F1 McLaren, Honda e o futuro - Julianne Cerasoli Skip to content

McLaren, Honda e o futuro

A dança das cadeiras geralmente se refere ao futuro dos pilotos na F-1, mas neste ano a conversa também tem sido quente em relação aos próximos passos da parceria entre Honda e McLaren. Ao que tudo indica, não há grandes amarras contratuais prendendo ambas as partes, mas, enquanto o time inglês tem batido de porta em porta tentando encontrar um plano B (e, curiosamente, Christian Horner afirmou em Silverstone acreditar que tudo vai acabar na mesma, como aconteceu com a própria Red Bull), os japoneses deixam claro que não querem desistir.

Nas últimas semanas, depois que até o acordo com a Sauber passou a correr risco, houve rumores de que a Honda de saída da Fórmula 1, mas isso não parece passar de uma hipótese remota. Tanto, que Hasegawa tem se mostrado empolgado com os ganhos obtidos nos últimos meses projetando a próxima temporada, “pois vamos manter o mesmo conceito adotado neste ano”.

A mudança de conceito foi ao mesmo tempo a grande aposta e a grande razão do abismo entre o motor Honda e os demais ter aumentado neste ano em relação à temporada passada. Porém, a avaliação é de que o projeto anterior chegara ao limite de desenvolvimento e de que esta era a única saída.

Resolvida a questão conceitual que atrasou o desenvolvimento nos dois primeiros anos de projeto, o problema central da Honda hoje é o dinamômetro, que não tem gerado respostas precisas. E há uma solução relativamente fácil para isso. Há um equipamento sendo usado pelas outras fornecedoras na Áustria para comprovar seus dados, e a McLaren vem tentando há meses convencer os japoneses a fazer o mesmo, sem sucesso até aqui.

Este tipo de barreira que tem traços culturais não é novidade dentro da parceria e um dos motivos apontados para a lentidão no desenvolvimento da Honda é a relutância tanto da contratação de profissionais estrangeiros, quanto a própria resistência destes profissionais irem ao Japão trabalhar na fábrica de Sakura.

Tendo tudo isso em vista, até que o trabalho da Honda não é tão ruim quanto parece. Há quem diga no paddock que a parte híbrida do motor japonês é a melhor do grid, com menor taxa de de-rate (quando acaba o estoque das baterias e apenas o motor de combustão funciona). Mas isso não consegue ser traduzido em uma vantagem eficaz porque a McLaren não consegue usar toda a potência do motor por questões de confiabilidade.

Questões essas que estão ligadas ao projeto do carro, que tem a caixa de câmbio mais baixa do grid. Não se sabe ao certo, devem ser uns 20 centímetros, mas foi uma mudança que tem a função de melhorar a distribuição de peso e o centro de gravidade do carro (o que é um fato) mas alterou toda a interação das peças da parte traseira e gerou trepidações que a Honda está tendo dificuldade em solucionar.

Focando nisso, depois de introduzir o Spec 3 nos treinos livres em Baku, a Hasegawa já fala no desenvolvimento do Spec 4. Não é exatamente uma conversa de quem planeja sair com o rabo entre as pernas.

15 Comments

  1. Ju, vou te fazer uma pergunta voltada pro lado torcedor.

    Você é mais ou menos favorável ao retorno do Kubica?

    Agora uma do lado jornalístico.

    Como está o ambiente na Renault?

    E outra do lado ‘mãe dinah’.

    Tens palpites para a dança das cadeiras entre os pilotos?

    • Quem tem acesso aos dados dele até aqui é favorável, então é de se respeitar. Interessante ver que tudo o que venho publicando sobre o assunto do começo de junho pra cá vem se confirmando, o que indica que os engenheiros estão ganhando no momento a queda de braço com parte do comando da equipe.
      Em relação ao mercado muito depende desse movimento da Renault porque é a única vaga certa no momento

  2. O conjunto McLaren-Honde virou piada na F1 depois destes 3 anos de vexames. Dificil acreditar que todo continuará deste jeito por mais tempo. A McLaren pode até continuar com a Honda mas nesse caso deve eliminar esse espírito de equipe top, não ter mais Alonso, só pilotos novatos assim como uma nova equipe técnica de comando, para marcar um renascimento sem pressão por resultado. Tb acho duvidosa essa informação que o Honda é melhor em alguns setores do motor. Se assim fosse, como o motor sempre quebra mesmo, eles poderiam bem preparar um treino ou corrida regulado só para performace, classificar em quinto ou sexto e dar algumas voltar antes de quebrar. Hj eles classificam mal e quebram sempre. Ou será que o motor quebra antes mesmo de tres voltas se estiver em pleno regime ?

