Há quem diga que a Mercedes corre contra si mesma neste final de semana, na Malásia, tamanha sua vantagem em relação aos rivais demonstrada na etapa de abertura do campeonato, na Austrália. Mas isso está longe de resolver a fatura em Sepang – e ecos do que aconteceu há um ano podem atormentar Toto Wolff e companhia no pitwall da equipe.
No GP da Malásia de 2013, que acabou ficando famoso justamente por um jogo de equipe mal gerido pela Red Bull, Lewis Hamilton e Nico Rosberg correram próximos durante boa parte da prova, sem ritmo para chegar em Mark Webber e Sebastian Vettel e monitorando o desgaste de pneus e o consumo de combustível de modo que não eram alcançados por quem vinha atrás.
Estava tudo controlado pelo então chefe Ross Brawn quando, nas voltas finais, ficou claro que Rosberg, quarto, tinha mais ritmo que Hamilton, terceiro. Os dois, inclusive, chegaram a trocar posições enquanto o alemão argumentava via rádio que poderia ser mais rápido. Isso porque havia poupado mais combustível durante a prova. Por outro lado, Brawn dizia que Hamilton estava sendo instruído a economizar naquele momento e que Rosberg não deveria atacá-lo. Era a segunda corrida do inglês na equipe em que o alemão está desde 2010 e, para muitos, aquela decisão deixou claro quem era considerado o número 1.
Rosberg acabou acatando a decisão, mas avisou: “Não vou esquecer disso, Ross”. E tudo indica que, neste ano, ele terá a chance de comprovar suas palavras. Na Austrália, o então pole Hamilton teve uma falha no motor e nos privou da única briga possível pela vitória, mas como será o desfecho na Malásia?
Uma parte importante da vitória de Rosberg em Melbourne foi a possibilidade do alemão dosar seu carro. O alemão só acelerou pra valer nas primeiras voltas após a largada e a relargada – tanto, que fez a melhor volta no 19º giro, com o carro ainda pesado. Com tantas novidades no carro, a equipe preferiu somente fazer o necessário para vencer.
No caso de ambos os pilotos estarem na prova, o princípio deveria ser o mesmo. Provavelmente haverá uma definição prévia do tipo “quem sair na frente após a primeira parada vence” para evitar que os pilotos briguem entre si e acabem ficando pelo caminho – lembrando que o temor por quebras é ainda maior no calor malaio.
Difícil é imaginar Hamilton, piloto que não cansa de repetir que corre com o coração e que não costuma pensar duas vezes antes de ir para cima, desistir de uma vitória sem lutar. Ainda mais quando já tem um déficit de 25 pontos no campeonato por algo que fugiu ao seu controle. Rosberg tem personalidade diferente, mas não pode deixar o companheiro sugar seu espaço, ainda mais com um canhão nas mãos e grandes chances de conquistar um título. E não é mais Brawn que está no pitwall, e sim Wolff, que demonstrou competência em diversas áreas até aqui, mas nunca enfrentou uma situação dessas. Com estes ingredientes à mesa, quem sabe o GP da Malásia de 2013 não pareça mais uma lembrança distante.
15 Comments
ha! ha!
Como na musica de Elba Ramalho: ‘eu quere ver a “paia” da cana voar’!!!
Eu quero ver disputa limpa, mas dura, entre os pilotos da Mercedes! Quero ver se toto tem tutano p/ deixar a disputa rolar! (acho dificil, mas…)
Se pegar fogo a disputa entre os pilotos da Mercedes, quem ganha é a F1. Assim poderemos dizer: “Sim, temos um campeonato!”.
Rosberg ano passado, nessa mesma etapa, mostrou que aceita abrir mão de lutar por um pódio em prol da equipe. Será que ele aceitará abrir mão de lutar por uma vitória? Com o Hamilton acho muito difícil que ele aceite, já que ele amarga cinco longos anos sem um título e nesse início, seria bom eles abrirem vantagem sobre os adversários.
