F1 O futuro da Red Bull - Julianne Cerasoli Skip to content

O futuro da Red Bull

FORMULA 1 - Test Day, Yas Marina

Quatro títulos seguidos levam a horas e mais horas de exposição de TV, que geram retorno de marketing garantido mesmo injetando rios de dinheiro no negócio, e resultam em acordos políticos e financeiros favoráveis. É só a espiral começar a ficar negativa que, com a seca de vitórias, que a exposição cai, o retorno de marketing vai junto e a conta começa a ficar cara.

É isso que a Christian Horner e companhia têm de explicar quando forem prestar contas ao chefe. E é nesse ponto que eles querem evitar chegar. Dona de um dos orçamentos mais polpudos do paddock, a Red Bull está, de fato, com o futuro indefinido.

Quando o regulamento de 2014 foi aprovado, no longínquo 2011, a equipe começou a estreitar sua relação com a Renault. A ideia era ser uma espécie de equipe de fábrica, e a venda do time próprio para a Genii abria essa lacuna. Mas os insucessos de 2014 e a impressionante piora de 2015 mostra que essa aproximação não foi suficiente. A Fórmula 1 se tornou uma categoria pautada pelos motores – o que, diga-se de passagem, não surpreende ninguém – e o time tetracampeão do mundo em tempos nos quais a aerodinâmica fazia mais diferença está se sentindo um peixe fora d´água.

Em 2014, até conseguiram ‘se safar’ com o vice-campeonato, mérito da maneira rápida como solucionaram os problemas da pré-temporada, de um carro que não gerava tanto arrasto quanto seus antecessores – o que compensou a diferença de cavalagem do motor – e a um Ricciardo que caiu como uma luva para o RB10. Mas ficou claro que, com a Renault defasada do jeito que estava, a chance de vencer um campeonato era nula.

Com 2015 veio a esperança que os franceses evoluíssem. Mas o que se viu foi o contrário. A Ferrari conseguiu o salto de que precisava e empurrou a Renault para trás. Isso, a ponto da Sauber, equipe com 30% do orçamento da Red Bull, ter um ritmo melhor no GP da Austrália. Uma vergonha para a montadora, a mesma que há alguns anos ameaçou sair da Fórmula 1 caso a mudança para motores mais ‘verdes’ não saísse do papel.

Mesmo que os franceses sejam os que mais podem desenvolver o motor até o final do ano – têm 12 tokens para gastar, contra 10 da Ferrari, 9 da Honda e 7 da Mercedes, está claro que esperar a Renault resolver seus problemas pode ser infrutífero para a Red Bull. A situação atual da equipe tem seus paralelos com o que a Ferrari vem vivendo desde o fim dos testes ilimitados, o que, não coincidentemente, marca o início de seu declínio: a estrutura em Maranello era perfeita para desenvolver os carros com base nos dados que se obtinha na pista. Sem isso, o time foi obrigado a se reorganizar, melhorar seu poder de simulação. E isso leva tempo. Da mesma forma, a Red Bull tem uma estrutura com grande poderio de desenvolvimento aerodinâmico, mas isso não conta tanto quanto antes.

O que fazer? Mercedes e Ferrari não vão querer fornecer motores para uma equipe que, eles sabem, tem orçamento para batê-los. A Honda precisaria do aval da McLaren, o que não vai acontecer. Restariam duas saídas: apostar em um novo fabricante (Audi, por que não?). Ou ameaçar sair caso as regras não mudem e os motores deixem de ser tão importantes – ou pelo menos sejam mais iguais.

Poder de barganha, a empresa tem: hoje, representa simplesmente 40% do grid, com Red Bull e Toro Rosso. Condições de realmente sair do esporte? Isso já não se sabe, pois eles foram os primeiros a sair da Associação das Equipes para fazer uma negociação unilateral e assinar com Bernie Ecclestone até 2020, ganhando, fora o prêmio pela posição no mundial de construtores, mais 70 milhões de dólares, com a justificativa de que se comprometeriam a ficar no esporte a longo prazo. Para se ter uma ideia, o tal prêmio pela importância histórica da Ferrari é de 100 milhões. Não se sabe o quanto custaria ou mesmo se é possível uma rescisão. O que se sabe é que a equipe mais vencedora dessa década está em uma sinuca de bico e é difícil enxergar, no momento, qual seu futuro.

22 Comments

  1. Tivessem usado motor Mercedes e contratado Alonso, seriam fortíssimos para este ano. Brigariam em igualdade com a equipe Mercedes.

    • Nunca que a Mercedes libera o motor pra RBR

  2. Pontos interressantes abordados neste post.
    – Motor Renault que nunca foi o melhor, mas era o mai linear na era v8, e que compensava por um otimo mapeamento e aerodinamica, tendo somente um piloto que casava com o carro.
    – A dependência de motor, e com as restrições, são mais dificeis de serem recuperadas.
    – O fato de um estilo de pilotar casar com o carro e acabar dando a impressão errada sobre o piloto. Tanto a favor como contra.
    – A discrepância entre apoios as equipes do grid por parte da FOM.
    – Como hoje os pilotos dependem mais do equipamento que antigamente, mesmo sabendo que também existia antes.
    Muito bom

  3. É pura viagem o que vou comentar: e se as equipes pudessem optar pelo que lhe caissem/criaram de melhor? Exemplo: Mercedes com os motores e a Red Bull com os difusores soprados. Escolhendo apenas uma delas, haveria ao menos mais de uma chance de buscar igualar performance.

