F1 Uma rara vitória em casa e a consistência dos líderes #BarçaFacts - Julianne Cerasoli Skip to content

Uma rara vitória em casa e a consistência dos líderes #BarçaFacts

Com a expansão asiática e a diminuição do número de pilotos de alguns palcos tradicionais da Fórmula 1, como Itália e Brasil, a vitória de um piloto da casa anda cada vez mais rara. Fernando Alonso é um dos 12 pilotos do grid que poderia obter o feito em uma temporada na qual em apenas cinco GPs há pilotos correndo diante de sua torcida – os outros são Austrália, Alemanha, Grã-Bretanha e Brasil.

Na verdade, a vitória de um piloto da casa é um evento relativamente raro nos mais de 850 GPs de história da F-1 e se repetiu só em 79 oportunidades, sendo nada menos que nove delas com Michael Schumacher. Foram 43 pilotos que obtiveram esse feito, sendo três do atual grid – além das três conquistas de Alonso, Felipe Massa venceu por duas vezes o GP do Brasil e Lewis Hamilton conquistou o GP da Grã-Bretanha em 2008. Ou seja, antes das vitórias de Alonso em Barcelona e Valência, a última vez que tínhamos visto um piloto celebrando em casa foi no Brasil em 2008.

Outros pilotos que fizeram história vencendo em seus países foram Alain Prost, com seis conquistas na França, Nigel Mansell e Jim Clark, com cinco na Grã-Bretanha, e Juan Manuel Fangio, com quatro na Argentina.

Em termos de pódios em casa, Alonso é o terceiro na história, com nove, atrás de Schumacher (12) e Prost (11). Tanto o espanhol, quanto o alemão, viveram períodos em que tinham duas provas por ano em seus países.

Entre os campeões do mundo, alguns nomes famosos nunca conquistaram as provas caseiras, assim como Sebastian Vettel e Jenson Button no atual grid. Nesta lista estão Graham Hill, Jack Brabham, Alan Jones, Jacques Villeneuve e Jochen Rindt.

O Brasil é o terceiro país com mais vitórias de um piloto nacional, desconsiderando as conquistas norte-americanas quando as 500 Milhas de Indianápolis contavam para o campeonato. Os britânicos viram seus compatriotas vencerem por 23 vezes em seu país e os alemães celebraram por 11 vezes o trunfo de um piloto local. Já os brasileiros celebraram duas vezes com Massa, Emerson Fittipaldi, Ayrton Senna e Nelson Piquet e uma com José Carlos Pace.

Para vencer em casa, Alonso foi o primeiro piloto a conquistar o GP da Espanha em Barcelona saindo de quinto lugar. A única vez que um piloto vencera largando atrás da primeira fila havia sido Schumacher, saindo de terceiro debaixo de chuva em 1996. Na verdade, ninguém no pódio largou no top 3: Raikkonen era quarto no grid e Massa, de nono. Da mesma forma, nunca um pole tinha acabado um GP da Espanha fora do top 5, excluindo abandonos. E, nas últimas oito provas, apenas o GP da Malásia foi vencido, por Sebastian Vettel, pelo pole position.

Mesmo sem pontuar na temporada até agora, Esteban Gutierrez deu um upgrade em seu currículo, marcando a volta mais rápida e liderando a corrida logo em sua quinta largada. Agora, 12 pilotos já lideraram pelo menos uma volta neste ano – na última temporada inteira, foram 13. Quem mais liderou até aqui foi Vettel, com 86, uma a mais que Alonso.

Mr. Consistência

Líder e vice-líder do mundial, Vettel e Raikkonen são os únicos a pontuar em todas as provas até aqui. O alemão, inclusive, não sabe o que é chegar de fora do top 4.

Já o finlandês vem em uma sequência de 22 GPs consecutivos pontuando, a duas provas do recorde de Michael Schumacher, obtido entre 2001 e 2003. A diferença é que, nos dois primeiros anos da marca do alemão, apenas os seis primeiros pontuavam; em 2003, os pontos eram dados aos oito primeiros. Por cinco vezes, Raikkonen ficou de fora do top 6 nos últimos 22 GPs.

Ano passado, Alonso também chegou perto da marca de Schumi, ficando a um GP de igualá-lo. Nas 23 provas consecutivas nos pontos, o espanhol chegou por duas vezes fora do top 6.