Sobre acordo de cavalheiros, lembro do acordo que Senna e Prost fizeram para o GP de Ímola em 89, que diziam que eles não disputariam posição na primeira volta, para evitar um toque. O acordo não durou até a primeira curva e Senna jantou o francês e foi embora na ponta.
Torço muito para uma corrida no seco e uma classificação no molhado que faça os pilotos da Mercedes largar mais atrás.
Por que, Alex, os Mercedes são ruins em pista molhada? Me explique isso, por favor. Lewis é fera na chuva. Então deduzo que você se refere a fatores lotéricos, que as impeçam de largar na frente. Como não aprecio ramerrames e sou fervoroso defensor daquele postulado do eletrizante Walter Rohrl, de que se deve ganhar sempre pela maior diferença possível, torço por uma classificação no seco e uma corrida no molhado, e espero sinceramente que os “cabos de vela” do motor do carro de Hamilton SEJAM BEM FIXADOS desta vez. Se agora é a vez das Mercedes voarem, que voem! E que prevaleça quem for o melhor e mais rápido. Aprecio vitórias convincentes, uma pista tem que ser disputada centímetro por centímetro, com o máximo de velocidade todo o tempo (o que não é mais a tônica da F 1, que virou gincana). Churrasco não pode ser verde, tem que ter carne, e não verduras.
Abs.
Sim aucam, loteria total. Porque eu acredito que uma classifcação no seco as Mercedes fazem 1-2 fácil.
E sempre que um carro superior larga mais atrás a diversão é garantida, ainda mais um Hamilton mordido com zero pontos somado a habilidade natural que ele tem de ultrapassar…aí meu filho coloca a pipoca no micro-ondas e se prepara que tem show!
Abraço
Sobre 89, lembro que houve uma relargada, então Senna considerou que não era mais a primeira largada e o acordo não valia. Claro que foi malandragem dele, mas aí depois da corrida, numa conversa em que, segundo Prost, Senna até chorou, ele se arrependeu e pediu desculpas. Era para isso ficar só entre Ron Dennis, Senna e Prost, porém poucos dias depois saiu num jornal francês. Aí o clima azedou.
Oi Ju,
Aqui foi o pódio mais cara de tacho depois de Zeltweg/2002.
Webber inconformado, Vettel com cara de quem comeu e não gostou e Hamilton com a sensação de que por meios próprios não estaria ali naquele momento.
Diante do poderio da Mercedes e sem Ross Brawn no comando eu não acredito que a Mercedes parta para o jogo de equipe. Quem estiver na frente vence, como você bem diz no título do post, “levem as crianças para casa”.
Meu favorito para este GP é novamente Rosberg.
Boas madrugadas de velocidade!
Os pneus para essa corrida são os duros(laranja) e médios(branca). O consumo de combustível, segundo cálculos da Williams, vai ficar em torno de 95 KG sem SC. Se não vai ter problemas com pneus e consumo, então o Nico e o Lewis podem até levar as crianças pra casa, mas essas crianças poderiam se pegar um pouco antes de chegar em casa.
Será que a Mclaren vai de bico novo para Sepang?:
http://forums.autosport.com/topic/191171-mclaren-mp4-29/page-64
O bicho vai pegar na Mercedes, Hamilton é fera em classificação e a tendência é largar a frente de Rosberg na maioria das provas, então como fica o alemão nas voltas finais se estiver poupado equipamento com carro melhor? Dessa vez o piloto inglês não vai ter ajudinha de ordem de equipe de Ross Brawn como aconteceu no GP da Malásia 2013 .
Hamilton vai querer a vantagem de estar a frente do alemão na maior parte da corrida, Nico vai questionar que seu estilo favorece poupar equipamento e atacar ao final da prova. Isso vale para todas as corridas independente se Mercedes esta liderando a corrida. Cada ponto pode valer o título, ser campeão pela Mercedes é fazer história desde 1955. Imaginem isso para um alemão correndo em um carro alemão?
Rosberg vem evoluindo de forma impressionante, seu ponto fraco na Mercedes eram as largadas entre 2010/11, mas isso já foi solucionado a tempos. Acredito que seu estilo discreto possa mudar, Nico tem carro de ponta vai ter que atacar, já começou fazendo grande largada na Austrália.
