F1 Um campeonato de heros e zeros - Julianne Cerasoli Skip to content

Um campeonato de heros e zeros

Canadá 2011: a última vez em que Massa este numa foto destas

“Não importa quais as circunstâncias ou condições climáticas, sempre há uma variável constante, que é Fernando Alonso ao menos perto da ponta”. Heikki Kovalainen não está sozinho em sua constatação. Na inconstância que vai se arrastando nessa temporada – e já estamos nos encaminhando para a sétima prova, com 30% do Mundial cumprido – o espanhol é a aposta certeira de consistência.

Curiosamente, Alonso tem apenas sete pontos a mais no campeonato deste ano em relação às seis primeiras corridas de 2011. Se por um lado o rendimento do seu carro está mais próximo dos líderes, há mais rivais na mesma toada. Rivais que, o espanhol sabe bem, podem tanto tirar pontos um do outro, quanto dele mesmo.

Mas será possível salvar um campeonato inteiro com ótimas largadas, estratégia e trabalhos de box competentes e ritmo de corrida inteligente?

Jogar no erro do adversário, mirando a cada etapa o rival mais próximo, é arriscado ao longo prazo. E mais: é pouco para colocar Alonso como o candidato a ser batido. Só há uma Malásia no campeonato e, cada vez mais, fica claro que a posição de largada é essencial para determinar as chances de vitória. Após terem encontrado uma importante consistência nas corridas, é isso que Ferrari – em maior escala – e Red Bull têm de procurar.

O mesmo serve para quem está fora da disputa pelo título. Mônaco deixou claro que os sábados têm colocado pá de cal nos finaisl de semana de Felipe Massa e Bruno Senna. Ambos não vêm conseguindo tirar o máximo de seus carros em uma volta e isso mina suas chances na corrida, afinal, quanto mais tempo preso no tráfego, pior para os pneus – que o diga Jenson Button, que vem sofrendo do mesmo mal. Quando Massa se classificou bem, andou junto do pelotão, em um ritmo normal. Isso, duas semanas depois de andar mais de 1s/volta mais lento que o companheiro.

Ninguém desaprende ou reaprende de uma hora para a outra assim. Ou seja, a maior confiança que tinha com o carro, como ele mesmo explicou, por estar acertado de maneira diferente e pelas características das freadas, mais retas, de Mônaco, transformaram seu final de semana. No Canadá, o único motivo para que isso mude é o maior desgaste de pneus, mas um bom teste para essa nova fase do brasileiro será particularmente o terceiro setor de Valência.

Bruno também fala em melhorias na forma de acertar o carro. A equipe, a julgar pelas recentes declarações de Mark Gillian, parece preocupada em entender as necessidades do brasileiro. Senna tem problemas de inconsistência com os pneus nos long runs, mas sua principal pedra no sapato tem sido mesmo a classificação.

Colocar-se em uma boa posição após a primeira volta é fundamental para o desenho da prova de qualquer um – e o caminho até lá não parece claro, ainda mais em um campeonato em que a diferença entre ter a chance de fazer a pole e ficar no Q2 raramente passa de 0s5. Por isso, detratar ou alçar qualquer piloto neste mundial ao posto de novo gênio corre um grande risco de parecer ingênuo algumas etapas depois.

9 Comments

  1. Vendo essa foto, me veio à memória a “teoria” de muitos torcedores brasileiros sobre os equipamentos “diferentes” dados a Alonso e Massa, “teoricamente”, mas se levarmos em consideração os construtores/pilotos, o fato de Massa roubar pontos dos adiversários diretos de Alonso (tudo pode mudar, mas o fato da grande diferença de pontuação entre o brasileiro e o espanhol, o fazem lutar, teoricamente, pela permanência em 2013, além de “contribuinte” para os construtores e escudeiro) é fundamental para a Ferrari, além de evoluir o carro, contar com o brasileiro. Infelizmente já fomos protagonistas nesse jogo, mas por não manter a regularidade, fica difícil exigir “fasther than you” para o companheiro de equipe! Massa deveria se espelhar em Webber: trabalhar olhando para o umbigo, e somar pontos, o resto é lucro!

  2. Pois éh Julianne, hoje ninguem se lembra do Perez.

    • Calma, Bruz! Perez tem velocidade e potencial para ser campeão do mundo.
      O maior problema dele é a extrema juventude de Vettel e Hamilton, e mais 5 ou 6 anos de Alonso ainda “tinindo”.

