Muita gente criticou a estratégia da McLaren de parar uma volta antes das Ferrari, inclusive Button. Mas será que o time de Working tinha saída?
Como já foi comentado num post anterior, os estrategistas monitoram o rendimento de quem pulou para o pneu duro, assim como o tráfego, tanto de retardatários, quanto dos pilotos que estão, no caso de Monza, de 18 a 22s atrás, ou seja, onde seus carros voltarão após o pit.
Hora certa
O primeiro dos ponteiros a parar foi Kubica, na volta 33. Antes do pit, o polonês girava em 1m26s4. Na volta 35, fez 1m25s7, o que mostrou que já havia chegado o momento em que a degradação do composto mole era maior que a diferença de rendimento para o duro.
O fato de Rosberg, em 4º, a 20s8 do líder, ter parado na volta 35, abriu o espaço necessário para que os líderes parassem. Parecia o momento perfeito, mas havia um porém: a out lap, ou seja, a volta de saída do pit, de Kubica, não fora boa, tinha sido no mesmo nível das anteriores com pneu mole.
O dilema
Neste ponto, a McLaren, segundo o seu team principal, Martin Whitmarsh, já estava convencida de que perderia a corrida. Eles tinham 3 hipóteses: se parassem uma volta depois das Ferrari, estavam convencidos de que perderiam a posição também para Massa, já que os vermelhos eram mais rápidos que Button.
Se parassem antes, Button deixaria o caminho livre para Alonso acelerar e voltar na frente, já que o pneu duro demorava para aquecer.
Parar junto das Ferrari era uma opção que apenas o time italiano poderia fazer, já que Alonso estava atrás e poderia decidir seguir, ou não, o inglês. Mesmo assim, por ter seu pit posicionado à frente, a Ferrari teria vantagem.
Decidiram, então, limitar o dano e parar antes. Na Ferrari, a preocupação era com os retardatários, o que lhes custou a vitória em Montreal. Para não pegar o tráfego de Adrian Sutil, que estava a 3s de Alonso rodando 2s por volta mais lento, a Scuderia, curiosamente, mandaria o espanhol para o pit na volta 36, ou seja, junto de Button. Mas a Force India também parou e eles decidiram, em cima da hora, manter Alonso na pista. A diferença entre os dois, ao final da volta 35, era de 0.960s.
O execução
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Como a volta de Kubica indicava, Button só foi mais rápido com o novo pneu no 3º setor de sua out lap – perdeu 0.2s no 1º setor, 0.2s no 2º e ganhou 0.5s no terceiro em relação a sua última volta com pneu mole.
Isso, portanto, seria suficiente para mantê-lo à frente. No entanto, na volta em que entrou no pit, Alonso voou. Ganhou 0.2s no 1º setor e 0.2s no 2º. Lembrando que eles tinham 0.9s de distância antes do pit, somando com o décimo que Button ganhou com a performance do pneu macio no último setor de sua out lap, faltam 0.7s para sair milimetricamente à frente.
Pelas contas das equipes, o trabalho da Ferrari foi 0.2s mais rápido que da McLaren – na transmissão da FIA, apareceu uma diferença de 0.8s, que não é real. Eles simplesmente deduzem o gasto médio de pit lane do valor total perdido, não cronometram a parada em si. De qualquer forma, foi um ótimo pit stop, que mereceu até reportagem especial no site da Ferrari.
Portanto, o meio segundo restante foi tirado pelo próprio Alonso ao entrar no pit lane e, principalmente, ao sair. Button mesmo admitiu que teve dificuldades. “Tinha muito pouca aderência quando saí do pit. O pneu se mexia muito, o que quer dizer que não estava funcionando.”
Por mais que a performance do carro e da equipe tenham sido excelentes, em última análise, foi o estilo mais agressivo de Alonso que lhe garantiu a vitória. Dá para ganhar mais no detalhe do que isso?
1 Comment
ganhar no detalhe não sei, mas os detalhes do post, hehe, nota 11!!!