …

    hahahahahahaha

  2. Vai ser um desafio interessante p/ o comando da Williams. Estou curioso p/ ver como vão gerenciar os egos dos vários integrantes da equipe. Principalmente o “filhinho-de-papai”…

  3. O que eu lembro do russo na GP2, era daqueles que não provocam suspiro de ninguém mas está sempre lá na frente, parecido com o Günter na F3, mesmo sendo o menos veloz e habilidoso entre os quatro que dominaram a temporada liderou boa parte do campeonato e chegou bem à frente do instável Illott que deveria ser o principal piloto da poderosa Prema.

  4. Adoraria ver o Sirotkin dar uma “piaba daquelas” no Stroll, gosto dos dois pilotos russos e adoraria ver o Kvyat nessa vaga, ele não rendeu nada nos últimos anos, mas seu estilo de pilotagem agressivo (Vettel que o diga) é agradável para o show.
    Além disso, agora com a temporada terminada, é possível cravar:
    Lance Stroll é um piloto fraco para a F1, e dificilmente irá evoluir além do que pilota agora e disputar vitórias e títulos no futuro, é apenas um pouco melhor, e bem mais rico, que Marcus Ericson na Sauber. Nada além disso.
    O Sirotkin diz que entre ele e Kubica está tudo bem, descobriremos se é verdade ou se as coisas se complicarão. E nesse caso fica uma dúvida Julianne:
    Porquê a perdonalidade do Sergey entra em atrito com a do Robert? Acabam sendo tão diferentes assim?
    Nos lados do Stroll a luz da reportagem irá incomodá-lo por muito tempo…
    Grande abraço a todos do blog!

    • Nato,

      Joe Saward, certamente um dos top 3 jornalistas sobre F-1 que temos hoje (sabe muito, meio sem paciencia com os leitores ja) sempre fala que o Marcus nao he tao ruim quanto se propaga por ai. Eu so posso acatar essa pois vem de quem esta la dentro.

      Marcus enterrou o ex-companheiro do ano passado (Pascal) que tinha obrigacao de ser muito mais rapido. Nao foi. E agora o Leclerc que se cuide pois se ele nao colocar uma boa diferenca em performance no Ericsson, vai acabar na indy, dtm…. Vida cruel.
      SDS

  5. O Kubica abriu mão de treinar no último dia para o Stroll ter mais tempo de pista. Ou seja, a Williams perdeu um período de treino.

  6. Stroll é tão limitado e evoluiu tão pouco em seu primeiro ano que mesmo sendo mais experiente, é esperado que perca. Sirotkin é um bom piloto que não queimou etapas por estar lá e deve seguir o roteiro típico de quem chega lá. Um começo tumultuado para rapidamente se habituar.

    Stroll por outro lado, começou 2017 tomando um segundo do Massa e terminou tomando um segundo. Ele não evoluiu praticamente nada. Será interessante ver o quanto atrás de Sirotkin ele estará.

  7. A ”willis” acabou…. está aberta na F1, só porque estão vivendo de história…. é apenas um departamento de Mkt da Big empresa de engenharia que é…. ( tipo estamos aí….)!

  8. Ainda não vi o Robert pilotando desde a sua volta à F1. Mas da pra imaginar suas limitações físicas. Ou seja: faça o que fizer, chegará o momento da frustação dele e de toda equipe. Quanto aos meninos. Esses vao duelar o suficiente pra chegarem ao rompimento de contrato. Esta tudo errado na William. Lamentável esse desperdício todo. Esse time precisa de uma ajuda de verdade. Uma Boa fabrica pata dar o gás necessário.
    Abraço
    Eudenis Nunes (SBC – SP)

  9. Não acompanhei nada desta pré-temporada, então vim aqui para saber o que de importante aconteceu e/ou pode ser notado; essa situação na Williams p. ex., será interessante acompanhar.
    Obrigado Julianne, e um ótimo weekend de trabalho em Melbourne, e boas viagens, claro.


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