Olhando a vantagem astronômica que tem no campeonato. Sebastian Vettel não deve ter ficado muito preocupado com o quarto lugar no GP da Alemanha. Mas o alemão, conhecido por dar atenção especial às estatísticas, ao menos teve motivos para ficar desapontado com o fim de algumas sequências impressionantes que iniciara ainda no ano passado.
Agora, Vettel terá de começar do zero seus números de pódios, corridas na liderança e largadas da primeira fila consecutivas. De qualquer maneira, com as marcas atingidas até este GP da Alemanha, já colocou seu nome na história da categoria.
Largadas consecutivas na primeira fila
Piloto | Corridas | Sequência |
Ayrton Senna | 24 | 1988 Alemanha – 1989 Austrália |
Damon Hill | 17 | 1995 Austrália – 1996 Japão |
Alain Prost | 16 | 1993 África do Sul – 1993 Austrália |
Nigel Mansell | 15 | 1986 Austrália – 1987 México |
Sebastian Vettel | 14 | 2010 Cingapura – 2011 Grã-Bretanha |
Pódios em sequência
Piloto | Corridas | Sequência |
Michael Schumacher | 19 | 2001 EUA – 2002 Japão |
Fernando Alonso | 15 | 2005 Turquia – 2006 Canadá |
Sebastian Vettel | 11 | 2010 Brasil – 2011 Grã-Bretanha |
Provas consecutivas em que liderou a corrida
Piloto | Corridas | Sequência |
Jackie Stewart | 17 | 1968 EUA – 1970 Bélgica |
Michael Schumacher | 15 | 2004 Austrália – Itália |
Sebastian Vettel | 13 | 2010 Japão – Grã-Bretanha |
Ao menos Vettel continua firme na tentativa de quebrar o recorde de Schumacher de maior número de corridas em sequência nos pontos: tem 12, assim como Webber. Ambos estão exatamente no meio do caminho.
O alemão também faz parte de outro dado legal de ser acompanhado: as últimas 33 corridas foram vencidas pelos mesmos cinco pilotos: Hamilton, Vettel, Webber, Alonso e Button. É a terceira maior sequência do tipo na história, definindo uma era na F-1. A última vitória de um piloto “diferente” foi de Rubens Barrichello, na Itália, em 2009.
Pilotos | Corridas | Sequência |
Piquet, Senna, Prost, Mansell e Berger | 53 | Brasil 1986 – EUA 1989 |
Clark, Gurney, Graham Hill, Surtees e Bandini | 34 | Bélgica 1962 – Alemanha 1965 |
Schumacher, Montoya, Fisichella, Alonso e Raikkonen | 33 | Japão 2004 – Alemanha 2006 |
Hamilton, Vettel, Webber, Alonso e Button | 33 | Cingapura 2009 – |
Curiosamente, a primeira prova em que vimos Vettel fora do pódio foi sua corrida caseira, assim como aconteceu com o último piloto que teve um início de temporada arrasador, Jenson Button, que terminou fora dos três primeiros pela primeira vez em 2009 no GP da Grã-Bretanha.
Já a McLaren continua sua sequência impressionante: desde que a equipe uniu os campeões britânicos, nunca deixou de marcar pontos em uma prova sequer. E já são 29.
Falando em Button, o inglês abandonou pela segunda vez seguida, algo que não acontecia desde os sofridos tempos de Honda, quando não se classificou nos GPs da França e – adivinhe! – da Grã-Bretanha de 2008.
Já seu companheiro Lewis Hamilton voltou a igualar Sebastian Vettel em número de vitórias, 16, e agora pode dizer que tem ao menos um troféu de cada um dos circuitos em que correu de F-1 – e 40 pódios no total. Só faltava o de Nurburging, pista na qual teve um final de semana para esquecer em 2007, com um forte acidente na classificação e decisões estratégicas equivocadas na corrida, e sofreu com um furo no pneu logo na largada em 2009.
Hamilton também conquistou sua décima volta mais rápida da carreira, igualando, entre outros, Mark Webber. O pole da Alemanha pode não ter conseguido manter a posição sequer até a primeira curva, mas ao menos liderou uma volta pela primeira vez no ano, tornando-se o sétimo a fazê-lo (os outros são, na ordem de número de voltas lideradas, Vettel, Hamilton, Alonso, Button, Rosberg e Massa).
Com o terceiro posto alcançado na terceira prova seguida por Webber e o quarto lugar de Vettel, a dupla da Red Bull, após um 2010 atormentado pela falta de confiabilidade, se mantém como a única que completou todas as voltas disputadas até aqui.
O mesmo não se pode dizer de Pastor Maldonado que, junto dos pilotos das equipes nanicas, não fez nenhuma corrida completa – na volta do líder – até esta décima etapa.
Na Ferrari, Fernando Alonso se classificou na frente de Felipe Massa pela décima vez no ano, somando 16 “vitórias” aos sábados desde o GP da Itália de 2010. O espanhol conquistou seu 68º pódio na carreira, igualando Rubens Barrichello em uma lista na qual só são superados por Ayrton Senna (80), Alain Prost (106) e Michael Schumacher (154).
Massa tem melhorado suas marcas nas corridas. Depois de passar três provas fora dos pontos, o piloto está em uma sequência de três quintos lugares, seu melhor resultado do ano. Não é nenhuma maravilha mas ao menos ajuda a Ferrari na luta do mundial de construtores contra a McLaren.
Sua posição, contudo, não foi suficiente para continuar a grande sequência em solo alemão. Correndo de Ferrari, o brasileiro nunca tinha ficado fora do pódio no país, tanto em Hockenheim, quanto em Nurburging. Mesmo sem nunca ter vencido na Alemanha, Massa soma três terceiros lugares e três segundos.
Uma curiosidade é que desde que o piloto da Ferrari venceu o GP do Brasil em 2008, nenhum outro conseguiu ganhar sua corrida caseira. E lá se vão 46 provas, lembrando que o recorde são 64.
7 Comments
Gostei da frase: “não completou nenhuma corrida completa” 🙂
Brincadeiras à parte, gosto muito dos seus textos: supera muitos “supostos” comentaristas de F1.
Essa marca de vitórias do piloto da casa parece que vai demorar um bocado, pois pelas corridas do fim de temporada não há mauitas esperanças.
-Hungria: ninguém
-Bélgica: D’Ambrosio, com Virgin
-Itália: Talvez Trulli e Liuzzi, também em nanicas.
-Cingapura e Coreia: Ninguém.
-Índia: Talvez Chandhock e Karthikeyan
-Japão: Kobayashi, com Sauber
-Abu Dhabi: Ninguém
-Brasi: Massa e Barrchello
O único com alguma chance é o Felipe mesmo, se bem que o Koba dar um show em sua terra, seria inesquecível… Mas mera utopia!
Oi Julianne,
Eu fico impressionado a cada post seu. É impressionante a riqueza de dados e detalhes, que muitas vezes passa despercebido, que você nos trás.
Adorei, como todos, este seu post. Continue assim, me tornei fã e seu leitor assíduo.
Rico post em dados estatisticos, uma coisa que curto muito e que alguns deles eu nem fazia ideia, como o de sequencia de vitorias de um determinado grupo de pilotos.
Parabéns!
Fico feliz que gostem. Não é algo simples de fazer. Valeu!
Este post confirma que a geração mais brilhante da história da F1 foi a de Senna, Piquet, Mansell e Prost.
Riqueza de detalhes impressionante! Grande trabalho Ju!
Que diabos o Webber tá fazendo nessa foto!? esse cara é muito ruim! parece-me que tambem faz o estilo Schumacher de ser: sujo!