A surpresa pela suspensão de Romain Grosjean após a batida do GP da Bélgica é justificável. Afinal, desde 1994, não víamos algo do tipo na F-1. Porém, esse mesmo dado é sintomático de que a decisão teve muito a ver com os ‘efeitos especiais’ do acidente de domingo, lembrando que a categoria tomou as decisões a respeito de Michael Schumacher no GP da Grã-Bretanha, Mika Hakkinen na Alemanha e Eddie Irvine no Brasil ainda remoendo as feridas de Imola.
Schumacher tomou um gancho de duas corridas depois de negar-se a cumprir o stop and go e descumprir uma bandeira preta por ultrapassar Damon Hill na volta de apresentação. Hakkinen e Irvine foram considerados culpados por acidentes e o irlandês, devido ao recurso da Jordan, teria a suspensão aumentada de uma para quatro provas.
Casos de lá para cá incluem a confusa decisão a respeito de Jacques Villeneuve em plena decisão de título de 1997. O canadense foi suspenso do GP do Japão por ignorar bandeiras amarelas, mas correu após a Williams conseguir a liberação por meio de recurso. Após a prova, foi desclassificado.
Em 2002, Felipe Massa esteve em uma situação curiosa quando levou uma punição após bater com Pedro de la Rosa em Monza e a Sauber achou melhor substituí-lo na corrida seguinte por Heinz-Harald Frentzen para se livrar da pena.
Dentre as equipes, a BAR foi excluída de duas corridas em 2005 por infringir o regulamento e a Renault chegou a ser suspensa após a roda de Alonso se soltar no GP da Hungria de 2009, mas a decisão foi revogada.
Contudo, se o assunto é suspensão, muita gente acredita que quem realmente merecia um belo gancho é Pastor Maldonado. O piloto, que empatara com Lewis Hamilton em sua primeira temporada ao receber cinco punições, vem se superando: em 12 GPs, foram nove, sendo seis por incidentes de pista e três por trocas de câmbio. Delas, quatro foram por colisões e três apenas no GP da Bélgica – por atrapalhar Hulkenberg na classificação, queimar a largada e bater com Glock. Além disso, tem no currículo uma reprimenda pela colisão com Perez em Silverstone.
Bahrein | Câmbio | 5 posições |
Mônaco | Batida com Perez no FP3 | 10 posições |
Mônaco | Câmbio | 5 posições |
Canadá | Câmbio | 5 posições |
Europa | Batida com Hamilton | 20s |
Hungria | Batida com Di Resta | Drive-through |
Bélgica | Atrapalhou Hulkenberg | 3 posições |
Bélgica | Queimada de largada | 5 posições |
Bélgica | Batida com Glock | 5 posições |
Primeira melhor volta de um Senna em Spa
O GP da Bélgica foi o primeiro em 2012 em que um piloto liderou todas as voltas para vencer. Mas Jenson Button, que conquistou sua primeira pole pela McLaren – não largava em primeiro desde o GP da Turquia de 2009, oitavo maior intervalo da história – em sua 50ª prova com a equipe não se tornou o 23º na história a fazer um Grand Chelem porque Bruno Senna marcou sua primeira melhor volta da carreira.
Com isso, Bruno se tornou o primeiro da família a conquistar o feito no circuito belga, uma vez que o tio Ayrton venceu, fez pole, mas nunca uma volta mais rápida em Spa. O brasileiro é o nono piloto diferente a fazer a melhor volta, sendo que o recorde são 10, e o primeiro pela Williams desde o GP da Austrália de 2009, com Nico Rosberg.
Voltando a Button, a 14ª vitória o coloca em pé de igualdade com Hill, Jack Brabham e Emerson Fittipaldi e levou a McLaren à 50ª prova consecutiva nos pontos, perto do recorde da Ferrari de 55.
Falando em marcas de consistência, o acidente na largada fez com que Alonso chegasse ao fim de sua sequência de GPs nos pontos 44 voltas antes que alcançasse a marca de Michael Schumacher. Das últimas 37 provas, o espanhol pontuou em 35.
A batida também acabou com as chances dos pilotos da Sauber. O segundo lugar de Kamui Kobayashi igualou a melhor posição de largada da história da equipe como independente – e também de um piloto japonês – e Sergio Perez, quarto, obteve seu recorde pessoal.
