F1 Ser chefe de equipe é apagar incêndios - Julianne Cerasoli Skip to content

Ser chefe de equipe é apagar incêndios

O vídeo-resumo da FOM sobre o GP do Japão toca em vários momentos no problema abordado no post anterior: a administração da relação de dois funcionários dos mais egoístas, que têm seu próprio campeonato. E como essa dinâmica pode afetar o trabalho da equipe.

Em 3min de vídeo, temos de tudo. Desde a pressão de Hamilton para que a equipe o coloque numa posição melhor na corrida – em outras palavras, ordene a troca de posições entre ele e Button – até uma interferência leve da Mercedes, avisando Schumacher que não há ordens de equipe explícitas, mas que seu companheiro não dificultaria a ultrapassagem, e a tentativa da Red Bull em compensar a ausência de Webber na festa da dobradinha com uma foto.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Zl2YE5aTFNE]

No 1º caso, Lewis estava fazendo o papel dele. Todo piloto que “se garante” na pista pressiona, cada um a seu jeito, a equipe para ter as melhores oportunidades. Cabe ao time saber quando ceder. Talvez naquele momento da prova Hamilton não percebesse dentro do cockpit, mas a McLaren já sabia que não precisaria do desgaste de uma troca de posições: a estratégia de Button não funcionaria e ele terminaria à frente (não fosse, é claro, a falha no câmbio).

Em relação à Mercedes, pode-se dizer que eles atuaram no limite do aceitável no quesito ordens de equipe. Mas o fizeram dando uma ordem em si: ‘Nico, não dificulte’. Por essas e outras é tão difícil escrever uma regra que puna o que não queremos ver e, ao mesmo tempo, dê liberdade para que as equipes trabalhem taticamente. De qualquer maneira, a corrida de Schumacher foi arruinada nesse momento, como já foi debatido neste post.

Por último, mas não menos importante. Webber há tempos já não mantém as aparências na Red Bull. Tem a forte imprensa inglesa a seu lado, o que faz com que, cada vez que dá um golpe, mesmo que sutil, na equipe, saia vitorioso fora dela. Está jogando com o apelo marketeiro da presença das latinhas na F1. Sabe que, com medo da reação do público, não vão jogá-lo contra a parede. E, com ações simples, como deixando de comemorar com o time, marca seu território. A Red Bull, por outro lado, tenta levar com bom humor, mas será que a mensagem não é essa mesmo? Será que eles não prefeririam um Webber, como nas imagens, calado?

Como se não bastasse ter que administrar esse tipo de comportamento, ainda tem que agradar os convidados cheios de poder de Bernie, como mostra essa matéria da BBC que acompanhou um dia de Christian Horner. Pois é, vida de chefe de equipe não é fácil.

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9 Comments

  1. excelente post.

    é interessante imaginar como seria a reação do público e da imprensa caso alonso pedisse para a equipe o colocasse numa posição melhor que a do seu companheiro, ou se massa terminasse em 1º numa dobradinha da ferrari e ele se recusasse a participar da festa. ou se a ferrari dissesse para massa: “felipe, não dificulte.”

    • ótima observação.
      a imprensa inglesa ia fazer um estardalhaço, 1º pq é a Ferrari, 2º pq é o Alonso, e todo mundo ia morder a isca. Como sempre.

    • André

      E o Alonso pediu… do jeito dele!

  2. Talvez o “dificultar” seja tipo o acidente “Webber x Vettel”. Vimos um Rosberg “lutador”. Schumacher “apanhou” na pista. Mas enfim…

    E será que o Webber recusou mesmo?! Quer dizer, não foi um vídeo de momento?!
    Mas que foi estranho, foi, ainda mais o boneco do Webber comemorando. Nunca vi algo parecido! (rs)

    Eu, como todos que me conhecem estão cientes, sou contra o jogo de equipe, mas não sou ingênuo ao ponto de dizer que elas não existem, explícitas ou não, existem, e sempre irão existir.
    Mas deveria punir os jogos mais descarados, como o GP da Alemanha, por exemplo. Se o piloto deixa seu companheiro “chegar junto” no início da reta dos boxes, não há como ver um jogo ali, pois é até normal, muitos fazem isso.
    Mas não, o engenheiro fala mais pausado que vídeo do YouTube em internet discada; O “nº 2” sai da curva tirando o pé do acelerador e tal;… Aí já é muita coisa. Ridículo!

    • você prefere ser enganado então?

      • Bom, poderia dizer o mesmo pra você.

        É bom (e sensato) ter em mente que cada um tem um ponto de vista, ninguém aqui pode afirmar 100%. A não ser que você seja tipo a Mãe Dináh. É?! rs
        Eu acho, você acha, nós achamos… Enfim…

        E no que estou sendo enganado? No “dificultar”? Seja mais claro.

        Abraços.

  3. Pelo que entendi, o ponto de vista do André é o mesmo do meu: tanto faz se é feito na cara ou às escondidas, é o mesmo jogo de equipe.
    Mas tem muita gente que pensa como você e acho que é esse tipo de pensamento que vai fazer as equipes reavaliarem se vale a pena usar desse tipo de prática mais às claras, porque o mau retorno midiático é muito forte. Às vezes o mercado regula melhor que a justiça.

  4. Quando o “andre melo” disse “ser enganado”, acho que ele se referia a questão “dificultar”, até porque, como eu disse acima >>> “não sou ingênuo ao ponto de dizer que elas não existem, explícitas ou não, existem, e sempre irão existir.”
    Ou seja, não estou sendo enganado.

    Vamos esperar ele aparecer para esclarecer melhor.

    Abs.


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