F1 Pimenta bem-vinda da Pirelli - Julianne Cerasoli Skip to content

Pimenta bem-vinda da Pirelli

Não sei porque Bernie Ecclestone ainda não veio com a ideia de Safety Cars aleatórios, no melhor estilo roleta russa. Mesmo em uma pista insossa como Abu Dhabi e com pneus que duraram bem mais do que os 100km que a Pirelli tem como meta a cada prova, tivemos uma corrida com disputas do começo ao fim.

Brincadeiras à parte, é claro que a F-1 não pode depender disso. E não surpreende que a Pirelli tenha se comprometido a jogar mais pimenta no tempero do ano que vem.

Em primeira análise, o GP de Abu Dhabi de 2012 seria o final feliz de um conto de fadas. Afinal, imaginar que veríamos uma prova tão movimentada após o anti-clímax da procissão de 2010, enquanto o campeonato pegava fogo com mais uma incrível virada, soaria como uma heresia há dois anos.

Na F-1 modo procissão dos Bridgestone, as brigas na pista de Yas Marina eram decididas como em embates de Super Trunfo com um único quesito: velocidade máxima.

De 2011 para cá, a pista continuou a mesma, ninguém encontrou espaços milagrosos para ultrapassar em nenhum lugar que não ao final das duas longas retas do circuito e a velocidade de reta segue importante, mas há cartas com outros poderes no baralho.

Assim, a corrida de Yas Marina no ano passado, sem Safety Cars, já havia sido um passo adiante, com 55 ultrapassagens contra 13 de 2010 (quando também houve um SC) e seis de 2009. Isso, devido às duas zonas de ativação da DRS e aos pneus menos duráveis, que abrem o leque estratégico e, consequentemente, fazem com que pilotos em fases diferentes de sua tática se encontrem.

O número de ultrapassagens de 2012 foi menor – 51, muito perto da média da temporada – mas é preciso fazer algumas considerações para entender por que a prova foi tão animada. Até antes da largada, não havia motivos para acreditar que a corrida teria muito mais do que por volta de 30 manobras, como as três provas anteriores. Isso porque a Pirelli novamente havia sido conservadora ao escolher os compostos médio e macio.

Não nos enganemos. Foi o Safety Car que tornou a coisa tão interessante, como já havia ocorrido em Cingapura. Além das opções mais engessadas da Pirelli, obviamente as equipes aprenderam a trabalhar melhor com os pneus.

Sabendo disso, a fornecedora promete uma nova revolução para 2013, diminuindo ainda mais a durabilidade do composto mais duro da escala. Podem esperar, portanto, efeito semelhante ao que tivemos do final do ano passado para o início deste. Não me perguntem onde isso vai parar, se teremos, um dia, a escolha entre o pneu supermacio e o superextramacio. Mas é fato que a Abu Dhabi animada só foi mais uma prova do quanto a F-1 precisa destes pneus, digamos, não funcionando muito bem.

8 Comments

  1. Oi, Ju!

    Eu também não sei, como ainda não instituíram o “Troféu Bigorna”, aquele que ganha uma corrida aumenta o peso do lastro na próxima.

    Assim não teriam que ficar caçando irregularidades no carro da RBR para dar “emoção” ao campeonato e melhor audiência. Ela sempre teria o direito de carregar uma âncora maior na próxima corrida, cada vez que o Adrian Newey descobrisse um novo pulo do gato.

    Abs.