Enquanto não abandonar, o alemão pode usar a estratégia de “marcar” Lewis nas próximas corridas, 25 pontos sobre o companheiro é uma boa vantagem para administrar em início de campeonato.
Rosberg também vai questionar a liderança da tabela, isso pode ir contra Lewis sobre ordens de equipe. Vamos ver como a Mercedes vai lidar com essa situação, esqueçam aquela história de Rosberg ser um piloto apagado, a meta é ser campeão em cima de Hamilton. O time pode sim usar essa estratégia de “quem sair na frente após a primeira parada vence”, mas em uma corrida tudo pode acontecer. Nessa a Mercedes pode avisar “por causa do safet-car o acordo esta inválido, briga franca na pista”. Mas alguém vai tomar prejuízo por causa do safet-car, pode chiar uma barbaridade. Outro detalhe, briga direta entre os pilotos eleva o carro ao extremo, podem causar quebras ou acidentes…não vai ser fácil pra Mercedes tomar decisão!
O piloto inglês tem estilo mais agressivo, isso pode exigir mais dos pneus por causa do torque nos motores turbos. Toda vantagem que Lewis pode conseguir no começo(e meio) de corrida pode sumir no final da prova. Lewis já começa pressionado pelos 25 pontos do companheiro, não vai ser fácil derrotar Rosberg no campeonato…
Jogo de equipe é piada velha no esporte a motor, só os teleguiados – mimimi do Galvão não sabem, pensam que a coisa começou no GP da Áustria 2002, mas Schumacher devolveu a vitória perdida a Rubinho no GP do USA – 02, não me lembro de outro piloto fazer isso por conta própria. Bom lembrar, aquela vitória que Senna entregou a Berger, só aconteceu porque Ron Dennis interferiu pelo rádio…era uma forma de agradecer os FAVORES de Berger nos campeonatos de 90/91. Principalmente quando tinha carro mais rápido que Senna(algumas vezes acontecia do carro de Airton perder rendimento. Outras vezes Berger ‘”voava” na pista por ter pneus mais novos). Fato, a ordem era se manter atrás, tirar pontos de Senna era motivo de tomar esporro de Ron Dennis. Se o piloto tem condições de ultrapassar, mas se mantém atrás, isso também caracteriza jogo de equipe. Hilário assistir corridas onde Galvão dispara na cara dura: “Berger abandona a corrida, então Senna perdeu seu fiel escudeiro”, “Senna abandona a corrida, então Berger corre por ele e por Senna”, “Berger vem voando na pista e alcança Senna, mas não deve ter nenhum ataque, eles são amigos e estão se dando muito bem”. Isso é esporte ou armação? Cansei de ver jogo de equipe desde 1981, mas até aí tudo bem…duro mesmo foi aguentar a CHORADEIRA a partir do GP da AUT- 02. Se jogo de equipe foi proibido em 2003, então o que aconteceu na Áustria estava valendo, sempre houve jogo de equipe e ninguém reclamava! E não me venham falar de acordo de cavalheiros, isso é balela…um esta ganhando e outro perdendo. Coulthard vivia entregando posições na cara dura a Hakkinen em 98/99, e ninguém falava nada. Claro, Coulthard era escocês, azar da Escócia! Vários pilotos europeus ficaram na condição de segundo piloto enquanto Fittipaldi, Piquet e Senna lideravam o time. Já é de poder público que Nakajima e Dumfries não tinham os mesmos privilégios que os brasileiros. Basta observar a pontuação entre pilotos no campeonato, bizarro!!!
Ordens de equipe sempre existiu na F-1, mas só foi dar confusão quando teve brasileiro no rolo!!! Quando Berger baixava a cueca para o Senna todo mundo achava maravilhoso “Berger é um cara legal”, sei… Coulthard era capachão declarado(muito antes do GP austríaco), nem por isso os britânicos atacaram Mclaren e Coulthard. Uma equipe inglesa fazendo um piloto escocês de capacho de um piloto finlandês…hilário!
