F1 GP do Japão mostrou o que mudou - Julianne Cerasoli Skip to content

GP do Japão mostrou o que mudou de setembro pra cá

O GP do Japão mudou do final de setembro para o começo de abril, mas vimos os mesmos 20s de vantagem de Max Verstappen para a primeira não Red Bull do ano passado. As semelhanças, contudo, param por aí.

Foi uma corrida bem mais movimentada estrategicamente. A primeira Red Bull foi a terceira colocada desta vez, pois Sergio Perez, que estava completamente perdido no último GP do Japão e teve um de seus piores finais de semana na F1, desta vez andou perto de Verstappen o tempo todo e até poderia ter feito a pole position se não tivesse sido tão ambicioso na freada da chicane. 

A rival mais próxima da Red Bull, desta vez, foi a Ferrari ao invés da McLaren. E a diferença para o terceiro colocado Carlos Sainz foi exagerada pelo fato dele ter tido que abrir caminho no pelotão para chegar até ali, inclusive com duas ultrapassagens nas últimas oito voltas.

Foi um GP do Japão aberto em termos de estratégia

Isso porque a corrida foi muito mais aberta em termos de estratégia. Como fez menos calor neste fim de semana, isso abriu a possibilidade das equipes escolherem diferentes compostos. E a bandeira vermelha logo no começo ainda fez o colorido dos pneus aumentar ainda mais. Além disso, a variação de temperatura do asfalto foi de 7ºC ao longo da prova, fazendo com que ora o pneu médio funcionasse melhor (na primeira metade, quando o céu estava aberto), e ora a vantagem fosse de quem estava no pneu duro.

As equipes também fizeram opções diferentes dos compostos que tinham disponíveis para a corrida. Red Bull e Ferrari guardaram um duro e dois médios, McLaren e Mercedes tinham dois duros e um médio, Fernando Alonso guardou um macio. Tudo isso embolou a corrida. Mas atrás das Red Bull.

Por que a Red Bull domina em Suzuka?

Já era esperado que eles dominassem em Suzuka. É uma pista balanceada, com em sua maioria curvas de alta velocidade, algumas de média, uma ou outra lenta. Não há uma predominância entre o desgaste dos dianteiros ou dos traseiros. São todos fatores que premiam um carro equilibrado e eficiente de um jeito ainda maior do que outras pistas.

Principalmente essa questão do pneu. Há muito desgaste pelo tipo de curva e asfalto pelo asfalto antigo e abrasivo. Esse desgaste vem de superaquecimento. E é algo que vai expondo as deficiências do carro, que começa a escorregar quando falta aderência. E sabemos quem fica menos exposto simplesmente porque tem menos deficiências. Vale lembrar que, entre 2014 e 2019, a Mercedes ganhou todos os GPs do Japão.

Ritmo da Ferrari forçou estratégia da McLaren

Na primeira largada, as RB se viram em um mar de pneus macios, com mais aderência, perderam terreno, e Daniel Ricciardo cortou a pista na frente de Alex Albon, imaginando que ele não estaria ali. Mas ele estava, até pela aderência do pneu macio, e os dois bateram. Ricciardo acabou não sendo penalizado, mas só porque era um incidente de primeira volta. 

Isso gerou uma bandeira vermelha, e alguns pilotos trocaram o composto de pneu. A Mercedes foi para o duro, abrindo a possibilidade de fazer só uma parada, mesmo sabendo que perderia posições na largada. Alonso se manteve com o macio e os demais ponteiros seguiram com os médios. Na luta pelo último ponto, Tsunoda desta vez largou com o macio e conseguiu passar inclusive Russell. 

As coisas não começaram bem com Hamilton, que teve um toque com Leclerc, danificou seu carro e viu seu carro sair muito de frente. Ele acabou tendo de deixar Russell passar, depois do inglês se livrar de Tsunoda.

Mais à frente, Verstappen sumia, Perez nem tanto, mas Norris estava mais preocupado com Sainz, que já mostrava o ritmo superior da Ferrari. Isso fez a McLaren antecipar sua primeira parada, na tentativa de defender um possível undercut do espanhol. Como a degradação era alta, o undercut era muito poderoso.

Tanto, que o inglês acabou ganhando a posição de Perez quando o mexicano parou, quatro voltas depois. A Red Bull não tinha motivos para se preocupar, pois passaria com facilidade um carro que segue sofrendo com a falta de velocidade de reta. E a briga de Norris era com Sainz.

Leclerc muda a estratégia da Ferrari

Nessa fase da corrida, perto da volta 15, Charles Leclerc estava pedindo para ficar na pista e fazer o plano C, de uma parada. O ritmo dele com os pneus médios era muito bom, e o oitavo colocado no grid chegou a liderar a prova depois que todos pararam. 

A dúvida da Ferrari era se valia a pena ficar tanto tempo com o pneu duro, que não estava rendendo bem àquela altura. Mas, quando fez sua única parada, na volta 26, as nuvens já estavam encobrindo a pista e a temperatura do asfalto estava caindo, contribuindo para o rendimento do composto mais resistente. 

Inesperadamente, Leclerc parou na mesma volta em que Norris fez sua segunda parada. Novamente, a McLaren antecipou seu pit stop, agora para se defender de Russell, mesmo com a Mercedes tendo um ritmo inferior ao da McLaren. E, pior, como ele entrou na mesma volta de Leclerc, já sabia que dificilmente recuperaria aquela posição também. No final das contas, isso acabou prejudicando o último stint de Norris, de 27 voltas.

Norris perde ainda mais terreno

Ele ficou em um sanduíche de Ferraris, tendo Sainz atrás com pneus 10 voltas mais novos. E não conseguiu defender a posição. De terceiro no grid após uma ótima volta, ele caiu para quinto na corrida. E Sainz passou Leclerc, que também já tinha pneus mais velhos.

Na frente, Verstappen abriu 12s5 em relação a Perez, seguido por Sainz, Leclerc, Norris e Alonso, que conseguiu levar o pneu macio até a volta 13 e depois vez uma corrida mais solitária até diminuir o ritmo para ajudar Oscar Piastri a ter o DRS para se defender do ataque de Russell.

A Mercedes já tinha desistido fazia tempo da estratégia de uma parada, difícil para eles por terem dois jogos de pneus duros (lembrando que eles não tiveram bom rendimento no stint inicial e lembrando também que seria possível por conta do regulamento fazer isso devido à bandeira vermelha do início). 

Tsunoda pontua em casa

Alonso “abandonou” Piastri no final, e Russell conseguiu a ultrapassagem na última volta, cruzando em sétimo. Hamilton foi nono colocado e Tsunoda pontuou pela segunda vez seguida com a RB.

O japonês fez várias ultrapassagens, recuperando-se da primeira largada ruim com o pneu médio, que o jogou de décimo para 12º. Depois ele largou com o macio, parou cedo, na volta 7, e teve que fazer uma corrida agressiva para ganhar posições e cuidadosa com os pneus.

O momento fundamental da sua corrida foi na volta 22, quando entrou no box com outros 3 pilotos com os quais lutava por posição e passou dois deles. Depois, se defendeu bem de Lance Stroll e chegou em décimo lugar.

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