F1 Quem são os novos recrutas da Ferrari - Julianne Cerasoli Skip to content

Quem são os novos recrutas da Ferrari

E sobrou mesmo para Chris Dyer na dança das cadeiras promovida na Ferrari após o erro de estratégia capital de Abu Dhabi. De forma interessante, a tendência de italianização do time ocorrida após a saída de Jean Todt não foi seguida desta vez. O ex-McLaren Pat Fry, que estava na Scuderia desde junho de 2010, assumirá seu posto na chefia da estratégia.

O australiano Dyer, que havia sido promovido de engenheiro de Schumacher para chefe de engenharia de pista, está na Ferrari desde 2001 e foi considerado o principal responsável pela decisão que trancou um Alonso com um motor que largou com apenas mais 500km de vida atrás de 2 pilotos, num circuito de difícil ultrapassagem. Ainda não se sabe qual será sua nova função na Ferrari.

Fry também é engenheiro de profissão e chegou à McLaren vindo da Benneton, em 1993, inicialmente para comandar o projeto de suspensão ativa. Como o artifício foi banido, o inglês flutuou entre a equipe de testes e o posto de engenheiro de pista de Hakkinen e Couthard. Em 2001, assumiu a estratégia da equipe inglesa e, logo depois, tornou-se o Chefe de Engenharia de Desenvolvimento, dentro de um sistema de rodízio, em que duas equipes se revezavam nos projetos. Sendo assim, ficaram sob sua supervisão os modelos de 2005, 2007 e 2009. Depois do erro de projeto do MP4-24, ficou um pouco de escanteio na McLaren e saiu do time de Woking em maio de 2010.

Na Ferrari, chegou como assistente do diretor técnico Aldo Costa, cargo que manterá, além da chefia de engenharia nos finais de semana de corrida. Quem também chega para somar na estratégia é Neil Martin, outro ex-McLaren, que recentemente comandou o setor de estratégia na Red Bull.

Curiosamente, Martin é um matemático especializado em finanças que percebeu que seu projeto de avaliação de riscos seria muito útil à F1. Apresentou-o a Martin Withmarsh e foi contratado. Na Ferrari, será subordinado direto de Costa e focará mais a área operacional, desenvolvendo formas de melhorar o funcionamento geral do time.

10 Comments

  1. Estava na cara que algo iria mudar dentro da Ferrari, principalmente depois que o próprio Domenicalli disse ter pensado em demissão.

    Poxa, o Fry fez os carros de 2005, 07 e 09. 05 e 07 disputou título, e quando errou foi chutado.

    • Sim, mas quem foi campeão foi o Tim Goss! Havia um desgaste depois de 13 anos lá e tinha quem acreditasse que ele queria uma função mais light – nem precisa falar que a ida pra Ferrari acabou com essa ideia, parece que ele não queria ficar na McLaren mesmo.
      Outro ponto interessante é que o Fry comandaria o projeto de 2011. Ele saiu em maio e a equipe ainda não deixou claro se alguém assumiu seu posto ou se o projeto continua nas mãos do Goss, que fez o carro desse ano.

  2. errar é humano, mas em vista da grosseria do erro em abu dhabi, o melhor foi o remanejamento. quando se anda na frente, faz-se o trivial, nada de devaneios.

    • Não sei, me pareceu que a mentalidade da Ferrari estava errada desde o princípio. Todas as declarações de pessoas da equipe antes da prova davam conta de que eles tinham que marcar o Webber e ponto final. Então é impossível que a culpa seja só de uma pessoa. Eles tinham é que aprender a lidar com uma decisão de título com mais q 2 variáveis.

      • se o erro foi de mais de uma kbça, é mais grave ainda. o erro é tão estrutural, que aquele caso da alemanha, foi um tiro no próprio pé. agora cá entre nós, uma ferrari não chegar em “4º”, é muita m@#$&* junta.