Patriotismo muitas vezes não é prioridade na F-1(vejam a Ferrari, poderia dar chance a um piloto italiano, esta se lixando pra isso). Bom lembrar, quando Patrese bateu no GP de Imola 83, os tifosis foram a loucura, torciam para um francês que vinha em segundo na Ferrari, Patrick Tambay. D.Hill em time inglês, foi outro caso, sempre segundo piloto de Prost e Senna pela Williams. Não me lembro dos torcedores ingleses ficarem choramingando por isso.
Brasileiro é péssimo perdedor essa que é a verdade…mas isso tem um motivo, o mesmo torcedor chorão que torce na F-1, é o mesmo que torce no futebol. E não tem raça pior que torcedor de futebol, quando o time perde, é um rosário de lamentações, é ataque para todos os lados!!!
Se Fangio podia, porque Schumacher e Alonso não?
Luigui Fagioli ficou famoso por sua determinação e por seu temperamento explosivo. Em 1934 muito antes da F-1 existir, correndo uma prova pela Mercedes em pleno Nurburgring, recebeu ordens para ceder a vitória a um companheiro de equipe. Furioso, parou o carro na beira da estrada (a corrida era disputada em uma rodovia) e voltou para casa, deixando a equipe.
Em 1951 Fagioli era companheiro de equipe de Juan Manuel Fangio, e à altura do Grande Prêmio da França o argentino disputava o título com Giuseppe Farina. Durante a prova Fangio teve problemas com seu carro, e usando um artifício permitido pelo regulamento, a Alfa chamou Fagioli (líder da prova) para os boxes e entregou seu carro a Fangio(para Fagioli ceder é porque tinha algo no contrato). O argentino venceu a prova, mas de acordo com o regulamento, a vitória e os pontos foram repartidos com Fagioli. Bom lembrar, Fagioli entregou a liderança e terminou em 11º lugar. Era apenas a terceira prova do ano de um total de sete, ou seja, Fangio foi favorecido no início da temporada.
Em 1956 Peter Collins chegou à ultima prova do campeonato em Monza numa posição em que poderia ser campeão do Mundo. Fangio liderava a corrida mas teve um problema na coluna de direção indo para os boxes. A equipe ordenou a Luigi Musso para que cedesse seu carro a Fangio(de novo?), mas o italiano recusou. Contudo, o piloto argentino teve carro para prosseguir a corrida e alcançar o título. Carro cedido por… seu rival, Peter Collins. Como podem ver, a coisa era até pior que nos dias de hoje, Collins tinha chance de ser campeão, mas foi obrigado a favorecer Fangio.
Mais tarde, quando a corrida terminou, Fangio celebrava o seu segundo lugar da corrida (vencida por Stirling Moss) e conseguia os pontos suficientes para ser campeão do mundo pela quarta vez. Perguntou-se a Collins o porquê deste gesto de aparente fair-play. A resposta foi simples, mas hilária:
“Sou demasiado novo para ser Campeão do Mundo”
Acredite quem quiser, mas eu não engoli essa desculpa “sou demasiado novo para ser Campeão do Mundo”, Collins recebeu ordens da equipe para ceder o carro a Fangio. Luigi Musso recusou, mas Collins aceitou sem reclamar bem ao estilo capachão Berger, Coulthard, Barrichello ou Massa…
Collins foi um “banana” essa que é a verdade, tinha chance de ser campeão, mas se rendeu aos caprichos do time que bajulava Fangio.
Alguns vão lembrar que as corridas em “duplas” ou “trincas” eram permitidas na década de 50. Ok, mas porque Fangio era sempre o favorecido? O argentino nunca cedia seu carro, sempre ele era o piloto que pegava carro emprestado. Em alguns casos, sequer o carro de Fangio quebrava, ele sentia que o carro não estava bem, parava no boxes e pegava carro do companheiro que estava melhor(caso do líder Fagioli acima). Dois títulos ganhos no grito! Oras, assim é fácil ser pentacampeão…
Esse GP no ano passado foi digno de antologia.
