F1 Nanicas evoluem e Caterham começa a incomodar - Julianne Cerasoli Skip to content

Nanicas evoluem e Caterham começa a incomodar

Seria o desempenho de Trulli ano passado fraco demais ou Petrov realmente vem fazendo um bom trabalho para a Caterham? O russo pode estar devendo para Kovalainen em classificações, mas tem sido mais veloz nas corridas. O mesmo não se pode dizer da Marussia, que tem neste ano um duelo menos intenso do que em 2011: Pic não tem conseguido andar no ritmo de Glock, ao contrário das primeiras provas de D’Ambrosio. Já na HRT, Karthikeyan nunca teve um companheiro com desempenho tão próximo ao seu – e ainda assim levou quase meio segundo em média nas classificações até aqui.

Mas o que interessa em relação às nanicas nem são tanto os duelos internos. É marcante a evolução destas equipes, muito embora isso fique eclipsado para o público em geral, tamanha a disputa na ponta.

Nas quatro provas até aqui, apenas na Malásia houve queda em relação ao melhor tempo do Q1, sendo que a evolução mostra uma HRT mais próxima da Marussia. Mas quem mais cresceu foi a Caterham, que já pode começar a sonhar em entrar no Q2 em condições normais, sem contar com erros ou problemas mecânicos nos rivais.

Um problema para Kovalainen e Petrov poderia ser o fato do grid estar bem mais apertado do que ano passado. Afinal, o melhor tempo do Q1 era difícil para boa parte do pelotão igualar em 2011, ao passo que neste ano temos visto três ou quatro décimos separando os 11, 12 primeiros com frequência. Mas a distância em relação ao rival mais próximo – na maioria das vezes, a Toro Rosso – caiu ainda mais que a diferença para o primeiro colocado: chegando, no máximo a 1% do tempo. No Bahrein, inclusive, Kovalainen conseguiu se colocar no Q2, superando Schumacher e Vergne.

Nas corridas, também já há uma melhora. Por enquanto, a Caterham não lidera o campeonato das “novatas” justamente porque abandonou com ambos os carros na prova com mais DNFs até aqui, na Austrália. Fora isso, tivemos ao menos um carro de cada uma destas equipes cruzando a linha de chegada em todos os GPs, levando no máximo 2 voltas – em 2011, a Marussia chegou a levar 4 no início do ano e a HRT, 3. Na China, por exemplo, todos foram ultrapassados pelo líder apenas uma vez, algo que não acontecera em 2011.

Assim, se há uma séria candidata a permanecer na F-1 é a Caterham, enquanto Marussia e HRT, mesmo melhorando, ainda têm um longo caminho a percorrer. Afinal, quando o máximo permitido na classificação é um tempo 7% pior que o melhor do Q1, o que dizer de um time que, em seu terceiro ano de vida, ficou a 6,5% até do rival mais próximo fora as “novatas” na Austrália?

Porcentagem em relação ao melhor tempo do Q1

Porcentagem em relação ao rival mais próximo entre não estreantes em 2010

Kovalainen vs Petrov

Posições de Chegada

2012 Kovalainen Petrov
Classificação 4 0
Diferença média em classif. -0.446
Corrida (completadas) 0 3
Abandonos 1 1
Voltas à frente 48 150
2011*    
Classificação 4 0
Diferença média em classif. -0.387
Corrida (abandonos) 1 (1) 1 (1)

*em comparação com Trulli

Glock vs Pic

Posições de Chegada

2012 Glock Pic
Classificação 3 1
Diferença média em classif. -0.327
Corrida (completadas) 3 0
Abandonos 0 1
Voltas à frente 154 32
2011*    
Classificação 2 2
Diferença média em classif. +0.146
Corrida (abandonos) 0 (1) 2 (1)

*em comparação com D’Ambrosio

De la Rosa vs Karthikeyan 

Posições de Chegada

2012 De la Rosa Karthikeyan
Classificação 4 0
Diferença média em classif. -0.477
Corrida (completadas) 3 0
Abandonos 0 0
Voltas à frente 105 58

3 Comments

  1. Ju, apesar da falta de estrutura, é nótavel o crescimento das pequenas. Até que ponto vc acha que a falta do difusor soprado(que tornava as grandes de outro planeta) e os pneus mais sensíveis e próximos, que dependem não apenas do melhor carro, mas também da estratégia, da calibragem, do acerto, influenciaram nesse crescimento?

  2. O interessante da evolução da Caterham é que de certa forma ela influi na estrategia das outras equipes, pois para não ser eliminado logo no Q1, alguns pilotos são obrigados a queimar um pneu macio extra para garantir a passagem para o Q2. E hoje, ter um pneu extra zerado pode fazer enorme diferença no domingo. Se o Petrov melhorar a sua classificação, aumenta o risco de degola no Q1 para as equipes estabelecidas.

    Indiretamente, a Caterham pode ser o fiel da balança do final de semana.

    Incrível a HRT conseguir sobreviver até hoje, sem ter praticamente nenhum patrocinador estampado no carro. E a Marussia prova que apenas simulador e CFD não é suficiente para desenvolver um bom carro. E o Tony Fernandes não é nenhum aventureiro como foi o Richard Branson no início da Virgin/Marussia.

  3. Eu esperava mais comprometimento de Branson, um cara vencedor em tudo o que faz, quando ele resolveu apoiar a Manor em seu salto para a F 1. Tony Fernandes está provando que gosta mais de F 1 e parece que chegou para ficar. E, até onde eu sei, até hoje Branson não pagou a aposta que perdeu para Fernandes, por ter a equipe de Tony se saido melhor no campeonato: fazer um vôo vestido e servindo de comissária na companhia aérea deste, a Air Asia. Foi adiando, adiando, e até hoje não vi essa notícia.


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