Ano passado, chegou-se a Valência com a expectativa de que as longas retas e a pouca dependência aerodinâmica deixassem a Red Bull vulnerável aos rivais. No entanto, com um carro equilibrado, especialmente nas curvas rápidas do último setor, Sebastian Vettel teve uma de suas vitórias mais dominantes do ano.
A prova acabou sendo marcada pelo Safety Car causado pelo espetacular acidente de Mark Webber, que decolou após tocar-se com Heikki Kovalainen. Hamilton ultrapassou o carro de segurança, demorou a ser punido e o resto é história.
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O fato é que, se Valência não chega a prejudicar a Red Bull, a tendência é esconder um pouco as deficiências dos rivais. Com o bom rendimento do Canadá, a Ferrari pode confiar em sua estabilidade em freada e tração, algo fundamental no traçado espanhol, enquanto McLaren e Mercedes podem utilizar a força de seu motor nas retas do segundo setor.
Mas o que deve dar o que falar no final de semana é a proibição da mudança do mapeamento de motor entre a classificação e a corrida. Isso permitia uma configuração mais agressiva para o sábado, principalmente em relação ao uso dos gases do escapamento como “apêndice” aerodinâmico, o que será banido, por fim, em Silverstone. Acredita-se que todos os times grandes usem o artifício, mas é provável que grande parte da vantagem da Red Bull em classificações esteja relacionada a um uso mais inteligente do mecanismo.
Em Valência, os carros podem andar bem baixos, devido às poucas ondulações. O único problema em relação a isso são as zebras na última parte do circuito. Mas o maior desafio do acerto do carro é equilibrar a estabilidade nas freadas fortes com a carga aerodinâmica ideal para as retas.
Os freios e câmbio também são motivo de atenção. Valência é o segundo circuito em que mais se troca de marchas no ano – 64 vezes por volta, perdendo apenas para Cingapura (71). A questão dos freios é relacionada à temperatura: além do clima quente, os muros próximos dificultam o fluxo de ar.
Os pneus, junto das duas zonas de utilização da asa traseira móvel, prometem melhorar a péssima média de ultrapassagem do circuito: 6,3, sendo que, em 2009, não houve uma manobra sequer durante a prova. Ano passado, como o Safety Car embaralhou as posições e as estratégias, o número subiu para 15.
Vettel parece se dar bem com o circuito. Foi destaque com a Toro Rosso em 2008, quando chegou em 6º e venceu com sobras ano passado – em 2009, abandonou com uma quebra. Hamilton, por sua vez, foi segundo colocado por três vezes. Outro que tem bom retrospecto em Valência é Rubens Barrichello: dominante em 2009, o brasileiro teve seu melhor resultado do ano (4º) em 2010.
Nº de voltas | 56 |
Ativação da DRS | 285m após a curva 10 e 35m após a 14 |
Pé em baixo | 59% |
Consumo de câmbio | Alto |
Consumo de freios | Alto |
Consumo de motor | Alto |
Nível de downforce | Médio/alto |
Uso de combustível | 2.34kg por volta |
Tempo de perda no pit | 12s7 |
2010 | |
Pole position | Sebastian Vettel, 1min37s587 |
Resultado da corrida | 1º Sebastian Vettel 2º Lewis Hamilton 3º Jenson Button |
Volta mais rápida | Jenson Button, 1min38s766 |
Retrospecto em circuitos de rua em 2011
Piloto | Mônaco | Austrália | Canadá |
Sebastian Vettel | 1 | 1 | 2 |
Mark Webber | 4 | 5 | 3 |
Lewis Hamilton | 6 | 2 | DNF |
Jenson Button | 3 | 6 | 1 |
Fernando Alonso | 2 | 4 | DNF |
Felipe Massa | DNF | 7 | 6 |
Michael Schumacher | DNF | DNF | 4 |
Nico Rosberg | 11 | DNF | 11 |
Nick Heidfeld | 8 | 12 | DNF |
Vitaly Petrov | DNF | 3 | 5 |
Rubens Barrichello | 9 | DNF | 9 |
Pastor Maldonado | DNF | DNF | DNF |
Adrian Sutil | 7 | 9 | DNF |
Paul di Resta | 12 | 10 | 18 |
Kamui Kobayashi | 5 | DNF | 7 |
Sergio Perez | DNS | DNF | DNS |
Sebastien Buemi | 10 | 8 | 10 |
Jamie Alguersuari | DNF | 11 | 8 |
Heikki Kovalainen | 14 | DNF | DNF |
Jarno Trulli | 13 | 13 | 16 |
Narain Karthikeyan | 17 | DNF | 17 |
Vitantonio Liuzzi | 16 | DNF | 13 |
Timo Glock | DNF | DNF | 15 |
Jerome D’Ambrosio | 15 | 14 | 14 |
DNF: não completou
DNS: não largou
Retrospecto em Valência
Piloto | 1º | 2º | 3º | 4º-6º | 7º-10º | 11º+ | DNF |
Sebastian Vettel | 1 | 1 | 1 | ||||
Mark Webber | 1 | 1 | 1 | ||||
Lewis Hamilton | 3 | ||||||
Jenson Button | 1 | 1 | 1 | ||||
Fernando Alonso | 1 | 1 | 1 | ||||
Felipe Massa | 1 | 1 | |||||
Michael Schumacher | 1 | ||||||
Nico Rosberg | 1 | 2 | |||||
Nick Heidfeld | 1 | 1 | |||||
Vitaly Petrov | 1 | ||||||
Rubens Barrichello | 1 | 1 | 1 | ||||
Pastor Maldonado | |||||||
Adrian Sutil | 1 | 1 | 1 | ||||
Paul di Resta | |||||||
Kamui Kobayashi | 1 | ||||||
Sergio Perez | |||||||
Sebastien Buemi | 1 | 1 | |||||
Jaime Alguersuari | 2 | ||||||
Heikki Kovalainen | 2 | 1 | |||||
Jarno Trulli | 1 | 2 | |||||
Narain Karthikeyan | |||||||
Vitantonio Liuzzi | 1 | ||||||
Timo Glock | 1 | 2 | |||||
Jerome D’Ambrosio |
1 Comment
Será interessante ver qual será a estratégia das equipes: priorizar o posicionamento de largada ou economizar pneus macios para a corrida.
E sobre o mapeamento do motor, qual será a escolha da RBR? Utilizar o mapeamento mais brando e perder o equilibrio e a vantagem do difusor soprado na classificação ou utilizar o mapeamento mais agressivo com o ônus de carregar mais combustível durante a corrida?