F1 Postura de Bahar garante pano pra manga no caso Lotus - Julianne Cerasoli Skip to content

Postura de Bahar garante pano pra manga no caso Lotus

Virou pessoal a questão entre a Lotus de Danny Bahar e a Lotus de Tony Fernandes. O suíço, que acabou de fechar parceria com a Renualt, declarando guerra ao malaio, afirmou que tentou unir as duas Lotus, mas recebeu uma contra-proposta “ridícula”.

Recapitulando: o Team Lotus (antigo time de Colin Chapman, que faliu, mas de cujo direito de usar o nome Fernandes comprou junto a David Hunt, que o detinha desde a última incursão da equipe na F1, nos anos 90) nada tem a ver com a Lotus Cars (montadora comprada pelos malaios da Proton e cujo novo CEO, Bahar, vem tentando alavancar com uma agressiva série de ações, desde o lançamento de 5 novos esportivos à presença maciça em competições, apostando na herança do nome Lotus).

Brigas à parte, o nome Lotus sempre teve seu dono

Quando Fernandes comprou o direito sobre o nome Team Lotus, sua intenção era, primeiramente, estabelecer uma plataforma de negócios do setor automobilístico – ele é dono da Air Asia – e comprar a Lotus Cars da Proton, que está em dificuldades financeiras, para unir e consolidar as marcas.

O plano provavelmente daria certo, não fosse a chegada de Bahar, um guru do marketing já velho conhecido do mundo da F1. Ele foi o responsável pela implementação da imagem da Red Bull na chegada do time na categoria e é o “pai” da Energy Station, do Red Bulletin, das Unas, enfim, de tudo o que era “cool” na equipe – e que hoje foi deixado de lado. Logo foi para a Ferrari, onde não fez muitos amigos.

O suíço parece disposto a enfraquecer Fernandes e a discussão sobre a necessidade de ter o nome Team Lotus, ou seja, quer passar por cima da briga, que hoje está na justiça, e reconstruir a marca independentemente de ter ou não direito de se aproveitar da herança dela no esporte. Fala em comprar 100% da Renault – e mudar o nome da equipe no novo Pacto da Concórdia, em 2013 –, além de investimentos na GP2 e GP3. O dinheiro, ninguém sabe de onde vem ou se realmente existe. Provavelmente é um blefe que pode acabar de vez com o time de Enstone ou torná-lo uma nova Red Bull.

A Renault/Lotus será a 3ª equipe de Bahar (à esquerda) na F1

O fato é que ele está se inspirando na tática dos austríacos na forma como a equipe é financiada, transferindo todo o dinheiro que seria direcionado ao marketing tradicional para gerar mídia espontânea por meio do esporte. Para fazer isso, ele não acredita ser necessário comprar os direitos sobre o nome. “Como controlo a marca Lotus, nenhum juiz do mundo pode me impedir de promover minha marca na F1”, disse, hoje, num almoço com jornalistas britânicos.

O suíço afirma acreditar num acordo entre Proton e Fernandes mas, pelo menos neste ano, teremos, na nomenclatura oficial, uma Renault em preto e dourado e uma Lotus em verde e amarelo nas pistas. O julgamento deve acontecer apenas em agosto, contudo é bem provável que não decida nada. Teoricamente, quem tem direito a usar o Team Lotus é Fernandes, mas o que isso intefere na presença da Lotus Cars no grid? Quem poderia dizer que a própria empresa não pode utilizar o nome para se promover? É uma briga difícil de vencer, enquanto Colin Chapman revira na tumba e Kubica deve estar sonhando com a vaga de Massa – ou de Webber.

7 Comments

  1. Ju, o fim do seu post, explicita muito bem o sentimento! bahar representa o oportunista de pior grau! alguns podem julgá-lo empreendedor, mas por quê não tocou o projeto desde o começo? vendo que a lotus de fernandes evoluiu, e estava reaprendendo a f1, deu o golpe de furar a fila e escolher a mercadoria primeiro! torço para a lotus verde e amarela dar um pau neste espertalhão e mandá-lo para casa! chapman,fernandes e kubica, não merecem este desrespeito! torço para que a justiça seja feita, em nome da lisura! a atitude deste sujeito, é um tapa na cara!

    • A questão é que, nesse negócio, é este tipo de gente que prevalece. E ele se aliou com quem? Com a Genii, que também parece trabalhar com capital especulativo, com o Boullier, que fez ceninha pra ganhar dinheiro usando o nome do Kimi. Aquela fábrica de Enstone deve ter algum tipo de atração estranha…
      Agora, tirando todo o oportunismo de lado, as coisas só poderiam acabar assim. Hunt e a Proton tiveram 13 anos para negociar. Quando os malaios perceberam que estavam perdendo uma grande chance, chamaram ele para dar um jeito. É o que ele está fazendo, passando por cima da questão dos nomes, até porque, para o consumidor final, tanto faz.

      • Ju, esse caso é ainda mais aborrecedor, pelo cinismo do senhor bahar! não é necessário ser um jurista, ou grande empresário, para saber, que apesar de serem do mesmo grupo,são “ramificações” de um mesma fábrica, mas um está na área esportiva, e o outro na área automobilistíca,e foram desmembrados e vendidos! não dá para confundir, apesar de sabermos que no tribunal, a língua dos $$$$$$$ fala muito forte! é por essas e por outras, que apesar dos erros administrativos e da avareza, dou valor a homens como frank willians, que erguem uma equipe pelo amor ao esporte, e não larga o osso, mesmo que dê câimbra nos dentes!!! ou será no bolso? hehe!!! colin chapman deve estar se perguntando: – onde foi que eu errei? hehe!!!

  2. Sabes que depois de ouvir tudo e todos, cheguei à conclusão que o nome LOTUS significa “Lots Of Trouble, Usually Serious”. Tenho pena dos que estão em Enstone, ao ficaram nas mãos de alguém, no mínimo, sem escrupulos…

    • Gostei, tinha visto no blog.
      E quanto aos de Enstone, pode colocar no plural!

  3. A decisão vai ficar nas mãos da FIA. Se ela quiser dois carros Lotus no grid, teremos, do contrário, alguém vai rodar, pois como disse Bahar, nenhum juiz no mundo pode impedi-lo de promover a Lotus Cars. Mas Tony Fernandes também tem direito de usar o nome Lotus, e pela lógica de Bahar, nenhum juiz pode impedi-lo então.

    • Renan:

      Isso de uma certa forma está resolvido. Os Lotus do Bahar vão-se chamar oficialmente de Renault até ao final da temporada de 2012, enquanto que o Fernandes vai usar o nome que tinha antes, o Lotus Racing. Uma boa razão para isso é o Pacto de Concórdia, que impede as equipas de sairem até ao final desse ano.


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