Bom para Nico Hulkenberg, que conquistou seu melhor resultado da carreira, com o quarto lugar, enquanto Jean-Eric Vergne, oitavo e Daniel Ricciardo, nono, igualaram suas melhores posições de chegada.
Por fim, o rei de Spa Kimi Raikkonen cruzou a linha de chegada na Bélgica pela primeira vez sem ser primeiro. Inclusive, tornou-se o primeiro piloto a chegar no pódio depois de largar na “maldita” terceira posição no grid. Ele e Button, inclusive, foram os únicos do top 8 a pontuar. O finlandês, junto de Webber e Rosberg, é o único a completar todas as provas.
7 Comments
Ju,fiquei curioso sobre o difusor triplo da Mercedes,vai ter algum artigo seu sobre isso ?
Quando tiver mais dados, vou tentar fazer algo. Parece que vão demorar um pouco a usá-lo em corridas.
JU,ATÉ QUE PONTO AS OUTRAS EQUIPES PODEM SE BENEFICIAR DA TELEMETRIA DA MCLAREN ?
Da telemetria em si, não muita coisa, mas um pouco mais sobre as alturas utilizadas, etc. Mas não acredito que seja algo de outro planeta.
Para os numeros da corrida, vale salientar que de novo um que larga de 11° consegue chegar no podium. Pode lembrar os outros?
Bem lembrado. Na verdade, Vettel largou em décimo, mas classificou-se em 11º e é o segundo a chegar ao pódio após ter esse resultado no sábado. O outro foi Kimi no Bahrein. E, como foi comentado no Credencial, esse pneu não utilizado no Q3 pode ter sido fundamental para que a estratégia de uma parada funcionasse.
O que aconteceu naquele GP da Inglaterra 94 foi uma das maiores “armações” pra prejudicar um piloto(Schumacher), simplesmente para favorecer D.Hill que era inglês.
Antes do GP da Inglaterra Schumacher vinha dominando e era disparado o melhor piloto na temporada, foram sete corridas com seis vitórias e um segundo lugar. Atrapalhado por um problema no câmbio do B194, Schumi deu show conseguindo terminar a prova em segundo lugar na Espanha sem mudar nenhuma marcha a partir da 20ª volta, com a caixa travada na quinta. Era a confirmação que o alemão não era um piloto qualquer! Essa façanha foi muito comentada na época dentro da F1, porque muitos compararam a corrida de Senna no Brasil em 91, só que o brazuka deu apenas 6 voltas com marcha travada e o alemão deu 43.
Schumacher deu várias entrevistas dizendo como conseguiu levar o carro até a bandeirada sem perder várias posições e velocidade. Abaixo o vídeo comprova a proeza do piloto(assustador o barulho do motor ou câmbio, aos 1:40 no vídeo). Notem que o número da marcha(5) não muda na tela, e não há barulho em troca de marchas. No retão o carro fica “estagnado” querendo a sexta marcha, mas Schumacher nada pode fazer tem que ir de quinta. Foram 43 longas voltas nessa situação!
1994 Spanish GP Onboard: M.Schumacher/D. Hill
http://www.youtube.com/watch?v=xazImNY0hNg&feature=related
Chega o GP da Inglaterra, e Schumacher realmente ultrapassa Hill na volta de apresentação, mas até então isso era rotina na F1, e ninguém se preocupava com isso porque não havia uma regra rígida(a corrida nem tinha começado, então prevalece o bom senso). Se fosse o caso, o alemão jamáis faria a ultrapassagem. Tanto que no GP Brasil Schumacher ultrapassou Senna na volta de apresentação, ninguém apareceu pra advertir, muito menos punir. Uma corrida antes, em 1993 no GP da AUS também acontece entre Prost e Senna, e nada de punição. Vamos ser coerentes, uma advertência com multa estava ótimo, mas nem isso tinha!
