F1 Os piores de 2010 – e o que esperar deles em 2011 - Julianne Cerasoli Skip to content

Os piores de 2010 – e o que esperar deles em 2011

Aí vai outra irresistível lista, agora com momentos, decisões e performances com as quais poderíamos ter ficado sem em 2010. Às vezes pela expectativa criada, outras pelo barulho gerado, deixaram um gosto diferente na boca e abriram a discussão para o ano que vem: será que vai ser diferente?

Ia fazer o top 5 dos piores pilotos da temporada, mas fica difícil avaliar nas equipes médias e pequenas, porque sabemos que muitas vezes o equipamento dos 2 pilotos não é o mesmo, vide Di Grassi e Liuzzi.

Ferrari na Alemanha

Quem visita este espaço sabe da minha visão sobre ordens de equipe, visíveis ou não, mas o circo da Ferrari na Alemanha está aqui mais pela reação e a má publicidade gerada ao campeonato. Imagem é tudo, como bem descobriu a Red Bull, e eles se colocaram em maus lençóis com o público, talvez sem necessidade.

Massa se deixou ficar à sombra de Alonso

É óbvio que foi uma polêmica que veio para o bem. Ninguém deixou de dar ordens de equipe depois de sua proibição, em 2003, e mesmo o público mostrou condescendência com a prática, quando ela decidiu campeonatos ou ficou escondida por códigos. Quem sabe agora surja uma regra mais passível de ser respeitada.

Felipe Massa

Em seu 5º ano como piloto titular da Ferrari e vindo de um crescente contínuo, andando muitas vezes de igual para igual com Raikkonen, era de se esperar que Massa desse trabalho para Alonso. Ao final de 19 etapas, não sobraram nem as provocações fora da pista – quem não se lembra do “é lógico que ele sabia de tudo” sobre o episódio de Cingapura assim que o espanhol fora anunciado como seu companheiro? –, nem a “conversa” que importa, dentro dela.

Nos bastidores, é difícil imaginar que Felipe consiga trazer a equipe de volta a seu lado, como acontecia com naturalidade nos tempos do finlandês. A maneira como Alonso lidou com a equipe fora das pistas foi perfeita. Dentro delas, é bem provável que o problema com o aquecimento de pneus seja atenuado, mas há um porém: a principal arma do F10 era o baixo desgaste de pneus e a falta de temperatura em uma volta lançada ou em largadas e relargadas é consequência direta disso. Até que ponto a Scuderia vai arriscar fazer um carro mais agressivo com os pneus para melhorar na classificação e prejudicar seu ritmo de corrida?

Michael Schumacher

Era muito esperar que um piloto voltasse de 3 anos de inatividade, andando ao lado de meninos com até metade de sua idade e com regras – desde o corte nos testes, passando pelo banimento do controle de tração, diminuição dos níveis de downforce, e, é claro, pelos pneus dianteiros mais estreitos – muito distintas. Mas, se alguém poderia consegui-lo, era ele.

Alguém aí tem uma máquina de ler pensamentos?

No entanto, tudo isso, somado a um carro deficiente, provou ser demais até para a lenda Schumacher, que teve algumas atuações que beiraram o ridículo, como China e Cingapura. Sua atitude fora das pistas, por outro lado, mantendo por todo o ano o sorriso que não aparecera muito durante a carreira, surpreendeu. Pelo menos publicamente, não reclamou do companheiro, não cobrou tratamento diferenciado. Só está esperando o carro do ano que vem, que, garante Ross Brawn, será feito à sua feição. O chefe da Mercedes está tentando a mesma receita de 2009: parou o desenvolvimento cedo e centrou esforços no projeto seguinte. Se funcionar, por quanto tempo teremos o Schumi “paz e amor”?

Procissões

Sempre apontado com o vilão da emoção na F1, Hermann Tilke passou longe das pistas que tiveram o menor número de ultrapassagens do ano. E foram as suspeitas de sempre: Mônaco, Japão, Hungria e Espanha.

Quando todos os olhos estavam voltados para a F1... vimos isso

Porém, foi quando os olhos do mundo estavam voltados para a F1, nas corridas de abertura e encerramento da temporada, que tivemos as provas mais frustrantes. Visitamos circuitos que são mais belas locações que pistas propriamente ditas, à serventia do bolso e da expansão mercadológica de Ecclestone, que pouco se interessa com o que acontece por míseras 2h no domingo. Ambos, Bahrein e Abu Dhabi, Tilkódromos. Ambas provas que já podem ser somadas às várias vezes que a categoria fez de uma oportunidade um tiro no pé.

Não que só haja beleza em corridas com muitas trocas de posições: o ritmo de Webber de pneu macio usado em Hungaroring para fazer o pitstop e ainda voltar na liderança ou a atuação à prova de balas de Alonso em Cingapura, para ficar em 2 exemplos, valem tanto quanto uma disputa lado a lado. Mas essa é uma paixão que se adquire com o tempo. Para ganhar espectadores, talvez seja necessário algo mais.

Saldão de pilotos na Hispania

Confiar a Colin Kolles o cargo de chefe de equipe já deveria ser, por si só, um mau sinal. Combine isso com um time inexperiente e dependente de recursos trazidos por pilotos e você chega no nível de amadorismo da Hispania. Andar o fundo do pelotão, bem atrás até do penúltimo time, já vimos muitos fazerem, mas chegar ao ponto de vir à público com uma história de que Bruno Senna havia mandado um e-mail por engano ao chefe criticando o time para explicar sua ausência do GP da Inglaterra beira o ridículo. Verdade ou invenção, que fique na máquina de lavar da equipe.

