F1 Será que essa decisão tem ecos de 1999? - Julianne Cerasoli Skip to content

Será que essa decisão tem ecos de 1999?

Em tempos de coadjuvante à frente no campeonato reclamando de ser preterido e de dono de equipe declarando preferir perder a vencer desta ou daquela maneira, é impossível não lembrar de uma decisão de 11 anos atrás.

O campeonato de 1999 estava desenhado para ser uma batalha direta entre a McLaren de Hakkinen e a Ferrari de Schumacher. Ambos tinham seus claros escudeiros, Coulthard e Irvine e já haviam duelado nas categorias de base – o GP de Macau de F-3 de 1990 ficou famoso – e em 1998, quando o time inglês teve o melhor equipamento e o finlandês aproveitou a oportunidade. Por sua vez, a Ferrari não vencia um campeonato de pilotos desde 1979 e vinha se recuperando, alçada por Schumacher e pelos engenheiros que trouxera da Benetton – Ross Brawn e Rory Byrne.

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A disputa era apertada até o GP da Grã Bretanha, quando o até então bicampeão do mundo Schumacher bateu e quebrou a perna. Surpreendentemente, Irvine conseguiu se manter em condições de lutar pelo título com Hakkinen. Mas seria a vontade da Ferrari de sair da fila maior que o poder de Schumacher dentro da equipe? Quando a Ferrari “esqueceu” uma roda no pitstop do piloto no GP da Europa, começaram as desconfianças

O fato é que, faltando 2 provas para o final da temporada, o alemão voltou às pistas. Agora, na posição de escudeiro. E Irvine precisava de sua ajuda. O irlandês tinha 2 pontos de desvantagem – 60 a 62 – em relação a Hakkinen. Era uma posição em que o finlandês estava por 5 abandonos em 14 provas – em 8 das restantes havia ido ao pódio.

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Num primeiro momento, parecia que Schumacher estaria disposto a ceder a Irvine as glórias de ser o homem que tiraria a Scuderia de uma seca que já durava 20 anos. Fez a pole no GP da Malásia, deixou o companheiro passar e segurou Hakkinen por toda a prova. A tabela mostrava 70 a 66 antes da prova final, em Suzuka.

Schumacher foi o pole novamente, com Hakkinen em 2º e Irvine, num distante 5º – coincidentemente, a mesma em que Webber sai amanhã. Por ter mais vitórias, o piloto da McLaren venceria o campeonato caso chegasse em 1º. Foi o que ele fez, tomando a ponta desde o início. O 3º lugar de Irvine de nada adiantou e até hoje o irlandês e a mídia inglesa suspeitam que, nem seu companheiro, nem a Ferrari, fizeram grandes esforços para impedir o bicampeonato de Mika. No ano seguinte, Schumacher seria o 1º campeão pela Ferrari desde Jody Scheckter.

Em 2007, o famoso “nós estávamos correndo contra Fernando” de Ron Dennis, justificando o erro estratégico no GP da China que acabou custando o título a Hamilton é outro exemplo de como uma equipe pode preferir jogar um campeonato fora a conquistá-lo com o piloto “errado”. Os mais antigos podem lembrar de alguma situação parecida. Alguém se arrisca?

1 Comment

  1. Na competitiva$ Formula 1 de hoje, tudo é possivel… Não digo nada, se não veio uma ordem a Webber de se enroscar com Alonso e garantir a vitoria de Vettel. Esse time da RBR deixa as coisas muito sem rédia, e isso é um perigo para uma equipe.


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