  4. Na moral, estou cansado de ouvir esse babaca do Christian Horner falando que vai deixar a f1. Quando eles estavam ganhando tudo, a formula 1 era uma maravilha, e agora na primeira dificuldade que o time atravessa já quer abandonar o barco?

    Na moral que junte suas latinhas de energéticos e caia fora da fórmula 1. Tudo que a categoria não precisa agora é de gente descompromissada e que só olha pro próprio umbigo.

    • O mp4-23 foi o último carro que deu um titulo a McLaren, equipe pela qual tenho grande admiração. Por isso uso o nickname.

      Mas também gosto de piloto arrojado, que parte pra cima, dai vem minha simpatia pelo lewis.

      Abraços.

  5. Caro MP4 vc usa este nick em homenagem ao carro pilotado por hamilton no seu primeiro título, mas para mim hamilton jogou um titulo fora em 2012, o Mp4-27 foi o melhor carro em 9 corridas, hamilton cagou tanto aquele ano terminou em quarto. Eu não entendo como tanta gente exauta hamilton, ta certo ele tem numeros imprecionantes, mas pelos carros que pilotou era para ser no minimo tetra campeão, vettel venceu em 2012 sem o melhor carro, venceu na garra um título que era para ser de hamilton.

    • Mp4-27, você torce pro massa, né?

    • Mais um torcedor do Massarola…

    • O mp4-23 foi o último carro que deu um titulo a McLaren, equipe pela qual tenho grande admiração. Por isso uso o nickname.

      Mas também gosto de piloto arrojado, que parte pra cima, dai vem minha simpatia pelo Hamilton.

      Abraços..

  6. seria a hora deles fabricarem o próprio motor pq estrutura financeira eles tem …amigo aucam num deixe de comentar aqui não por conta de alguns estressados vc com suas analises fazem falta nos coments

  7. acredito que eles ainda vão se acertar e brigar pela ponta

  8. Chegar no topo é facil,dificil é se mante nele. A Red Bull é a nova Tyrrel da F1. Esperto foi o Vettel,que pulou do barco antes dele afundar de vez.

  9. Oi Ju,

    Começaram a chorar muito cedo, né. Tudo bem que existe todo esse problema de marketing, afinal, a marca Red Bull precisa vender suas latinhas, e como você disse, Horner tem que prestar contas ao chefe.

    Mas é por isso que cada vez mais eu me torno fã de Frank Williams e Ron Dennis, homens que estiveram por tanto tempo na crista da onda, foram ao fundo do poço – a Williams está saindo enquanto a McLaren está afundando – e nem por isso nunca ameaçaram deixar a Fórmula 1 porque deixaram de vencer.

    Um abraço!

    • Concordo 100% Todas tiveram os seus dias de glória e amargura. Hoje nao estao no topo, mas lutam pra voltar a ele.

  10. O que parecia é que a mudança de regulamento havia sido feita especialmente pra prejudicar a RedBull e impedir que a equipe dominasse a F1 por mais tempo. Mas o que se vê é fogo amigo. A incapacidade da Renault de produzir uma UP eficiente é realmente uma pedra no sapato de Mateschitz.

    Todo mundo sabe que a RedBull Racing é apenas uma ação de Marketing pra vender latinhas de energético. Vamos ver quanto tempo Dietrich seguirá apostando na categoria.

  11. Acredito que apartir do momento que alguma equipe ameaçar a Mercedes, a choradeira vai diminuir, obrigando as outras a acharem suas respostas, e por incrível que pareça, pra mim, a fornecedora mais próxima disso é a Honda e seu motor compacto e “verde”, pois a Ferrari evoluiu e se mantem longe, a Renault nem se fala, portanto a esperança de mudança é nipônica…

  12. Quanto menos montadoras na F-1 donas de equipes, melhor para a categoria e ate para quem pouco importa no balanco, nosotros. F-1 precisa de mais empreendedores e gente como Williams, Jordan, Tyrrel, Tio Ronzo, Minardi, Fittipaldi, do que essas porcarias que entram e saem a qualquer minuto (honda, bmw, toyota) serem adicionar nada de bom.

    Nao estava querendo pensar assim, mas o Bernie tem que estar louco para deixar acontecer tudo isso ultimamente.

  13. (off-topic)
    Ju, tem que mudar os horários dos GPs da Home TR…ainda são do ano passado.
    Quase perdi a largada da Australia por causa disso…
    E já tava me programando pra acordar às 4:50 no próximo GP.
    Abs

    • Já avisei!
      De qualquer jeito, Malásia tem classificação às 6h e corrida às 4h.

      • Beleza, obrigado!!

        Abs

  14. Power eu não sou torcedor do massa, torço para o vettel, o melhor piloto do grid.


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