F1 Turistando na F-1, no caos que conhecemos bem - Julianne Cerasoli Skip to content

Turistando na F-1, no caos que conhecemos bem

É bem verdade que meu conhecimento a respeito da América do Sul é nulo, infelizmente, mas não deixa de me impressionar cada vez que eu piso no México como o povo é parecido com o brasileiro. Há um outro tipo de riqueza na cultura, com civilizações antigas e diversas mesmo dentro do território mexicano, e uma culinária bastante específica, mas a essência está ali, para o bem, do carisma e do “vou te receber com o que eu tenho de melhor”, e para o mal, com o jeitinho e as pequenas vantagens que uns querem ganhar aqui e ali.

Também assim como o Brasil, o México tem a sua grande, borbulhante e complicada metrópole, e infindáveis opções de passeio. Até mesmo as praias podem ser extremamente diferentes entre si, entre o Pacífico e o Caribe, ou mesmo quando a distância é de poucos quilômetros, como entre a batida Cancún e o paraíso quase hippie de Tulúm.

Não é em todo lugar do mundo que você vai conseguir, em questão de horas, se esparramar em uma areia branquinha diante de um mar absurdamente azul, mergulhar em cavernas cheias de peixes e desbravar uma mata tropical para escalar uma pirâmide milenar. E comer bem, muito bem.

Nem precisava de tequila.

No mundo da F-1, contudo, o GP do México divide opiniões (assim, diga-se de passagem, como o Brasil). Como sempre, depende de seu olhar e da maneira como você se adapta ao lugar que está visitando. Continuo os paralelos porque eles são realmente impressionantes: ao se aproximar o circuito Hermanos Rodriguez, a impressão é de estar nas vizinhanças de Interlagos, até parece que as casas antigas que seguem em pé foram construídas na mesma época, e que os mercadinhos são do mesmo dono. Só por essa explicação dá para imaginar que não é dos lugares mais bonitos e tranquilos, e sabemos bem no Brasil que há maneiras de se lidar com isso.

E tem o trânsito, também, igual ao de São Paulo. Se você mora na capital, o que tenta fazer para escapar dele? Tenta evitar horários de pico, certo? Pois, bem. Costumo sair do circuito no México às 17h e termino o trabalho do hotel. Lá pelas 19h, 20h, vou tranquila procurar algo para comer. E muitas vezes encontro colegas bufando e reclamando que perderam 2h no trânsito e odeiam aquele lugar. Tentar sair na hora do rush em uma das maiores cidades do mundo e chegar logo em casa é como ir para Londres só com roupa de calor. É pedir para passar raiva.

Eliminados os percalços da gigante e o mau humor dos visitantes que não conseguem passar da superfície do que ela tem a oferecer, trata-se de uma cidade hospitaleira e cheia de atrativos. O museu de etnologia é um dos melhores que já fui e as referências a Frida Kahlo são mais do que bem-vindas nos dias atuais. Pertinho dali, a meia hora de carro, as pirâmides de Teotihuacan são simplesmente imperdíveis e, pelas datas do GP, dá para ficar uns dias a mais e saborear a incrível festa do Dia dos Mortos. E talvez seja só aí, na maneira como se celebra a vida no que para nós é um pesado e nublado dia de Finados, que a antepenúltima e a penúltima etapas do campeonato se distanciem.

 

RAIO-X

Preços: Esqueci de algo bastante diferente entre São Paulo e a Cidade do México: os preços! É barato se hospedar e comer na capital mexicana, e a comida de rua é sempre uma boa pedida. É melhor evitar os táxis pois eles nem sempre são confiáveis, mas os aplicativos como o Uber funcionam muito bem, e também são baratos. Só os ingressos que não ajudam: o general admission é pouco menos de 900 reais e sinceramente não me lembro de algum lugar bom para ver. Para ficar no estádio, que é a parte mais bacana da pista sem sombra de dúvidas, o ingresso é de 1500.

Melhor época: Muita gente se surpreende ao passar frio na capital mexicana, mas é preciso lembrar que a altitude faz diferença. Então quem não gosta de passar frio deveria evitar a cidade no fim ou no começo do ano. E chove mais durante o verão (que é no inverno brasileiro). Até pelo Dia dos Mortos, a época da corrida é recomendada.

Por que vale a pena? Não é apenas o GP mais próximo do Brasil em termos geográficos, é como saber onde está pisando. A Cidade do México é cheia de opções de passeios a um preço camarada e os mexicanos vão fazer você se sentir em casa. E nem falei da tequila.

10 Comments

  1. Na corrida do ano passado fiquei amigo de um mexicano que estava no Brasil de férias. Fiquei exatamente com essa impressão Juliana…como são parecidos conosco.

  2. Já estou na expectativa pelo turistando na F1 aqui no Brasil. Quero ir ano que ver e suas dicas serão valiosas.

  3. Hola Juliana, fui nos dois GP´s passados mas este nao irei, o legal dai sao os torcedores, a visao da pista eh uma merda se comparamos com Interlagos por exemplo ou Austin, o preco eh caro mas a festa eh que importa e que o Checo pode sempre ganhar segundo os mexicanos.Esse ano tomara que o Ocon vá bem e o Perez chegue atrás dele :), como vivo aquí ha mais de 11 anos se quiser algunas dicas, te dou com muito gusto.Boa sorte e aproveita a festa, tequila, cerveja , prova um mezcal e se puder passear, tem muito lugar ¨padre¨ para conhecer.

  4. O México, assim como vários outros destinos latinoamericanos, é um lugar que eu morro de vontade de explorar e conhecer.

    Bem, o próximo é São Paulo. Vamos ver se vc me ajuda a passear no novo quilombo de zumbi, como definiu um certo poeta.

  5. Como são legais as postagens do turistando!
    Fiquei com grande curiosidade:
    As praias do México são de areia fina como as do Brasil também? Se forem, poderia dizer os lugares que você visitou que seria areia e quais lugares seriam cascalho?
    Certa ouvi uma história de que devido à idade geológica, somente em alguns poucos países como praias do Brasil e Grécia as praias seriam de areia. Em outros lugares como os EUA e Canadá as praias seriam de cascalho devido à pouca idade geológica.
    Tem como confirmar ou desmentir isso pelas suas viagens Julianne?
    Grande beijo e aproveite bem o México!

    • É areia sim. Na Europa realmente é incomum praias com areia, e mesmo na Grécia depende muito do lugar. Na Ásia, sim, há muitas praias com areia bem fina. Estive em países como Vietnã, Tailândia e Camboja e as praias são maravilhosas.

      • Quanta estória pra contar!
        Uma das minhas metas de vida é conhecer uma praia de cascalho, quem sabe em uma corrida da F1 na Europa!
        Desculpe o texto confuso, fui fazer umas correções para deixá-lo melhor e piorei as coisas!
        Kkk
        Grande abraço.

  6. Nato Velloso, tenho grande amiga que reside em Tulum , ainda nao estive lá mas fotos q ela mandar mostram praias maravilhosas, planas , amplas, areia clara e fina, marazul cristal etc e tal.
    Na Europa, um lugar de praias de areia é o Algarve, no sul de Portugal – quem sabe um dia rola um “turistando” daquela região, caso houvesse um retorno da F1 à ‘terrinha’ e escolhessem o autódromo do Portimão como palco (este perto da cidade e aeroporto do Faro).

    • Sim, esqueci do Caribe! Areia finíssima e muito branca, e por isso aquele colorido especial da água.


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