Só que Senna morreu no GP de IMO, Hill assumiu a condição de primeiro piloto! Schumacher dominando a temporada e vencendo o GP da Inglaterra seria um duro golpe aos cartolas ingleses. Quem conhece a “rixa” entre Alemanha e Inglaterra no esporte a motor sabe que a coisa é mais embaixo. Um detalhe importante, nesse GP da Inglaterra várias celebridades britânicas estavam presentes, a mais famosa era a príncesa Diana. Os ingleses fariam de tudo pra vitória ser de um inglês! Dada a largada D.Hill assume a ponta, e nada dos cartolas ingleses da FIA se manifestarem sobre uma possível punição a Schumacher na volta de apresentação. Quando Schumacher assumi a liderança entre as voltas 15 e 26 começou um verdadeiro “carnaval”, apareceu uma punição ao alemão.
Briatore sem entender nada(e Schumacher muito menos), alerta para seu piloto se manter na pista, Briatore foi tentar resolver o problema. Diante de tanta confusão via-rádio entre dirigentes-Briatore-Schumacher, é dada a bandeira preta. Briatore manda Schumacher seguir na corrida, depois de muito bate-boca Schumacher se encaminha para os boxes na volta 27 e cumpre um stop-and-go. Volta a corrida e termina em segundo lugar, essa posição foi confirmada pela direção de prova. Toda equipe Benetton, a F1 e seus torcedores sacaram a armação dos ingleses pra dar a vitória a D.Hill.
Schumacher depois da prova não se manifestou: “Ok, deixem eles fazerem a festa deles em casa”
Mas aí entra em ação Max Mosley(inglês) que exigiu punição mais severa ao alemão, era a grande oportunidade de ajudar Hill na disputa pelo título, Schumacher foi desclassificado no GP da Inglaterra! Bom lembrar que, o alemão estava com 66 pontos contra 39 de Hill, depois de tanta briga na corte da FIA Schumacher foi excluído de duas corridas(ITA/POR), a diferença entre D.Hill e o alemão desaba para 1 ponto.
Destacar também que a Benetton de Schumacher foi desclassificada do GP da Bélgica, a prancha no assoalho estava abaixo 1 mm, a FIA não deixou passar e desclassificou Schumacher.
Curioso é que, a mesma FIA não puniu D.Hill pelo jogo de equipe no GP da Portugal!!! Coulthard era líder, mas entregou a vitória na cara dura ao companheiro. Valia tudo pra impedir o primeiro título alemão na F1, ninguém apareceu em nome da ÉTICA pra defender Coulthard, seria sua primeira vitória na F1. Schumacher vendo essa “cruzada”, só esperou o momento certo de dar o troco, mas sem colocar em risco o título.
Líder Coulthard entrega posição a D.Hill-GP PORTUGAL 1994.
http://www.youtube.com/watch?v=yqY9_JSa5BU&feature=plcp
Muitos vão reclamar que a Benetton estava sob suspeita de trapaça, mas nesse ano de 1994 várias equipes estavam jogando sujo, e o que dizer da FIA ajudando D.Hill na cara dura?
Abaixo texto extraído do site do Tázio, explicando como foi tecnicamente a temporada de 1994. Entre(parêntese) add algumas coisas que vi pela tv e revistas nos últimos 18 anos.
O excelente desempenho do Benetton B194 levantou suspeitas de que haveria alguns dispositivos eletrônicos acoplados irregularmente no carro, como o controle de tração, é importante frisar que não foi só o time de Flavio Briatore que passou por isso. A Ferrari foi flagrada usando controle de tração nos treinos do GP do Pacífico, enquanto a Williams inventou um mecanismo maluco que emulava o controle de tração – mais ou menos como a Red Bull fez em 2012 – e ainda teria corrido todas as corridas de 94 com um sistema de direção assistida proibido.(ainda com Senna vivo, a Williams também era suspeita de usar mais jogos de pneus, e a A Mclaren estava sendo acusada de usar um câmbio eletrônico). O caso da Benetton ganhou maior notoriedade porque era o time que estava na frente.
Acontece que a FIA jamais conseguiu provar a existência de qualquer item fora do regulamento e partiu para outros tipos de retaliação. No GP da Grã-Bretanha, oitava etapa, Schumacher ultrapassou o pole Damon Hill na volta de apresentação, ato que de fato burlava as regras, mas nada que não acontecesse de forma corriqueira no meio do pelotão em todas as corridas(repetindo, uma simples multa com advertência resolveria o problema).
