F1 Quando você acha que a história da Lotus que não é Lotus não pode se complicar mais… - Julianne Cerasoli Skip to content

Quando você acha que a história da Lotus que não é Lotus não pode se complicar mais…

A confirmação da permanência de Kimi Raikkonen na Lotus, logo na segunda-feira após os rumores acerca da viabilidade da equipe terem se agigantado durante o final de semana do GP da Índia não poderia ser uma mensagem de marketing mais forte. Aquele que, para mim, tem sido o piloto mais impressionante do ano pela velocidade que mostrou logo de cara após o retorno e pela consistência absurda, mantendo-se longe de problemas mesmo andando no perigoso meio do pelotão pela maior parte da temporada, decidiu permanecer em um barco que muitos já davam como furado.

Isso, porém, não encerra o caso. É impressionante como as histórias que cercam o espólio da Toleman/Benneton/Renault conseguem se complicar ainda mais mesmo quando acreditamos que não seja mais possível. Seus donos, a empresa de investimentos baseada em Luxemburgo Genii, venderam não apenas o papel de patrocinador principal, como também o nome da equipe para a Lotus Cars, por sua vez, comandada pela montadora malaia Proton, uma das empresas da DRB-Hicom.

O problema é que o elo entre a Genii e a Lotus Cars foi cortado no início deste ano. Com isso, acordo de patrocínio foi cancelado, devido às dificuldades financeiras da empresa, que saiu gastando o que não tinha com os projetos do ex-CEO Dany Bahar. Porém, o nome continuou sendo utilizado.

Hoje, na prática, a equipe Lotus gasta uma enorme quantidade dos espaços mais valiosos de seu carro fazendo publicidade gratuita a uma montadora que não lhe paga. Faz isso porque o nome Lotus lhe dá mais status e porque a imagem da equipe já foi construída em cima dele. Teoricamente, é um negócio bom para ambos os lados.

Mas status obviamente não paga as contas do time de Enstone. Quem o faz é a Genii, pois, gastando seu melhor espaço com a Lotus Cars, a equipe não tem grandes patrocinadores como o Santander na Ferrari, a Vodafone (acredita-se que não por muito tempo) na McLaren, ou a Petronas na Mercedes.

Por isso, a Genii estaria interessada em vender parte de suas ações, mas sem perder o controle. No paddock, fala-se em até 49%; a equipe admite negociar “porcentagens minoritárias”. Com a confirmação de Raikkonen e o quarto lugar assegurado no campeonato de construtores – que, ano passado, rendeu mais de US$ 70 milhoes –, a situação da equipe não tem motivos para ser tão crítica quanto se propagandeia.

O fato é que a Genii não quer mais colocar dinheiro do próprio bolso e busca investidores, algo comum para pequenas ou grandes empresas quando um projeto começa a vingar. Ainda que o desenvolvimento do carro tenha sofrido um golpe com a dificuldade da equipe em lidar com o DRS duplo, recentemente um novo sistema de escapamento foi adotado e peças foram colocadas até na última prova. Ou seja, são todos sinais de que, embora a Geniii compreensivamente busque investidores, não vai abandonar o barco em que colocou muita grana de uma hora para a outra.

1 Comment

  1. Como você bem lembrou essa equipe já foi Benneton e Renault.
    Em 1994 houve uma mudança grande de regulamento (reintroduziram o reabastecimento, retiraram as ajudas eletrônicas, rebaixaram os carros) nasceu um bicampeão de um país que nunca tinha ganho.
    Em 2005 nova mudança (proibiram as trocas de pneus, além de grandes mudanças de aerodinâmica) surgiu outro bicampeão de um país que não tinha campeão ainda.
    Será que com as grandes mudanças de 2014 essa mesma equipe não vai repetir a história? E de qual país será o piloto? México? Venezuela? Suíça?


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