F1 Uma hora de tensão pura - Julianne Cerasoli Skip to content

Uma hora de tensão pura

“Tinha decidido colocar combustível apenas para uma volta, mas cometi um erro na configuração do carro, que fez com que o equilíbrio de freio estivesse completamente errado. Daí, não tive uma segunda chance por causa do combustível. Então, meu melhor tempo acabou sendo com os pneus usados.”

O relato de Kamui Kobayashi sobre sua classificação para o GP da Índia é prova de quanta coisa pode dar errado naquele que é, talvez junto da largada, o momento de maior tensão em um final de semana de corrida.

São várias as decisões que podem levar uma classificação do céu à terra. A começar pelo momento em que se decide sair dos boxes: em uma sessão como da Índia, por exemplo, em que a pista evoluía a cada minuto, você vai optar por deixar para a última hora ou garantir que não será atrapalhado pelo tráfego? E apostará tudo em uma volta lançada, como fez Kamui, ou dará mais margem no combustível?

A questão do tráfego é sempre importante não apenas na volta em si, como também na hora de aquecer os pneus. Que o diga Mark Webber, que afirmou ter perdido a pole justamente por um trabalho mal feito com os compostos.

E há também as configurações de volante citadas por Koba. Um erro no diferencial, um ponto de freada perdido e lá se vão décimos preciosos, principalmente em um treino no qual 11 pilotos ficaram separados por cerca de 1s no Q2.

Além dos problemas de sempre, a tomada de tempos na Índia teve outro fator complicador: a pista. “Há muitas chicanes e entradas de curva rápidas. Você tem de ser muito preciso. Se você sai um pouco da trajetória, perde tempo. Vimos muitos cometendo erros, do começo ao fim do grid.” De fato, Massa, Hamilton, Vettel, para citar alguns, foram pegos de surpresa pelas armadilhas do veloz sobe e desce indiano.

Um carro equilibrado, claro, sempre ajuda. Porém, com tantos fatores que podem dar errado dentro de uma hora de treino, há de se respeitar quem, corrida sim, corrida também, consegue escapar de cada uma das armadilhas.

5 Comments

  1. Tava me perguntando porque o Kobayashi só fez uma tentativa. Caramba, esse post veio por encomenda! Muito legal mais esse aspecto da competição, Julianne. Obrigado pelo post!

  2. Ou seja, diferente do que Alonso afirma e quer que acreditemos, sua batalha não é apenas contra Adrian Newey. Vettel está pilotando muito também e é concorrência forte ao espanhol.

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    Juiianne,
    Tenho a impressão de que se Vettel fosse companheiro de Alonso na Ferrari ele não teria feito as proezas que Alonso fez e estaria atrás do espanhol, mas a recíproca é verdadeira, se ambos fosse companheiros na Red Bull Alonso certamente estaria atrás de Vettel. Esse conjunto Vettel/Newey/Red Bull é simplesmente imbatível na Fórmula 1 atual. Talvez nem Hamilton conseguisse bater Vettel se fosse companheiro dele na Red Bull, pois o que marca o alemão é a precisão de sua extrema velocidade. Hamilton é tão ou mais veloz que Vettel, mas não é tão preciso. Vettel neste aspecto lembra muito Clark, não tem um estilo tão espetacular, mas é de uma precisão absoluta em sua velocidade.

  5. Ju, vale ressaltar que o Koba errou na configuração do volante devido a uma pane (“black out”) na telemetria. A Sauber até admitiu que o japonês não teve culpa nenhuma. Só o azar de ter colocado combustível para apenas 1 volta.

    A sorte – e a falta dela – entram nesta equação, também.

    Abs!


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