  3. Juliana sei que eh ¨water under the bridge¨, mas o Barrichello cairia como uma luva num campeonato como este para a Williams, tenho certeza que o pessoal por lah jah deve ter pensado nisso mais que algumas vezes.
    Qto ao Massa, tomara que ele se encontre e consiga um lugar na F1 o ano que vem, jah que acredito que o Perez aterrizara na Ferrari em 2013.
    FP

  4. Desculpe eh Julianne.

  5. Julianne, permita-me fazer uma sugestão: o excelente site http://www.planetf1.com tem uma interessante coluna no dia seguinte aos GPs intitulada “Winners and Losers” (que frequentemente recebe contestações de iracundos e furibundos leitores que não concordam, rsrsrs). Sei que as suas meticulosas e competentes análises até tem bastante similaridade com ela e chegam mesmo a ser bem mais completas, mas gostaria ver sua visão específica sobre cada GP enfeixada em uma coluna assim, abordando pilotos e equipes. Ou você acha que estou sugerindo uma redundância?

    • Obrigado pela sugestão, mas tenho certa resistência em relação a esse tipo de iniciativa. É difícil acompanhar e medir o desempenho de todos para apontar o dedo para os winners e losers. Por isso opto por uma outra alternativa, focando-me nas frases, cujas gravações tenho a oportunidade de ouvir.
      Sei que todos gostam de dar seus pitacos e peço que fiquem à vontade para fazê-lo ao final de cada corrida.

  6. Mônaco foi o último sábado vivo da temporada, as características da pista sempre favoreceram quem largasse na frente. O fato é um só, a importância do sábado vai para as cucuias com a quantidade de pits para troca de pneus… Acontece o mesmo na Indy, onde não é tanto pelos pneus, mas ainda pelo abastecimento também, basta ver a relação entre as poles e os vencedores. Acontece que o sábado já foi encorporado ao espetáculo e tudo que se passa é em função da grana da publicidade, mais visibilidade mais grana. Esse ano é especial, a competitividade foi artificialmente criada, não só pelos pneus que se degradam de forma aleatória a cada GP e pelas regras que retiraram a grande vantagem aerodinâmica que a RedBull possuía… Estão lutando por um teto de custos significando que estão sendo sufocados pelos milhões do austríaco (nome impronunciável, escrever então…) dono da “Coca-Cola do Hitler”, o jocoso apelido do energético, que não tem compromisso algum com o futuro do esporte, só quer saber de exposição para sua marca. Ele perder esse ano é fundamental, não pode haver predomínio a base do abuso financeiro, até porque o mundo está em crise, palavra proibida para o marketing da coisa. E claro por causa do lançamento da Formula One Group na bolsa internacional de Singapura… A competitividade vai continuar chamando à atenção, pois o fracasso do lançamento do Facebook condenou todos os lançamentos para o período breve… Mas, é como o Alonso lamenta, estão atrasando tecnologicamente tanto a F1 que a GP2 já vem chegando. Outro dia o Ecclestone – ele é muito esperto, age pelos contrários, feito o duende que parece ser – desconsiderou o KERS, a única joia rara dos últimos 10 anos aprimorada na F1… Portanto, essa tal de estratégia, não tem beleza ou inteligência alguma, pois é feita em cima de atraso tecnológico proposital, além de chata claro, eu quero ver é o que o Kanaan fez na final da Indy 500 e quase leva, o Nigel Mansel empurrando o seu carro sem gasolina… Agora ficar torcendo pela perna do mecânico não ficar na frente… ou ficar… 😉

    • Aquele duelo do Petrov com o Alonso em Abu Dhabi em 2010 sem DRS foi eletrizante! Um estreante contendo sem erros um monstro sagrado!
      Se houvesse DRS não haveria graça. . . E a ultrapassagem que Koba-san fez em Button naquela mesma pista em 2009, provando que em Abu Dhabi é SIM possível ultrapassar? Para Koba não tem essa de ultrapassagem na base da estratégia de parada nos boxes, nem de aerodinâmica, nem de Tilkódromos! O cara tem apetite!
      Tony Kanaan protagonizou um dos mais espetaculares e impressionantes momentos do automobilismo com aquela relargada no final das 500 milhas de Indianápolis. Levantou duas vezes a arquibancada inteira! Seu terceiro lugar valeu mais que a vitória. Dou mais valor à habilidade, à pura arte de pilotar que a estatísticas, ainda mais em um esporte onde o competidor depende tanto dos meios para obter números. Gosto do espetáculo que gera lendas que perpassam os tempos. Mas é apenas a minha opinião e respeito outras diferentes.


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