F1 Sinais positivos - Julianne Cerasoli Skip to content

Sinais positivos

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A Fórmula 1 tem motivos de sobra para desconfiar da chegada de qualquer nova equipe depois das conturbadas histórias de HRT, Caterham e Marussia, mas há motivos para crer que a Haas pode viver uma trajetória diferente dos dois falidos e a Manor, que se arrasta no fim do grid mesmo em sua quinta temporada de existência. Isso porque Gene Haas e companhia apostam em um sistema diferente de trabalho, aproveitando as brechas do regulamento para ‘dividir as tarefas’ de montar um conjunto competitivo.

A ideia por trás da equipe é terceirizar o máximo possível. O chassi será feito pela Dallara e desenvolvido com ajuda do túnel de vento da Ferrari. A parte mecânica, incluindo transmissão e até os aerodinacamente importantes dutos de freio, virão da Scuderia, assim como a unidade de potência. Mais do que cliente, a Haas é uma espécie de Ferrari B, servindo como plataforma de testes para a matriz.

Isso ajuda o time a ter uma estrutura mais enxuta, de cerca de 200 funcionários, distribuídos nas sedes dos EUA e da Inglaterra – na fábrica comprada a preço de banana quando a Marussia entrou em falência ano passado.

O nível de organização do projeto ganhou outro selo de aprovação com a escolha de Romain Grosjean, piloto que teve seus dias de fúria, é verdade, mas hoje é elogiado pela consistência, o que, aliado à experiência, são as duas principais virtudes das quais a Haas precisa neste início de projeto. E a expectativa de que algum piloto vinculado à Ferrari – Gutierrez traria maior potencial de investimento mexicano, enquanto Vergne seria uma aposta mais qualitativa – só aumenta essa sensação de que este é um projeto que caminha de maneira saudável, sem leiloar suas vagas.

Outros nomes com certo peso são o Gunther Steiner, ex-Jaguar e Red Bull, e o aerodinamicista Ben Agathangelou, ex-Ferrari.

A situação não poderia ser mais diferente do trio que estreou em 2010. Primeiramente, suas inscrições foram baseadas na expectativa de um teto orçamentário que nunca saiu do papel. A HRT trocou de dono a menos de 3 meses da estreia, a Caterham (então Lotus) começou a projetar o carro em setembro e a Marussia (então Virgin) sonhava em fazer um carro sem o túnel de vento.

Mas o que seria uma expectativa razoável para o time? No anúncio de Grosjean, falou-se em marcar pontos. Em uma F-1 tão dependente da performance do motor, não parece um sonho distante pensar que um carro que usa toda a parte mecânica e a unidade de potência da Ferrari possa lutar com uma Sauber ou a nova equipe Renault. Mas é claro que ainda é cedo para qualquer prognóstico, haja vista que sequer sabemos se teremos Red Bull e Toro Rosso no grid ou qual o tamanho do salto que a Honda dará em 2016.

Outro ponto nebuloso são os patrocinadores. Sabe-se que Haas tem dinheiro para bancar pelo menos o início da brincadeira, mas nenhum outro parceiro foi anunciado até o momento.

Dito isso, a escolha de Grosjean parece um bom negócio para ambos. Afinal, não foi por acaso que a Renault acabou sem clientes. E, é claro, fica o sonho de impressionar a Ferrari em um trabalho mais próximo dos italianos – principalmente já tendo James Allison como fã em Maranello.

10 Comments

  1. Seja bem-vinda, HAAS! Estarei torcendo pelo seu sucesso! Por todas as características muito bem descritas acima pela nossa querida Julianne, são muitas as expectativas positivas, de que ande na frente da Sauber, no mínimo, (e da McLaren também, ando tão pessimista agora com a Honda, ainda mais se essa dupla Arai-kiri (copyright BRAZ)/Boullier permanecer).

    Grosjean tem um tipo de tocada que me agrada muito. Sempre achei que é mais fácil lapidar alguém muito rápido do que infundir velocidade a alguém naturalmente lento. Romain hoje já está lapidado. Grosjean, além de muita velocidade, tem garra, determinação, vai sempre pra cima, tem arrojo e agora está bem polido pela experiência, apresentando performances sólidas, consistentes, nesses últimos tempos. Veremos quem será o segundo piloto. Eu gostaria que fosse Jean Eric Vergne prioritariamente, ou Kevin Magnussen como segunda alternativa, até para liberar eventual vaga na McLaren, em caso de saída de Button ou Alonso, que, segundo rumores bem recentes, já estão tendo seus nomes ligados à uma transferência para Renault – ou um ou outro. Stoffel Vandoorne deverá se sagrar brevemente o campeão da GP 2 que mais provas venceu, na história da categoria e está prontinho para a F 1, enquanto Kevin Magnussen já teve sua chance e não a aproveitou tão bem assim. Bato o martelo por Vandoorne. Isso se houver mesmo a vaga na McLaren.

    Espero que – passado esse um ou dois anos de estreia, em que disse precisar de pilotos experientes na F 1 – Gene Haas venha a engajar o jovem americano Josef Newgarden, que vem demonstrando muito talento, consistência e velocidade na F Indy. Seria muito interessante ver alguém da Indy comprovadamente competente fazendo o caminho da Indy para a F 1. Já se vão muitos anos que o subestimado Jacques Villeneuve de lá veio, viu e venceu.