  2. Pelo amor de deus, Julianne. Não dá idéia pro Bernie! rsrsrs

  3. Julianne,

    Bom, já que estamos falando de idéias mirabolantes, vou contribuir com a minha. É pena que existam tantos obstáculos mercadológicos, comerciais e jurídicos – diria intransponíveis – para colocá-la em prática, mas seria (talvez) um tira-teima muito interessante: um campeonato “amistoso” entre Hamilton, Vettel e Alonso, a ser disputado no mesmo carro em sucessivas provas cada vez com uma equipe – Red Bull, McLaren e Ferrari – sempre com a assistência dos mesmos e melhores mecânicos e engenheiros de cada uma delas e envolvendo o uso de dois tipos de pneus. Poderia ser disputado nas férias de fim de ano, com o modelo usado no respectivo campeonato e com a participação de algumas outras equipes e pilotos mais lentos como fator complicador rsrsrsrs. . .Teríamos uma primeira prova com Vettel na Ferrari, Alonso na McLaren (ih, aqui tá dando curto-circuito, rsrsrs) e Hamilton na Red Bull. Depois, Hamilton na Ferrari, Vettel na McLaren e Alonso na Red Bull e uma terceira e última com cada piloto em sua equipe de costume. O circuito? Bem, não sei direito qual o seria o melhor. . . Será que Ecclestone nunca pensou nisso?

    Fica registrado aí em cima este “pequeno” delírio, rsrsrs, mas eu me lembro que quando os dinossauros ainda andavam pela Terra tínhamos provas amistosas de Fórmula 1, como a Corrida dos Campeões em Silverstone. Havia também muita participação dos pilotos de Fórmula 1 em outras categorias, como a F 2, e em provas de turismo e de longa duração. Mas, hoje em dia, a Fórmula está estruturada de modo tão competitivo e profissional que não permite mais essas coisas. Jim Clark, por exemplo, mandava bem em qualquer tipo de carro, participava e ganhava até naquelas provas de Ford Cortina, quando andava sempre em 3 rodas. Até na Nascar Clark se aventurou, sem falar na Indy, onde, além de vencer, ele, seu Lotus e Chapman mudaram conceitos.

    • O problema num é nem o Bernie, são os pilotos, duvido que Alonso aceitasse, Vettel não sei, talvez. O Hamilton aposto que aceitava, ele é do tipo competitivo que tem sempre certeza de que é o melhor, por isso o ideal pra ele é correr com o mesmo carro pra provar sua superioridade.

  4. Hehe, vendo seu post me lembrei da “Corrida maluca”, Dick Vigarista, Rabugento, kkkkkkk. Certamente, Ju, os Pirelli são o diferencial dessa F-1 mais emocionante, mas acredito que apenas com a queda gradativa da importância da aerodinâmica, poderemos ter carros mais equilibrados e disputas mais em pista do que na fábrica. Esperemos 2014…

    • Não sei porque essa verdadeira loucura pela aerodinâmica, deve ter alguma vantagem economica pras equipes grandes, porque se é verdade o que dizem que a aerodinâmica consome a maior parte do orçamento das equipes, ficaria bem mais barato uma forte redução nos custos com essa parte. E investir em mecânica.

  5. Olá Julianne,

    Concordo em número, genero e grau. A Pirelli salvou a F-1 da monotonia.

    Assustei quando desesperado com a falta de competitividade, Bernie Ecclestone jogou no ventilador ideias de molhar as pistas, de que os pilotos poderiam fazer atalhos nas áreas de escape para ultrapassar.

    Nada disso foi preciso com a Pirelli. Sem os benvindos “problemáticos” pneus eu só via uma saida para as ultrapassagens voltar à F-1: mudar radicalmente a configuração aerodinâmica dos carros.

    Mas até que isso um dia aconteça para que os bólidos voltem a ser como eram nos anos 70, 80, a Pirelli vai dando conta do recado.

    Salve, salve a fabricante italiana que em 1990 fez um dos mais belos comerciais da tv e que agora está fazendo da F-1 corridas de verdade.

    Um abraço, Julianne.

  6. Ju, o povo tá cheio de ideias, mas me diga se a minha não poderia ser implantada.
    Os pilotos trocariam os compostos após a volta de classificação.
    Assim que optasse classificar com pneus macios, largaria com os duros e vive e versa.
    Penso que poderia fazer diferença, afinal quem optasse pelos macios e largar na pole teria pneus mais duros nas primeiras voltas.
    E quando as grandes estivessem com a mesma estratégia, sempre poderia aparecer uma equipe média pra dar uma mexida no negócio.
    abço


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