Foi impossível ignorar o mal humor do espanhol no pódio. É como ele reage quando sabe que perdeu uma oportunidade. Diferente da Turquia, quando aparentava apenas resignação ao ser eliminado no Q2, pois sabia que tirara tudo do carro, tinha, após o GP do Canadá, a certeza de que ganharia não fosse a falta de sorte e/ou o mal manejo com os carros mais lentos.
Foi uma típica corrida em que Alonso costuma se dar bem: às vezes era necessária paciência, às vezes agressão pura. Além disso, foi a 1ª vez desde o Bahrein que a Ferrari lutou, de fato, pela vitória. Andando no ritmo das McLaren, parou junto com Hamilton na volta 8 e, graças a um pitstop 1.5s mais rápido, tomou a posição. No entanto, ao tentar passar Buemi, perdeu para o inglês. Tivesse esperado o suíço entrar no box, no final daquela volta, permaneceria na frente.
Mas Alonso encostou em Hamilton novamente no final daquele stint, mostrando que trabalhou melhor seus pneus, e ultrapassava o rival quando este fez sua parada. Fez, então, uma volta 1.5s mais rápida que Hamilton e certamente voltaria na frente do campeão de 2008. Na volta em que entraria nos pits, encontrou Trulli, que o fez perder 2.5s e a liderança. O que parecia um sólido 2º lugar se tornou uma vaguinha no pódio depois que outro retardatário, Chandhok, o atrapalhou e permitiu a ultrapassagem de Button.
São muitos “se”, claro. Mas, tivesse saído na frente de Hamilton no 2º pitstop, com o ritmo que vinha apresentando quando tinha caminho livre, é seguro afirmar que Alonso perdeu uma ótima oportunidade de voltar à liderança do campeonato – ao invés de ficar a 15 pontos do líder – com um carro que oscila entre a 3ª e a 5ª força, dependendo da pista. Ele tem motivos de sobra para fechar a cara.
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o terceiro foi derrota moral.