Horner sem a menor autoridade com Sebastian enquanto Brawn mantinha seus dois pilotos na linha…
Rosberg pedindo autorização pra ultrapassar enquanto Vettel abria caminho à força…
E a carreira de Weber na F1 terminando.
Não dá pra esperar algo assim esse ano. Impossível.
Quem disse que nos anos 70 e 80 não existia ordens de equipe?
Fittipaldi e Chapman – GP da Itália de 73
Aqui, quem descumpriu o trato foi o próprio chefe da equipe, não o piloto. Expliquemos: antepenúltima rodada de 73, o GP da Itália soava para Emerson Fittipaldi como sua última cartada para tentar impedir o tri de Jackie Stewart naquele ano. Para isso, o brasileiro precisava impreterivelmente vencer, além de contar com a improvável sorte de que seu rival não terminasse acima da quarta colocação. Todavia, foi estabelecido um tácito acordo verbal entre ele e Colin Chapman antes da prova, prevendo que, caso a situação se desenhasse da forma como Emmo necessitava e Ronnie Peterson estivesse liderando a corrida, logicamente com seu colega em segundo, seria dada uma ordem para inversão dos lugares.
Logo na volta 8 da corrida, Stewart foi acometido por um furo de pneu, sendo forçado a parar para trocar o jogo. Como o escocês voltou em 20º, Fittipaldi achou que aquele era o momento perfeito para ele ser alçado à condição de primeiro colocado, já que vinha comboiando o companheiro em segundo. Entretanto, a tal ordem de Chapman nunca veio, permitindo que Peterson continuasse na frente e vencesse. Stewart ainda se recuperaria até a zona de pontos, mas terminou exatamente no quarto posto, resultado que, sem a vitória de Emerson, lhe assegurou o título. Muito magoado, o “Rato” rompeu com a Lotus no fim do ano, indo parar na ascendente McLaren. Resumindo, para Emerson a Lotus tinha sempre que fazer seu “jogo”, não fez, ele pulou fora.
Villeneuve e Scheckter – GP Itália 79
Gilles Villeneuve teve que aceitar um “pedido” de Enzo Ferrari no grid no GP de Monza 79. Gilles não podia disputar posição muito menos a vitória com o companheiro, Enzo Ferrari foi claro, aquele título já tinha dono, era de Scheckter e tinha que ser decidido em Monza na frente dos italianos. Curioso o comentário de R.Leme aos 3:22 do vídeo abaixo, fala sobre a situação de Gilles no campeonato, com certeza ele não sabia da “armação”.
Fórmula 1 1979 – GP da Itália(Rede Globo)
http://www.youtube.com/watch?v=t9z9dKV9uKo
Um ano antes, Peterson foi impedido por contrato de disputar o título com Andretti, e olha que o sueco levou patrocinador para a equipe em 78. Gilles e Peterson tinham boas chances de serem campeões, nem Ferrari ou Lotus deram chance.
Reutemann e Jones – GP do Brasil de 81
Campeão da temporada antecedente, Alan Jones gozava do status de primeiro piloto da Williams em 81(noooossaaaa, pensei que isso era só na Ferrari com Schumacher), ainda mais depois de ter faturado com autoridade a etapa oficial de abertura, em Long Beach. Por isso, quando Carlos Reutemann liderava o GP do Brasil, segunda rodada, com o australiano logo atrás, o chefão Frank Williams não titubeou em mostrar uma placa ao argentino a cada volta que ambos completavam pela reta principal do finado Jacarepaguá, com a inscrição “JON – REU” indicando a troca das posições.
Orgulhoso como todo bom hermano, Reutemann descumpriu a ordem e venceu, formando um verdadeiro racha que prejudicaria toda a equipe pelo resto do ano, e ajudaria Nelson Piquet a ficar com o título para a Brabham, mesmo com um carro inferior. Até hoje, Reutemann diz que foi sabotado por parte do time naquela disputa contra o brasileiro em Las Vegas, tudo por causa de sua insurgência em solo brasileiro. O mais engraçado é que, duas semanas depois do ocorrido, a F1 seguiu justamente para a Argentina, onde a torcida local compareceu em peso ao autódromo Oscar Gálvez, portando cartazes com os dizeres “REU – JON”. Nem é preciso explicar o porquê.