    A HAAS nasce bem nascida, pois Gene Haas tem muita expertise como fabricante de ferramental de altíssima tecnologia, além de sólida experiência adquirida nas pistas americanas. Que tenha vida longa e de sucessos, e possa ser mais uma alternativa a tantos imensos talentos que vem surgindo ultimamente e que lamentavelmente correm até o risco de serem desperdiçados por uma F 1 cada vez mais complicada, pelos mais variados motivos, até com perspectivas de abandonos.

    Parabéns pelo post, Julianne, e mantenha-nos informados sobre as nuances da nova equipe.

  2. Será que realmente vai haver esse “salto” de performance da McLaren Honda ? A Ferrari e um bom exemplo de como e possível melhorar a UP de um ano para o outro, ou os problemas das UP da Honda e da Ferrari 2014 são totalmente distintos ?

    • São problemas bem parecidos, Bruno. Daí a expectativa positiva. Farei um post explicando melhor nas próximas semanas.

  3. Gostei do Grosjean na Haas, é mesmo o melhor nome no conceito “experiência”. E se for o Gutierrez o outro piloto, não é de se desprezar, visto o que o Ericsson tem feito esse ano. Tomara que o Gene Haas tenha êxito e mostre pra F1 como se faz uma equipe saudável, com compartilhamento de tecnologias e orçamento controlado.

  4. Espero que o Haas Consiga trazer um pouco do espetáculo que os americanos sabem fazer, e seja o início de futuras mudanças na F1.
    Ju, desculpe mudar de assunto, mas como anda o processo contra o Bernie Ecclestone? Ele pagou o que pediram para encerrar o processo?

    • Ele pagou o acordo e há quem diga que a Alemanha “pagou” de volta, perdendo o GP em 2015.

  5. A Haas vai fazer bonito, e aucam amigo essa do motor da gp2 na casa da honda tem um algo a mas ou foi so um desabafo? Prevejo tempos dificieis pra mclarem honda, parece q o buraco é maior q imaginavamos

    • Pois é, Christian, Alonso até que pegou leve com o “GP 2-engine”, rsrsrs, já pensou se ele mandasse um “FIT-engine”? Hahahaha!!! Infelizmente, a McLaren-Honda de tantas glórias hoje realmente parece uma McLaren-Fit. . . Agora, quem vai saber até onde existem pesadas cláusulas restritivas de saída para Alonso, não é mesmo? Dado o entrevero que houve lá atrás, em 2007, entre Dennis e ele, vai ver que esse contrato está cheio de defesas mútuas, deve ser uma complexa peça de engenharia jurídica. Mas pode-se supor que haja cláusulas de desempenho em favor de Alonso.

      O certo é que já há rumores ligando tanto Alonso quanto Button à nova Renault. Não sei se você também tem a mesma percepção, Christian, mas presumo que Button hoje corre realmente por prazer, sem se colocar pressão, ao contrário de Alonso, que busca um terceiro título e obviamente começa a se desesperar com essa situação terrível. Só queria saber o que Alonso pensa de Boullier, a meu ver muito fracote. E Arai parece a teimosia em pessoa. Creio que uma melhora para a McLaren passa pela saída dos dois e uma revigorada na área técnica: talvez Tim Goss – que inclusive é especialista em turbos – e Neil Oatley andem desmotivados com a renitência de Arai em acatar sugestões e ajuda. Acho que aí é que poderia entrar a habilidade, o poder de persuasão de Boullier – caso o tivesse – para remover a teimosia de Arai, pois, cá de fora, o francês me parece muito submisso ao japonês. Bem, mas não estou lá dentro para ver essas coisas, faço a análise aqui da minha escrivaninha, no escuro. A McLaren precisa de alguém como o Arrivabene, e Dennis a coragem do Sérgio Marcchione. Enfim, a McLaren e a Honda batem cabeça à procura de saídas, e parece que a necessidade vai mesmo dobrar as resistências japonesas, veja essa notícia no Ás:

      http://motor.as.com/motor/2015/09/27/formula_1/1443312046_993296.html

      No fim das contas, amigo Christian, acredito que Alonso vai mesmo ficar com a Honda, pelo menos para 2016, pois a relação risco/benefício de uma eventual transferência para a Renault é mesmo uma grande incógnita. Perdido, perdido e meio. . .

  6. Tenho que acreditar que Gene Haas nao he trouxa e vai investir na F1. Investir para pegar um retorno do dinheiro de alguma forma, algum dia. MAS do jeito que as coisas caminham — Redbull pode retirar 2 times de campo, VW nem entrou e ja saiu, e agora a Sauber e Force India entraram com esse “semi” processo judicial na corte europeia para uma investigacao na distribuicao de $$ F1— nao sei mesmo se Haas arriscaria o patrimonio e tempo dele para uma coisa que nao empolga tanto. Vide TV ratings.

    Faz 20 freaking years que peco calma aos meus amigos estadounidenenses que um dia F1 vai ser bom demais, volta a ter zilhoes de ultrapassagens legitimas, no brazo, na categoria, por prova. Agora jogam essa esperanca para 2017.

    Como empreendedor sofredor torcerei por Haas F1, mas com um pouco de receio dele ter entrado no Bateau Mouche, e ter pago para isso.

    Enquanto isso noticia-se que a CVC esta com um lucro no investimento de quase 1000% ao passo que varias equipes estao quebradas. Ouch. O artista principal he o bufao do circo comandado por you know who.


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