  3. Ju, então o grande problema da Honda seria o ICE ?

  4. Jamais compreendi como as empresas nao vestem os motores em outros carros para testar os motores no melhor laboratorio de todos, a pista. Na minha mente brilhante eles colocariam umas bolhas ao redor do chassis e pilotariam em alguma pista perto da fabrica… Alguem ai deve se lembrar do Williams F-1 que mais parecia um furgao que o Prost pilotou algumas vezes. Levou ate jornalistas junto (alguns vomitaram apos a volta).

    Meio que cheating…mas fazer o que. A essa altura vale tudo.

    • É que o laboratório perde precisão, ainda mais na F1 atual, se utilizado num carro de anos anteriores ou em outro tipo de carro, penso eu.

      • Rodrigo, a ideia he usar qualquer tipo de plataforma para por o motor na pista. Mas poderia ser algo disfarcado com uma bolha…ou um truque de marketing com o verdadeiro F-1 embaixo.

  5. Bem, se o problema maior é o dinamômetro, podem estar perto das respostas que almejam…agora, fica difícil compreender como uma firma vencedora e capaz, por orgulho, pode se negar a colher os frutos do bom trabalho de uma forma mais rápida por não mudar a abordagem e até mesmo as ferramentas. Os nipônicos parecem masoquistas!

    • Wagner, contrario ao mito que reina principalmente no Brasil, a honda tem varias passagens na F-1 onde fiasco foi a ordem do dia. Mas o pessoal se lembra somente da epoca Piquet/Mansell/Senna/Prost. Pergunta ao Button ou Barrichello o que acham da Honda…ou ate mesmo para turma da decada de 60.

  6. Eu até entendo a relutancia da Honda pra usar tecnicos estrangeiros. Mas essa de não querer usar o equipamento que comprova os dados… Muito estranho isso.

  7. E outra questão: Se realmente o cambio do carro é um dos vilões, causando vibrações no motor, será q a Mclaren não pode colaborar fazendo um cambio menos problematico?

  8. Acho que a McLaren e o Alonso não tem opções. A equipe não vai conseguir outro motor. É Alonso não vai conseguir uma vaga nas três melhores equipes.
    A Renault ainda não parece que vai brigar lá na frente e anda num romance com o Kubica.
    Vão ter que torcer para a Honda conseguir acertar o motor.

  9. Anderson e Wagner,
    Conhecedor da cultura japonesa, arrisco dizer que do ponto de vista dos japoneses, aceitar essa ajuda externa e colhe dados em outros locais, seria como perder a honra pra eles.
    Esse não é o jeito japonês, eles vão se esforçar mesmo para acertar o dinamômetro deles e colher os frutos por si mesmo.
    Dennis,
    Se o problema deles é confiabilidade, não acho que faça muito sentido eles se classificarem bem e dar poucas voltas. É mais jogo se classificar mal e dar o maior número possível de voltas pra testar a confiabilidade.
    Plow,
    Hoje em dia eles não podem fazer isso, tem restrição de desenvolvimento, não entendo pq eles não fizeram isso em 2014.
    Abraços pros meninos e beijos pras meninas!

    • Testar confiabilidade ? Os carros não conseguem terminar as corridas. E é assim desde do começo do campeonato. Eles mudam, atualizam e nada muda. Tirar performace para melhorar a confiabilidade não está dando certo. Por isso seria melhor tentar algo diferente. Para mim o motor é fraco mesmo, sem confiabilidade e tb potencia. Em 1985 o motor Honda na Williams quebrava muito no começo mas todos viam que era um motor muito potente. No fim do ano melhoraram isso e o carro ganhou as 3 ultimas corridas do campeonato. E dominou tudo a partir dai até 1991. Se a Honda tivesse realmente um motor potente mas não confiável iria tentar algo parecido, mostrar performace e depois confiabilidade. A situação é muito diferente agora, bem mais vexatória.


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