Abaixo a famosa foto da placa na mão de Frank Williams indicando que Reutemann cedesse posição a Jones no GP do Brasil de 81:
http://tazio.uol.com.br/wp-content/uploads/2013/03/Reutemann-e-Jones.jpg
Pironi e Villeneuve – GP de San Marino de 82
Com tão poucos carros no grid e o já quase protocolar abandono das Renaults por falha no motor, Villeneuve e Pironi passaram a se ver em um desfile de gala, rumo àquela que talvez seria a dobradinha mais fácil da história da Scuderia. Nessa toada, os dois ferraristas se passaram e repassaram várias vezes, porém com a pré-definição de que a vitória deveria ficar com Villeneuve, o primeiro piloto.
Acontece que Pironi não estava a fim de seguir instruções prévias(placa slow) e decidiu escrever seu próprio desfecho: na última volta, surpreendeu o então amigo e o ultrapassou, sem dar chances para troco até a linha de chegada. De bons colegas, os dois passaram a arqui-inimigos pelo resto da vida (pelo menos no caso de Gilles, que levou tal panorama às últimas consequências).
E foi justamente tentando evitar que seu novo desafeto largasse na sua frente em Zolder, 14 dias depois, que o canadense abriu desesperadamente uma última volta rápida na classificação do sábado. Se com a cabeça em ordem Gilles já era imprevisivelmente instintivo em suas ações na pista, agora ele havia se tornado um animal incontrolável, que apenas a força daquele terrível acidente com a March de Jochen Mass pôde domar.
Arnoux e Prost – GP França 82
Arnoux liderava a corrida em casa, mas a equipe Renault mostrou placa para o francês entregar a vitória ao compatriota Prost. Arnoux fez exatamente como Reutemann, ignorou a ordem e venceu a corrida, depois rompeu contrato com a equipe. Arnoux no ano seguinte estava correndo pela Ferrari, 1983 foi sua melhor temporada na Formula 1, com chances de até ser campeão.
Bom lembrar, nos anos 70 e 80 não existia multa milionária pra deixar as equipes, isso facilitava a rebeldia dos pilotos. Hoje, se um piloto pisar na bola…chute no traseiro e falência…
Não esqueçam que o Nico tem 25 pontos, é alemão, piloto de uma equipe alemã, com motor alemão e com chefe de equipe Austro-germânico. Na verdade, assim como aconteceu com Piquet, a Mercedes pode muito bem querer ter um piloto da casa campeão. E isso, não está escrito em lugar nenhum, mas pode ser o caminho tomado pela direção da Mercedes AMG.
Não esqueçam que o Nico tem 25 pontos, é alemão, piloto de uma equipe alemã, com motor alemão e com chefe de equipe Austro-germânico. Na verdade, assim como aconteceu com Piquet em 1986, que lutava contra um piloto inglês de uma equipe inglesa, a Mercedes pode muito bem querer ter um piloto da casa campeão. E isso, não está escrito em lugar nenhum, mas pode ser o caminho tomado pela direção da Mercedes AMG.
Vários pilotos europeus fazendo jogo de equipe, nunca deu confusão, só foi dar merd…no GP da AUT 2002!
Grosjean entrega 2º lugar a Kimi, que agradece com a mão – Bahrain 2012
http://www.youtube.com/watch?v=IXEYYGPDVT8&feature=youtu.be
Grosjean entrega 6º lugar a Raikkonen-Cingapura 2012
http://www.youtube.com/watch?v=WooZBaxb2f8&feature=youtu.be
*Bom lembrar, Grosjean entregou várias posições a Kimi em 2013
Líder D.Hill entrega posição a Prost GP Canada 93
http://www.youtube.com/watch?v=2HSAm0pZS04
Líder D Hill entrega posição a Prost GP França 93
http://www.youtube.com/watch?v=sAP9Smmix3U&feature=youtu.be
Assista a partir de 9:54 os comentários de Galvão e R.Leme.
