Se há uma certeza na decisão do título em Interlagos, é que a F-1 vai coroar o tricampeão mais jovem da história. Mesmo divididos por seis anos, Sebastian Vettel ou Fernando Alonso, baterá Ayrton Senna, que conquistou o campeonato de 1991 aos 31 anos, 7 meses e 30 dias, pouco mais do que o espanhol terá domingo em Interlagos – 31 anos, três meses e quatro dias. O alemão, que pode se tornar o terceiro tricampeão “genuíno”, em anos consecutivos, da história – e o único a fazê-lo nas três primeiras conquistas – terá apenas 25 anos, quatro meses e 21 dias no domingo.
Será a 27ª vez na história que a decisão vai para a última prova, e pela sexta oportunidade o campeão será conhecido em São Paulo. Para Vettel, seria seu primeiro título na cidade, enquanto Alonso não sabe o que é selar conquistas fora de Interlagos.
O circuito recebe sua sexta decisão, sendo que em apenas uma das cinco anteriores o piloto que liderava a tabela não confirmou o título – Raikkonen, em 2007, tirou diferença comparável aos 13 pontos que separam Alonso e Vettel.
Nas 26 decisões na prova final, dez foram vencidas pelo piloto que estava atrás na classificação, sendo a última delas em Abu Dhabi, quando Vettel bateu o próprio Alonso, descontando 15 pontos. A situação do espanhol, no entanto, é bem diferente do que o alemão viveu em 2010: a vantagem de Seb é, tanto de pontos, quanto de equipamento.
Em condições normais, é de se esperar que ambos cheguem ao pódio, como aconteceu nas últimas quatro provas, dando a Vettel o primeiro recorde de precocidade que Alonso nunca teve. É curioso como a trajetória dos dois em relação a este tipo de número é parecida: o espanhol já foi dono das marcas históricas de precocidade pole, pódio, vitória, campeonato e bicampeonato, todas posteriormente quebradas pelo alemão.
Como salientei no texto anterior, cenários em que Alonso marcou ao menos 13 pontos a mais que Vettel na temporada aconteceram por quatro vezes: nos dois abandonos do alemão (Valência e Itália), quando Seb se enroscou com Karthikeyan na Malásia e quando foi punido na Alemanha. Por isso, a única chance real do espanhol é apostar no imponderável. Uma possibilidade é a chuva, condição em que a Ferrari se mostrou o melhor carro do grid na Malásia e nos treinos de Grã-Bretanha e Alemanha.
Nada impede, claro, que Vettel esteja pelo menos em seu encalce caso a água caia em Interlagos ou que o próprio Alonso se atrapalhe em uma situação em que erros – de pilotagem e estratégia – são mais comuns. Porém, se por um lado toda a lógica aponta para uma decisão morna, por outro há o alento de que, de lógica, Interlagos não sabe muita coisa.
5 Comments
Mais uma vez um post elucidativo, aliás, como sempre.
Aproveito para dar os parabéns pela entrevista sua e do Ico com Lewis Hamilton.
(TOTALRACE: Para romper com qualquer coisa na vida, como nessa sua relação com a McLaren, é preciso dar o primeiro passo. Como foi isso?) Eram as perguntas que ninguém fez e que eu gostaria de fazer.
Abr
Fico feliz que tenha gostado e posso adiantar que temos mais material legal dessa entrevista a caminho. Passarei os parabéns a todos, até porque essa pergunta especificamente foi sugestão do Felipe Motta! Trabalho em equipe…
Perfeito – Crédito pro Motta também! Na espera pelo trabalho duro de vocês do TR. E em falar em trabalho duro, vai dar tempo de elaborar o post das transmissões? Quero ouvir as pérolas do Lobato e do Vega e que os britânicos comentaram sobre Lewis.
Valeu!
Para esse GP não vou ter tempo, mas talvez faça os dois de uma vez na semana que vem
Realmente essa entrevista ficou show de bola, parabéns a td equipe TR.