F1 Turistando na F-1 e o pato de Silverstone - Julianne Cerasoli Skip to content

Turistando na F-1 e o pato de Silverstone

Não vou tentar soar otimista: o GP da Inglaterra costuma estar nas listas dos piores da temporada para quem trabalha na F-1 – e para mim está no top 4 junto com Brasil, Bahrein e Hockenheim. No meio do nada e com poucas opções de acomodação e restaurantes, pode ser empolgante no início por conta de toda sua tradição, mas rapidamente se torna enfadonho. O cenário sem graça de um antigo aeroporto militar também não ajuda, assim como a pista, que perdeu muito de seu charme após as mudanças feitas nos últimos anos.

Para piorar, há o clima, que parece mudar a cada cinco minutos, dando a impressão de que você sempre escolheu a roupa errada. E não vale falar que a Inglaterra em geral é assim: Silverstone é definitivamente pior que Londres nesse sentido.

Mas também não vou mentir que os torcedores parecem curtir bastante. Assim como na Áustria, há muitos acampamentos, com um bônus de poder se hospedar em Londres e contratar ônibus para ir e voltar todos os dias com comodidade, além da possibilidade de pegar um trem até Milton Keynes. Isso talvez melhore a experiência como um todo.

O que também parece animar a torcida são as atividades na fanzone, incluindo shows – neste ano, a principal atração é o Travis e, se tudo correr como planejado, como fã de Britpop, não vou faltar nessa!

Fora do GP, não há grandes atrativos na região, cercada por cidades industriais como a própria Milton Keynes, fábricas de equipes, como Force India, McLaren e Mercedes, e pequenos vilarejos. Em um deles, Towcester, está o restaurante preferido de Ayrton Senna na região, o Rice Bowl. Não me pergunte o porquê.

Muito em função disso, jantar pelo menos uma vez lá se tornou tradição, não apenas entre os brasileiros. Mas posso confessar algo? Eita pato seco! Melhor mesmo uma Guinness ao som dos clássicos do rock inglês. Mas isso não precisa ser em Silverstone, né?

RAIO-X:

Preços: gastar em libras já pesou mais, mas ainda é um problema. O custo depende de seu planejamento, pois os hoteis perto são raridade, mas há a possibilidade de ficar em cidades maiores que tenham transporte para a pista, ou então alugar um carro. Os ingressos são salgados: o general admission chega perto dos 1000 reais, mas há pacotes para famílias.

Melhor época: Não aconselharia ninguém a se deslocar até Silverstone se não for para ver alguma corrida, a não ser que esteja em alguma cidade próxima. Em termos de clima, o ano inteiro basicamente tudo pode acontecer. Inclusive ao longo de um mesmo dia.

Por que vale a pena? Pela tradição, atividades extra-pista e para ver de perto como os ingleses celebram o automobilismo.

7 Comments

  1. Ju, os jornalistas conseguem curtir um fim de semana de corrida, ou a carga de trabalho é alta demais?

    • Conseguimos sair para jantar e é isso, pois trabalhamos umas 10h por dia de quinta a domingo. Ontem tivemos um jantar gostoso com a mídia brasileira e parte da alemã. Onde? No restaurante do pato, claro!

  2. Agora fiquei imaginando o Hamilton, logo após fazer a troca de pneus obrigatória, caírem as primeiras gotas de chuva, quando começa: “♪ ♫ Why does it always rain on me…♫ ♬♪”

  3. Olá, tudo bem?
    Alguma possibilidade da F1 voltar para Brands Hatch, depois do anúncio sobre Silverstone sediar a prova somente até 2019?
    Pessoalmente sempre gostei mais do traçado de Brands Hatch do que Silverstone, ainda mais depois das modificações que fizeram, como você comentou.

    • Acredito que seja preciso uma boa reforma e na Inglaterra, como em vários países europeus, o governo não quer colocar a mão no bolso.

  4. Olá, você tem sido uma grata surpresa na, na renovada e surpreendente F1!
    A F1 aproximando-se dos fãs e seus comentários e sacadas levando-nos para dessa F1…
    A F1 talvez seja o que mais curti desde 1974! Então já vivenciei grandes momentos dela…
    Adorava e adoro os comentários do Ico e agora em dupla está super prazeroso ouvir corridas de F1 pela Band.
    Obrigado!


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