O GP da Itália será palco de mais um capítulo da cada vez mais quente batalha entre Nico Rosberg e Lewis Hamilton, mas também será um jogo de xadrez para as equipes em termos de acerto. É fato que todos terão de usar configurações de baixa pressão aerodinâmica para não perder terreno nas retas – ainda mais neste ano, em que os carros estão ainda mais “soltos” devido ao regulamento – mas o quanto vale a pena sacrificar nas freadas?
Afinal, um carro com pouco arrasto também é um carro mais difícil de controlar e, ainda que Monza só tenha seis freadas, contornar as chicanes e as três curvas “de verdade”, Biassono, Lesmo e Parabolica com estabilidade é fundamental tanto para ter um bom tempo de volta, quanto para manter-se à frente de seus adversários na corrida.
Mas vencer em Monza não depende apenas do acerto. Parte pelo pit lane longo, parte pela ausência de curvas de baixa velocidade, a estratégia tem uma importância fundamental: ganha quem conseguir parar menos vezes sem, é claro, ter de diminuir demais o ritmo para poupar pneu.
Como a Pirelli traz a Monza seus compostos mais resistentes da escala – médio e duro – é muito provável que todos façam uma parada em situação normal. Porém, podem haver diferentes ideias em relação ao pneu com que se larga (abrindo a possibilidade para quem estiver nas primeiras posições fora do top 10) e o momento correto para parar. É possível que um piloto acabe antecipando sua parada para vencer alguma batalha pontuar com um undercut e sofra para se segurar no final.
Esta será uma decisão difícil para os estrategistas porque, tradicionalmente, é difícil ultrapassar em Monza e, como os carros já estarão usando acertos de baixa pressão aerodinâmica e asas bastante pequenas, o efeito do DRS não é tão grande. Portanto, caso não haja uma diferença considerável de motor, por exemplo, o jeito será correr o risco de passar por meio da tática.
Falando em DRS, como ele diminui ainda mais a pressão aerodinâmica, corre-se um risco incomum nesta temporada: ver carros batendo no limitador de giros. Como a partir deste ano a relação de marchas é fixa, os engenheiros tiveram de trabalhar mais longe do limite em comparação com temporadas anteriores. Porém, quem tiver uma relação mais curta, favorecendo as retomadas de velocidade, pode sofrer mesmo usando a oitava marcha em Monza e virar alvo fácil no final das retas. Vale lembrar que a adoção de uma nova relação de marchas pela Red Bull (é permitida uma troca por ano) foi um dos fatores que permitiu a vitória de Daniel Ricciardo em um circuito no qual, no papel, um bom rendimento do RB10 seria improvável.
8 Comments
Será uma corrida morna na pista e definida na estratégia?
Se é difícil ultrapassar, quem contornar a primeira chicane na frente, entre Hamilton e Rosberg, deve levar a corrida. A menos que haja outro enrosco.
Caso haja algum enrosco, pode sobrar para o Ricciardo que tem conseguido economizar pneu e está na fase que tudo da certo. E com a velocidade demonstrada em Spa, não deve ser um alvo fácil da Willians em reta.
De resto, não dá para saber o que o Vettel fará nesta fase de inferno astral. O Alonso deve ficar entre 4o e 7o.
Depois vem a McLaren.
E já que os carros devem chegar a 250, deverá ter muita gente passando reto na primeira chicana.
Eu acredito que vamos ter mais ultrapassagens do que o normal dessa pista, já que esses carros de 2014 consegue entrar no vácuo mais fácil do que nos anos anteriores.
Em relação a parada, vc está certísssima, porque como a velocidade é muito alta em Monza, esse limite de 80Km/h para a area do pitlane, é muito baixo e como se perde muito tempo comparado com quem vem voando na reta, quem parar uma vez mais pode ser dificil de recuperar.
Vai ser realmente um xadrez para os estrategistas, já que a previsão é de calor forte e sol para os horários de treinos, classificação e corrida, com alguma chuva pela parte da manhã.
Calor e retões, acho que vai ter Williams no pódio. Acho que vai ter uma briga boa entre Ferrari e Williams já que a diferença nos construtores é de 10 pontos a favor da equipe da casa.
Mas o que todos querem ver mesmo é mais um round da luta Nico x Lewis.
Julianne, nao vai ter mais “GP por brasileiros, ingleses e espanhois”?
Parabens o Blog esta como sempre super super!
Etel.
Ela tinha nos avisado no último post da série q ia ter um recesso. Mas, se não me engano, voltará para esse GP.
me enganei, só no GP do Japão!
Julianne, somam-se a esses fatores descritos por você a possibilidade de vermos já agora as primeiras quebras de PU’s por fadiga? Ou as equipes que ainda eventualmente as possuem zero km deixarão para estreá-las em momentos mais decisivos do campeonato? Faço as perguntas considerando que Monza é pista de altíssima velocidade, que exige muito dos motores e, por isso, em tese, requerendo a utilização de unidades novas, zero km.
Na questão de pilotos, o que será que a Equipe Mercedes quis ou quer dizer com “um novo incidente não será tolerado”? Ela vai dar umas palmadinhas na criança teimosa? Ou vai rescindir o seu contrato? Ou vai leva-lo ao Tribunal Penal Internacional de Haia? Ou é tudo papo furado? Ou será um salve-se quem puder apesar de tudo? Ou dependendo do que acontecer vai definir logo e de vez quem é o primeiro piloto? Considerando que haja um abandono de Nico por toque entre ele e Hamilton (não importa por culpa de quem), na próxima corrida, Nico seria designado logo como primeiro piloto por ainda restar com no mínimo quatro pontos à frente? E ainda mais na hipótese de Ricciardo vencer, ameaçando levar o título de pilotos? Muitos fãs da F 1 já estão dizendo que agora vai ganhar quem for mais leal com a equipe, mas na pista, com essa diferença de 29 pontos, Hamilton precisa atacar e Rosberg apenas se defender. Então, com essa atual diferença, a posição do inglês, pela lógica, está fragilizada. Terá que correr e atacar com extremo cuidado.
PS: http://www.gptoday.com/full_story/view/499298/Mercedes_could_drop_one_of_its_drivers/
Vejo mais um jogo político dentro da Mercedes. Os dois pilotos sabem que a Mercedes deve ser dominante por algum tempo, então não podem lutar de uma maneira que sua permanência fique insustentável. E sim, existe essa vantagem de Rosberg. Porém, lembremos que esse carro não se mostrou tão confiável, então prever que teremos procissões até o final do ano me parece um exagero. O campeonato está aberto.
Faço apenas duas observações, Julianne, sem qualquer insinuação: historicamente – e isto é fato – o carro de Rosberg tem se mostrado muitíssimo mais confiável que o de Hamilton. Hoje, por exemplo, Lewis perdeu metade do segundo treino com problemas em seu carro, sem conseguir sair. A outra é que Rosberg já renovou seu contrato por vários anos e Lewis e a Mercedes concordaram em deixar a renovação do contrato de Hamilton para ser decidida mais à frente. Também é um fato.
Na verdade, o carro é excepcional e ainda será dominante por algum tempo como você disse. Se alguém resolver sair da equipe estará abrindo mão de oportunidades fantásticas e concretas.