Contudo, naquela oportunidade, os comissários não perderam a chance de punir o líder com sobras do campeonato e o desclassificaram da prova, para desespero do estafe da Benetton. Enquanto Michael dava o tal “migué” e continuava na pista, o time correu para convencer a direção de provas de que a punição correta naquele caso seria aplicar um stop and go. E não é que concordaram e voltaram atrás? Pouco tempo depois, a penalidade foi convertida em uma parada de dez segundos, a qual Schumi cumpriu normalmente, voltando à pista para terminar em segundo e marcar seis pontos.
Depois da prova, a Federação(Max Mosley), decidiu excluir o carro nº. 5 do resultado final, por descumprimento da bandeira preta. Na visão da entidade, uma vez aplicada, a punição não poderia ter sido alterada e a equipe nada deveria ter feito além de cumpri-la. Além da desclassificação, Schumacher ainda tomou uma suspensão de duas corridas por conta do imbróglio(se fosse D.Hill a pena seria tão pesada, ele seria punido justo no GP inglês?).
Antes de cumprir as duas etapas de gancho, o queixudo teve tempo de anotar mais duas vitórias, na Hungria e na Bélgica. Só que, novamente, a mão de ferro dos reguladores da categoria pesou sobre o alemão(inveja é uma merd…), que foi desclassificado da rodada de Spa porque a altura de seu assoalho estava um milímetro abaixo do permitido. Isso mesmo: um milímetro, aquele espacinho ridículo entre os nove pequenos riscos que ficam dentro da casa do centímetro na sua régua. Com as duas exclusões, mais a suspensão de outras duas etapas, Hill somou quatro vitórias e diminuiu a vantagem para apenas um ponto a três provas do fim, exatamente o GP da Europa(vamos ser justos na Bélgica, Schumacher deu uma bela rodada em cima da zebra que poderia ter deixado a tal prancha 1 mm a menos, em todo caso, ela estava fora da medida, a Benetton não fez briga e aceitou a punição, mas se fosse no carro de Hill teria punição?)
Durante o período em que Schumi esteve fora(ITA/POR), a Benetton tomou o cuidado de guardar o chassi usado por seu primeiro piloto a sete chaves na fábrica, em local ao qual apenas gente graúda ou autorizada da equipe tinha acesso(Oras, quem desenvolveu aquele fantástico assoalho que fazia o carro “grudar” ao chão foram Schumacher-Brawn-Byrne desde 1992, mais do que justo guardar o segredo. Ou vcs acham que Schumacher ia dar de mão beijada para o segundo piloto vencer na ITA e POR? Schumacher formou um time pra ele ralou muito pra isso, o segundo piloto que se vire, mais que justo. Piquet também fez isso na Williams em 87 quando desenvolveu a suspensão ativa, mas a Williams sacaneou Piquet e passou para o carro de Mansell…claro, ele era inglês)
http://tazio.uol.com.br/
No áuge da disputa no GP da Austrália, Schumacher que não tinha nada de bobo, deu o troco disparando para toda realeza britânica, e com FIA e tudo:
“Acabou o campeonato, a Inglaterra fica com a vitória no GP em casa, e a Alemanha fica com o título mundial”
E um detalhe, Schumacher foi para o tudo ou nada, correu o risco de ficar sem o título na batida com Hill, o inglês continuou na corrida algums kms, Schumacher achou que o título estava perdido, mas o destino foi justo e deu a Alemanha o primeiro título na F1.
Não existe “santinhos” na categoria máxima, quem viu Prost e Senna em 89/90, sabe disso! Na Mclaren ia tudo bem até Senna jogar sujo no GP de IMO 89, Prost “rachou” o time ao meio e depois só foi guerra.
No GP do Japão o francês disparou:
“Brasil fica com a vitória no GP de IMO, e a França com o título mundial”
No ano seguinte a coisa inverteu…
Não é a toa que esses três fizeram história, sempre levaram a coisa na base da mão de ferro, Alonso é outro que vai pelo mesmo caminho! Dos campeões bonzinhos ninguém se lembra…
Em 2011, olha os ingleses da FIA mudando as regras justo no GP da Inglaterra…seria para favorecer Lewis e Button a vencer em casa? Em todo caso o título ficou novamente para a Alemanha…e com justiça!