        • Estou traduzindo agora uma entrevista do Domenicali para um jornal italiano em que ele fala em “dar as ferramentas para aportar melhor quem toma as decisões”, então parece que há uma reformulação maior que a simples troca de cabeças. Porque não existe só um estrategista, é uma equipe que fica fazendo simulações antes e durante as corridas. O que me parece – de longe, é claro – é que o sistema da Ferrari é meio engessado. Não raro os vemos com problemas quando as situações mudam durante a corrida e forçam a uma mudança de tática (por ex. chuva, SC, etc.).
          Quanto a Abu Dhabi especificamente, como sempre em F1, Wagner, é muito complexo. A Ferrari tinha 50% menos dados que as rivais sobre o stint longo com os pneus moles, porque o carro de Massa teve problemas no treino de sexta. Eles deduziram, com os dados que tinham, que os pneus não iam durar e que as McLaren e Vettel parariam logo. Os pneus duraram muito mais do que o previsto e eles ficaram encaixotados. Não justificando, mas certamente parece mais grotesco agora do que no momento da decisão.

    • E quando o erro grosseiro vem do piloto? Alonso poderia ter sido demitido umas 3 vezes em 2010…

      Provacões à parte, a Ferrari vem acumulando vários erros grosseiros desde o fim do triunvirato Schumacher-Todt-Brawn. Em 2007 eles tiveram sorte, Alonso perdeu a cabeça, Hamilton sentiu a pressão e a McLaren foi desclassificada dos campeonato de construtores. Em 2008 o título de construtores veio, comprovando a superioridade do conjunto, mas o de pilotos não, após uma sucessão de erros e lambanças por parte de ambos os pilotos e suas equipes, apesar de toda a força que a FIA deu, inclusive forjando o resultado de Spa, para facilitar as coisas. 2009 foi um desastre do começo ao fim, apenas o brilhantismo do Raikkonen com a vitória em Spa e sequência de pódios deu certo alívio. De presente ele ganhou uma mesada milionária e a chance de correr na WRC… 2010 foi melhor, mas a equipe e os pilotos erraram tanto a Red Bull de safou aos 45 do segundo tempo.

      Já era hora de fazerem mudanças. Bem ou mal, elas servem até mesmo para assegurar Alonso que esforços não serão poupados para que ele vença pela equipe e ambos permaneçam felizes um com o outro.

      • Por essas e outras que considero errado colocar tudo nas costas do Dyer. Claramente há uma forma errada de se pensar a estratégia, mas talvez eles estejam cuidando disso internamente.
        Alívio é alguém ver, aqui no Brasil, que aquela decisão da FIA em Spa-08 foi um absurdo!

  3. Ju

    Espero que as festas tenham sido proveitosas…

    era claro que o Dyer ia pagar sendo a cabeça de Turco..Mas como alguém diz por aqui se por um erro rolasse cabeça, estávamos todos degolados…até o Ayrton..
    Abu Dhabi foi traumatizante demais para a Scuderia alguém ia ser o bode expiatório, para agora dizerem que vão ganhar sem ninguém que agoure…O próprio Alonso disse que a estratégia era marcar o Webber ( implica ele mesmo na decisão) deu barraca e alguém tinha de ser imolado para “limpar as almas”…parece que o Dyer vai passar para a equipe que vai analisar as coisas,friamente desde “casa”- Maranello- sem o calor e o stress das pistas..o budget da Ferrari permitirá isso…falta alguém na Scuderia que mande mesmo o Domi diz que o Ferguson não manda no económico, não é bem assim, mas é bom lembrar que esse Sir Alex mandou uma chuteira na cara do menino bonito Beckham, as fãs acharam isso um duplo sacrilégio, não estou vendo o Stefano fazendo isso no Massa embora o final de temporada do Felipinho…O pequeno Napoleon do Jean faz falta..o Fernando não tem uma personalidade que mande em tudo tudo..

    Bacci

    • Já estava com saudades, fazia tempo que você não aparecia…
      Dyer foi “o escolhido”, desde o início, mas é lógico que é uma decisão de várias cabeças. Parece que agora eles vão copiar o Mission Control da McLaren, que é justamente isso: uma equipe de analistas computando dados em tempo real na fábrica. Neil Martin fica no comando em Maranello, passando as informações para Pat Fry na pista.
      E tem o “psicólogo” Domenicali, que preferiu ficar à margem de tudo… Ferguson manda mais que ele, isso é certeza. Acho engraçado que todo mundo fala em banco Santander ou em Todt ajudando a Ferrari na FIA por ser ex-funcionário da Scuderia, mas esquecem quem é o empresário do Massa e qual é o maior mercado do banco… Será que Fergie teria peito?


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