gp da italia 1993 (Italy Grand Prix 1993)
http://www.youtube.com/watch?v=4PsIAE2NfVA
Reginaldo Leme: “Williams admitiu ordem para Prost ser campeão em 93.
http://www.youtube.com/watch?v=64nMDgrzkMo&feature=youtu.be
Massa entrega posição a Heidfeld na Sauber
http://www.youtube.com/watch?v=1ol0KTDmO54&feature=related
Fisichella entrega posição a Alonso
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=Ia8d-oupdMs&NR=1
Ralf Schumacher recebe ordens para não tirar vitória de Hill
http://www.youtube.com/watch?v=ykI39M27y10&feature=related
Líder Coulthard entrega liderança a D.Hill-GP Portugal 1994
http://www.youtube.com/watch?v=yqY9_JSa5BU&feature=youtu.be
O escocês foi até na parte suja da pista para facilitar para Hill.
F1 1997 European GP: Hakkinen pass Coulthard and Villeneuve
http://www.youtube.com/watch?v=3RMX9NiBZd0
Notem que era para David vencer, ele estava a frente de Mikka, abaixo a conversa pelo rádio:
_Mikka P3 perto, Coulthard abra para Mikka na reta dos boxes.
“Repita por favor”
_Abra para Mika nos boxes, OK?
“Desculpe não entendi…interferência”
Nesse momento, Ron Dennis furioso pega o rádio e dispara:
_COULTHARD, AQUI É RON DENNIs!!! SE VOCÊ NÃO DEIXAR MIKKA PASSAR NESSA VOLTA NA RETA DOS BOXES, VOCÊ SERÁ DEMITIDO, ENTENDEU?
Na corrida seguinte em 98, David nem questionou pelo rádio…
David Coulthard allows Mika Hakkinen – AUS 98
http://www.youtube.com/watch?v=aHd8n1D4wkM
Era a primeira corrida do ano, que papelão Mclaren…
No vídeo abaixo outro momento que a Ferrari favoreceu o primeiro piloto, novamente a placa “slow” era mostrada na F1. Era apenas a quinta prova na temporada, a Ferrari não permitiu que Johansson vencesse a primeira na carreira.
F1 1985 FIA Review 05 Canada
http://www.youtube.com/watch?v=sH6cNwEF5fY
Schumacher abaixo entrega a liderança a Irvine – Malásia-99
http://www.youtube.com/watch?v=kbsawr_3sgA
No vídeo abaixo, Fittipaldi “se entrega”, herdou a posição de primeiro piloto que era de Jochen Rindt. Oras, então já tinha primeiro e segundo piloto na Lotus! Quem era o companheiro de Rindt???
Pilotos falam sobre cláusulas curiosas em contratos da F-1:
http://tvuol.uol.com.br/assistir.htm?&tagIds=269&time=all&orderBy=mais-recentes&edFilter=editorial&video=pilotos-falam-sobre-clausulas-curiosas-em-contratos-da-f1-04020C19336AE4A94326
A temporada de 1970 teve dez provas, Rindt foi campeão somando 45 pontos! Foram cinco vitórias, cinco pódios, três poles, e uma melhor volta, mais 172 voltas liderando. John Miles(quem?) companheiro de Rindt foi 19º no mundial somando apenas 2 pontos, precisa dizer quem era o segundo piloto na Lotus em 1970?
E o Cacá Bueno dizendo que tinha privilégios na Stock, mas nada tão explícito…só posso rir de tudo isso! E aí Galvão, como ficamos? Teve uma corrida que houve jogão de equipe entre irmãos…não me esqueci disso, teve piloto que chiou muito na época. Oras, se tinha “alguns privilégios”, alguém ficou chupando o dedo! Isso me lembra o carro reserva da Lotus em Monza 78, exclusividade de Mario Andretti. Peterson que se dane…morreu pilotando um carro reserva bem velho!!!
Marcelo,
Na boa, aonde tu queres chegar?