Enquanto isso, no outro lado da garagem, era Yamamoto que assumia o volante, mesmo que fossem os patrocínios de Chandhok que o estampassem. O último a entrar no saldão foi Klien, de longe, o mais experiente deles, mas que provavelmente levou menos dinheiro, e curiosamente só fez 3 provas. Não deveria surpreender. Afinal, o que dizer de uma equipe que apenas no GP do Canadá chegou à milhagem que a Ferrari conseguiu nos testes de pré-temporada e usou a mesma asa a temporada toda, de Mônaco a Monza? Nesse ritmo e com essa gestão, pode não haver 2011 para os espanhóis.

6 Comments

  1. As procissões sempre existiram, é normal e tolerável dentro duma temporada. Assim como é bom haver pistas rápidas e desafiadores, é preciso haver outras mais lentas e técnicas, que exijam outras habilidades que não sejam o simples pisar fundo. Por isso não me incomodo com corridas como as de Mônaco, Hungria, Suzuka e até mesmo a horrorosa Barcelona. Agora, se você pensar bem, todos estes circuitos estão no calendário a cerca de 20 anos ou mais. A antiga Hockenheim, a Silverstone dos anos 80, Imola sem chincanes, Estoril cheio de curvas longas e rápidas, Osterreichring, Zandvoort, etc. Naquela época, havia circuitos rápidos para fazer contra-ponto aos travados.

    Até aí tudo bem, mas os circuitos novos que vieram preencher o calendário, praticamente todas criações do Tilke, têm a mesma natureza, uma ou duas retas e o restante sendo excessivamente lento e travado. Deu no que deu, são pistas de downforce máximo que exigem toda a eficiência aerodinâmica possível. Soma-se a isso os pneus excessivamente resistentes da Bridgestone e os carros extremamente sensíveis à turbulência; não dá para esperar qualquer coisa que não seja um ano de procissões. Apenas quando o clima intefere ou os pneus têm péssima adaptação é que se pode esperar um pouco mais na maioria das corridas, em especial nos cirucitos mais novos.

    Não dá para demolir e reconstruir circuitos. Os carros não vão mudar tão cedo. As esperanças para um 2011 melhor estão na Pirelli, mas é pouco. Acho que as procissões e obras do Tilke estarão nesta sua mesma lista ao final da próxima tempoada

    • Sim, concordo. E ficarão na lista pelo tempo que for necessário. Não é porque sempre acontece que tem que ser deixado de lado. O Di Grassi falou ao Fábio Seixas algumas das ideias que tem trocado com o Tilke. Parece que alterando um pouco a topografia dos circuitos há solução. Veremos.

  2. na minha visão de corrida de automovel, o mais triste é a terrível procissão. O negócio que mais admiro é tipo em Monza, o cara se aproxima da caixa de câmbio do cidadão pra pegar o vácuo, tira de lado e com a chegada da chicane, derrete o disco de freio pra disputar espaço. Ou então fazer uma 130-R ou uma eau rouge no talo, sem aliviar pra desafiar o limite do carro. Isso não pode acabar e é preciso um movimento pra pilotos e quem realmente entende de F-1 pra tirar o Tilke do posto ou no mínimo propor mudanças em alguns traçados que só ele acha “lindo”.

  3. E por um acaso o DI Grassi estaria na lista dos piores?

    Olha, talvez você só analise os treinos classificatórios.
    Justamente pela diferença do carro, não tinha como o brasileiro fazer melhor, normalmente com um carro de 0.3s a 0.6s mais lento.

    Mas mesmo assim, nas corridas, que é o que vale realmente, teve um desempenhomuito equilibrado com o companheiro de equipe, conseguindo inclusive os melhores resultados da equipe, e ficando a frente no campeonato.

    Tudo isso, com um piloto bom e experiente como companheiro de equipe.

    Ou seja, compensou toda essa desvantagem graças ao grande talento que possui.

    Portanto, acho que se ele estivesse em alguma lista, não deveria ser dos piores.

    A autosport inclusive divulgou um ranking lá pelo 10º GP eo colocou como 12º melhor piloto da temporada, melhor novato disparado.

    Esqueci ainda de falar dos poucos erros. Foram 2 em toda temporada, novamente entre os novatos disparado o que menos errou, e certamente um dos 5 com menos erros entre todos os pilotos do grid.

    • A frase é “fica difícil avaliar nas equipes médias e pequenas, porque sabemos que muitas vezes o equipamento dos 2 pilotos não é o mesmo, vide Di Grassi e Liuzzi.” Em outras palavras: seria injusto avaliar pilotos como Di Grassi e Liuzzi, que tiveram equipamentos diferentes.

  4. os piores foram ruins mesmo! a ferrari, pelas mancadas em 2010, como você mesma disse Ju, foi alçada à favorita muito em decorrência do talento de alonso! massa não correspondeu, e acredito que a pressão em 2011 será altíssima! com a volta do kers, saída dos defletores duplos e túnel aerodinâmico, além da chegada da pirelli pode haver uma reviravolta espetacular! acho que os anos serão o maior inimigo de shumacher, mesmo com um carro à sua feição! quanto as procissões, fica uma dúvida pois, com as mudanças, mesmo que pequenas, muitos que estão por cima hoje, podem encontrar dificuldades! a hispania, poderia ser considerada um país de 3º mundo, em um encontro do g7! o quê estou fazendo aqui???? pelo fato das mudanças, e pela safra atual, mesmo com todas limitações dos tikódromos, acredito que 2011 poderá superar 2010!!! façam suas apostas!


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