“É simples”, dizia o comentarista Joan Villadelprat em uma rádio espanhola dia desses. E lá se vai uma explanação que dura alguns minutos. Até que o âncora do programa esportivo define: a classificação da F-1 agora será igual à dança das cadeiras. A cada 90 segundos, um piloto fica sem cadeira e sai da brincadeira.
Como de costume, dá para entender o sentido da alteração do sistema de classificação. Ao mesmo tempo em que garante que os carros fiquem na pista por mais tempo, abre a possibilidade de termos mais surpresas – principalmente dentro do ‘combo’ da maior liberdade de escolha de compostos, sobre a qual falei por aqui.
Falando nessa liberdade, é bom lembrar que as equipes já fizeram suas escolhas para as primeiras etapas bem antes da regra ser alterada, o que pode deixar quem apostou em compostos mais duros pensando na corrida com um belo abacaxi nas mãos.
Mas essa é a lição de casa dos engenheiros. A nossa é entender como o novo esquema funciona:
– Q1: são 16 minutos de duração. A partir do sétimo minuto, o piloto mais lento é eliminado a cada 90 segundos. Assim, 15 pilotos seguem para o Q2.
– Q2: são 15 minutos de duração. A partir do sexto minuto, o piloto mais lento é eliminado a cada 90 segundos. Assim, 8 pilotos seguem para o Q3.
– Q3: são 14 minutos de sessão. A partir do quinto minuto, o piloto mais lento é eliminado a cada 90 segundos. Assim, apenas dois pilotos estarão na briga pela pole nos 90s finais.
Um pouco mais complexo que o atual em teoria, mas é possível que acabe ficando até mais claro para o espectador. Afinal, cada posição será definida de uma vez, com direito à possibilidade de um gran finale de uma disputa mano a mano pela pole, uma vez que a tendência é que as condições de pistas melhorem ao longo da sessão. Existe a possibilidade de um piloto fazer uma grande marca e voltar para o box? Sim, mas isso também era verdade com o sistema anterior.
Além disso, é melhor do que as demais ideias para causar surpresas, como grid invertido ou coisas do tipo. E mais uma dor de cabeça para os engenheiros neste início de temporada.
11 Comments
Quando estabeleceram estas regras, foi com objetivo de “embaralhar” e possibilitar até mesmo uma maior briga nas corridas. Tem uma matéria maravilhosa do Livio Oricchio que mostra o tamanho do abacaxi que esta regra representará para os pilotos pelo menos para as provas iniciais da temporada.
http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2016/03/pilotos-e-engenheiros-da-f1-enfrentam-grandes-desafios-no-gp-da-australia.html
Ainda acho que lá na frente do grid essa nova regra não terá tanto efeito, mas quem sabe o Vestapinho ou um novato apareçam um pouco.
Aparentemente após 5 ou 6 min de sessão o carro entra nos boxes , bota pneu novo e vai pra luta. Aquele que conseguir marcar seu tempo e conservar seus pneus vai se dar bem.
Agora o que vai ter de reclamação e até briga quando um for atrapalhado na sua volta e ser desclassificado…
Vettel falou algo interessante, sobre a F-1 premiar os melhores…enfim, desde que essa tentativa de caos continue a premiar os melhores, seguiremos com a matemática: “o produto dos meios é igual ao produto dos extremos”. Ficando assim, justiça será feita! O melhor tem que vencer, não importam as pedras no caminho. Just pure race 😉
O Q1 vai ser tumultuado, mas acho que Ferrari e Mercedes devem passar sem problemas. Já no Q2 diminui um pouco a muvuca. Mas o interessante vai ser este modelo de treino em Mônaco. Vai ser uma loteria mesmo.
Quero ver como vai se comportar a Willians que erra bem mais que acerta nas estratégias.
Ave maria…williams? Bem lembrado. Faz um bom tempo que erram muito nas decisoes em cima da hora.
Há algum tempo procurava um bom site sobre automobilismo e parece que o encontrei aqui. Suas análises são concisas, sempre embasadas em argumentos lógicos / técnicos e não em meros “achismos” como os que vemos na mídia dita (vergonhosamente) especializada. Parabéns pelo trabalho, Julianne!
Obrigada, Bruno. Seja bem-vindo.
EEEE Bruno Sir Julianne Cerasoli é top fioo, acompanho ela desde o extinto “TOTALRACE”
analises sem igual no teor Teórico (deixa esse comentarista Globais no chinelo, Reginaldo Leme, Luciano Burti , nem vou falar sobre Mariana Becker e Cureg neh)
Aproveito o gancho só pra dizer:
Bruno, você está no lugar certo. A Julianne está entre os mais renomados e competentes profissionais que cobrem a Fórmula 1, não só na mídia nacional, mas tem ela lugar em qualquer veículo de comunicação especializado do mundo.
Isso é perceptível, Sérgio! Acompanharei o blog de agora em diante! Abraço!