F1 Um estouro - Julianne Cerasoli Skip to content

Um estouro

Isso porque estão querendo convencê-lo a renovar por mais de uma temporada...
Isso porque estão querendo convencê-lo a renovar por mais de uma temporada…

Os fatores são muitos para que as equipes fossem relativamente no escuro para a largada do GP da Bélgica. Os carros deste ano foram os mais rápidos desde 2010 na classificação; o final de semana estranhamente sem chuva para a região fez com que a pista fosse ganhando cada vez mais borracha – e velocidade; a combinação de algumas elevações nas zebras e o excesso de vezes que os pilotos abusaram delas; os treinos livres foram interrompidos em momentos cruciais para a avaliação do ritmo de corrida e da degradação; e a temperatura mais baixa no domingo alterou o comportamento da borracha.

E mesmo assim a Ferrari decidiu arriscar fazer 30 voltas em um mesmo pneu. Mas arriscar o quê? Arriscar perder rendimento no final, como deveria acontecer com um pneu degradado. Não abandonar com um estouro que poderia ter acabado de forma muito pior.

Essa é a questão que deve ficar após Spa: não é aceitável que um pneu simplesmente estoure sem aviso por degradação. A irritação de Vettel só evidenciou uma insatisfação que corre à boca pequena no paddock e é dividida por vários pilotos, desde o líder do campeonato, até Fernando Alonso, que tem muito mais com que se preocupar na McLaren. Não é questão do pneu se desgastar, beneficiar a equipe x ou y ou se atende ou não ao pedido de tornar as corridas mais emocionantes. É uma questão de qualidade.

E é claro que, com a restrição de testes e o questionável retorno que a Pirelli teria ao gastar os tubos com um pneu que ninguém gostaria de ter em seu carro de passeio, essa é uma questão difícil de resolver.

Vettel acabou roubando a cena em termos estratégicos, mas houve outras brigas interessantes. Grosjean foi o terceiro melhor carro da pista e mereceu o pódio mesmo não adotando a melhor estratégia – afinal, foi um dos que parou no VSC. Mas a Force India cometeu dois erros que, potencialmente, tiraram o quarto posto de Perez. E a Williams, mesmo quando usou os quatro pneus da mesma cor, também reagiu mal.

Tanto a Force India, quanto a Williams, primeiro caíram na armadilha da Red Bull, que antecipou muito a primeira parada de Daniel Ricciardo, o que já tinha comprometido a estratégia de todos que vinham atrás, e segundo deixaram seus pilotos vulneráveis ao ataque de Kvyat no final por terem parado no VSC. Perez acabou fazendo 12 voltas com o primeiro jogo de pneus médios e 23 com o segundo. Já Massa fez 12 e 22.

No caso da Williams, isso foi ainda mais prejudicial porque, depois de ter problemas de aquecimento com o pneu macio no início da corrida, Massa tinha reencontrado o ritmo com os médios. A troca prematura, contudo, fez com que ele não pudesse usar essa velocidade a mais.

12 Comments

  1. A culpa é da Pirelli, incontestável. Mas a falta de testes também atrapalha a Pirelli. Lançar uma tecnologia nova como as UPs e não dar tempo para testar é falta de bom senso. Como pedir pneus que se desgastam e não estourem também. A falta de testes está sendo um mal da F1. E não adianta alegar economia, é só dividir melhor o bolo.

    • Perfeito, Alexandre.

    • Exatamente Alexandre.
      E pelo que sei (a Ju sabe mais que eu) o simulador é caríssimo.
      Poderiam abolir o simulador e criar uns finais de semana de testes.
      Abs

  2. A Pirelli tem muita culpa em relação ao problema do pneu e é inadmissível uma explosão dessas. Isso é fato incontestável!

    No entanto, todo mundo no paddock sabe perfeitamente que estes pneus não prestam e a Ferrari tinha a consciência desse risco quando armou esta estratégia para o Vettel. Os carcamanos são responsáveis pelo incidente também!

  3. Ju, foi só a estratégia ou a Williams ficou devendo?

    • Ficou sim, especialmente com os pneus macios. Eles dizem que faltou temperatura nos pneus nas primeiras voltas. E também pareciam estar com muita asa para compensar a deficiência aerodinâmica no miolo.

      • Hum!
        E talvez seja justamente esse excesso de asa o responsável por tudo.
        Perderam velocidade em reta e deixaram de gerar temperatura nas curvas.
        Espero que estejam mais competitivos em Monza.

        Grato pela atenção.

        Abs 🙂

  4. Caro Eduardo, assistindo a corrida achei que o Vettel deveria parar faltando umas 12 voltas. O Kvyat vinha andando muito rápido com os pneus macios. Mas como o alemão chegaria em terceiro, a estratégia não foi errada, E o Ricciardo, que tem se tornado especialista em manter um bom ritmo e alongar o trecho com pneus mais duros e voltar voando nas últimas voltas com o pneus mais macios, teria brigado pelo pódio se não tivesse quebrado.

  5. È culpa não é da Pirelli! Eles dizeram que os carros tinham que fazer duas ou três paradas em Spa…e a Ferrari (que este ano tem um carro muito ruim) resolveu apostar em uma parada. Uma aposta que não deu certo!! Facil jogar a culpa neles… Quando o pneu não tem mais banda de rodagem estoura. Eu também sei disso para o meu carro. Eles fazem pneus bons, só que não podem fazer testes durante a temporada para verificar todas as condições….loucura!!! Quando aquele maluco do Bernie pediu para eles de fazer pneus para 20-25 voltas tinha que deixar fazer mais testes: temos mais espetáculo, porém com muita bagunça.


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