Além da sequência pontuando, Raikkonen não sabe o que é abandonar uma corrida há 33 corridas – o recorde, de 41, é de Nick Heidfeld. Outra prova da eficiência do finlandês é o fato de que, nesta temporada, ele sempre terminou a corrida à frente da posição de largada. Para efeito de comparação, nas últimas 13 provas, Mark Webber só terminou por duas vezes em uma posição melhor do que largou.

Quem também demonstra consistência é a Ferrari, que há 39 corridas não abandona por falhas mecânicas. A última vez que isso aconteceu foi com Massa, justamente no GP da Espanha de 2011. O brasileiro, inclusive, tem uma sequência de 24 GPs completados desde o último abandono, pelo acidente com Bruno Senna na Austrália em 2012. Já Alonso passou o recorde extra-oficial de Mark Webber e não tem um abandono por quebra desde sua terceira corrida pela Ferrari, na Malásia em 2010, há 59 corridas.

Já o tipo de consistência de Vettel é outro: desde o GP da Turquia de 2010, a 55 corridas, o alemão não abandona por colisão.

9 Comments

  1. Julianne, não me lembro de Raikkonen tão constante como agora. Talvez nos anos de Ferrari. Ele que sempre teve um histórico de abandonos. Se não me engano, abandonou 33 de suas 100 primeiras corridas.

    • Aparentemente, ele é melhor com os pneus do que em gerenciar os sistemas do carro, como atesta seu engenheiro de motores, o brasileiro Ricardo Penteado.

      • A diferenças é que raikkonen e um racer, corredor natural e extremamente veloz, mas com muito mais experiência e maturidade

    • Os abandonos de Raikkonen, acredito, tiveram muito mais a ver com as características dos carros.

      Na F1 de 2002 não haviam as restrições de gastos de hoje, sendo que câmbios e motores eram usados fartamente. E quebravam mais também, principalmente os motores Mercedes da McLaren. Basta lembrar que em 2005 a McLaren tinha o carro mais rápido do grid, mas vivia quebrando. Kimi abandonou muitas corridas liderando.

  2. Lembro de alguém dizer do Raikkonen que era necessário contruir um trator para que ele conseguisse chegar ao final sem qubrar…

  3. Levantamento muito interessante Julianne, como todos os que você faz. Mas, se me permite:

    – 79/850 é um número bastante razoável. Mas concordo que nos últimos anos as vitórias caseiras tem sido raras

    – Villeneuve e Rindt correram pouquissimas vezes em casa com carros vencedores. Aliás, Villeneuve só teve chances de vitória em suas três primeiras temporadas, isso se considerarmos que a Williams de 98 tinha alguma chance (não venceu nenhuma e, senão me engano, não foi segundo em nenhuma)

    • Também achei o número razoável, mas no passado era muito mais comum ter pilotos correndo em casa, com as provas sendo basicamente realizadas na Europa.
      E sim, Villeneuve se encontrou algumas vezes com o muro dos campeões, não? Mas Gilles também teve poucas chances e não desperdiçou…

      • Tive a curiosidade de fazer um levantamento rápido (e com o risco de ser impreciso): nenhum campeão do mundo venceu corridas numa única temporada e apenas três campeões venceram corridas em duas temporadas (a que ganharam o título mais uma): Phill Hill, Villeneuve e Rindt. Eles realmente tiveram poucas chances de vencer em casa.

        Mas concordo contigo sobre os maus desempenhos dele no Canadá. Não tenho todas as corridas dele em memória, mas nos dois anos em que poderia ter ganhado, ficou em 2º em 96 e bateu no muro dos campeões em 97 (jogou a corrida fora, assim como Schumacher). Nos outros anos sequer pontuou em casa, mas seus companheiros também não, exceto o 4º lugar de Massa em 2005 (Frentzen foi abalroado na liderança em 98).

  4. E a McLaren pontuando em 63 corridas… consecutivas!!! Claro que em algum GP isso vai acabar! Do jeito que a McLaren está mais para “McLata”… pode ser em Monte Carlo… ou não!


Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquise
Redes Sociais
As últimas
Navegue no Site

Adicione o texto do seu título aqui