F1 3 razões para Verstappen suar nos EUA - Julianne Cerasoli Skip to content

Três fatores fizeram Verstappen suar para vencer em Austin

Não deixa de ser curioso que um problema que tem estado no radar mais da Red Bull do que de qualquer outra equipe desde o início de 2022 tenha gerado a desclassificação da Mercedes de Lewis Hamilton e da Ferrari de Charles Leclerc no GP dos Estados Unidos. 

Afinal, a Red Bull é o carro que consegue andar mais próximo do solo, maximizando o efeito do novo regulamento. Mas uma combinação entre uma pista muito ondulada e um fim de semana de sprint fez com que as equipes errassem na altura dos carros, causando um desgaste maior que o esperado na prancha. Foi algo mínimo, mas é daquelas regras preto e branco.

Antes de tudo isso, daria para discutir até se Lewis Hamilton e a Mercedes foram o conjunto mais rápido da corrida. Ele chegou a 2s2 de Max Verstappen, que teve três problemas diferentes no GP. 

Carro alto e saindo de frente para lidar com ondulações e superaquecimento

Primeiro, a Red Bull teve que andar com o carro mais alto que costuma por conta das ondulações. Pelo que vimos nos rivais, foram conservadores e acabaram no lucro. Mas isso também deixou o carro mais lento e mais dianteiro principalmente em uma volta lançada (até porque o foco era proteger os pneus traseiros do superaquecimento na corrida). Verstappen sofreu muito mais que em outras etapas, teve que forçar para superar a Ferrari de Charles Leclerc e acabou saindo da pista na classificação. Com a volta deletada, largou em sexto.

A sprint, prova em que Verstappen dominou saindo da pole, deu a impressão de que ele viria fazendo fila rapidamente. Mas logo nas primeiras voltas no GP deu para perceber que seu ritmo não era muito superior, o que nos traz de volta à questão da altura do carro. Além disso, Verstappen tinha pedido mudanças no freio, que acabaram piorando sua sensação no carro. Mais conservador nas freadas, ele passou a perder temperatura nos pneus dianteiros.

Verstappen abrindo caminho

Mesmo assim, ele veio abrindo caminho. Passou Russell na largada, Sainz na quarta volta e Leclerc na 11, chegando ao terceiro posto, atrás do líder Norris, que passou Leclerc na largada, e de Hamilton, que superou o monegasco na quarta volta.

Leclerc seria o único piloto a fazer a estratégia de uma parada funcionar. Ou mais ou menos. Os números da Ferrari mostravam que uma ou duas paradas davam resultados próximos e, por isso, quando viram que o desgaste não era tão forte quanto esperavam, decidiram por uma parada. Mas os dados não estavam corretos, e Leclerc foi sendo passado, terminando em sexto e depois sendo desclassificado pela questão das pranchas.

Aliás, vale o adendo, só quatro carros foram checados, como é de praxe. Além de Leclerc e Hamilton, Verstappen e Norris. É possível que outros carros estivessem baixos demais.

Mercedes ficou tentada a fazer só uma parada

Voltando à corrida de Verstappen, quando a Red Bull o chamou aos boxes na volta 16, antes dos rivais diretos, e colocou outro jogo de pneus médios, indicando que ele teria de fazer duas paradas.

Na Mercedes, o desgaste não era alto e os engenheiros acreditavam que daria para fazer uma parada. Quando Verstappen parou e, logo em seguida, Norris, a equipe pediu para seus dois pilotos ficarem na pista. Mas logo Hamilton começou a fritar os pneus e seu ritmo caiu.

Em retrospecto, foi um erro deixar Hamilton mais tempo na pista. Nas quatro voltas a mais que fez com o primeiro jogo de pneus, ele viu Verstappen passá-lo e abrir. Antes da parada, ele estava a menos de 2s do líder Norris. Ele voltou em terceiro, a 9s de Norris e a 6s de Verstappen.

McLaren sofreu com calor (e curvas lentas) em Austin

Esse titubeio da Mercedes (com o mesmo tipo de informação que fez a Leclerc escolher a tática de uma parada para Leclerc) acabou custando caro para Hamilton, principalmente depois que Verstappen passou Norris na volta 28.

O piloto da McLaren não acreditava estar na disputa com Verstappen e Hamilton. As temperaturas altas não ajudavam seu carro, e ele tinha dois jogos de pneus duros, ao contrário das Mercedes e das Red Bull. E foi uma tarde mais para o pneu médio que o duro (aliás, daí que veio a dificuldade de fazer a tática de uma parada funcionar). Ele acabou sendo ultrapassado, também, por Hamilton na volta 48, a cinco do final. E faltaram voltas para que Hamilton conseguisse chegar em Verstappen.

Mas ele seria desclassificado, deixando o segundo lugar para Norris e o terceiro para Sainz, a Ferrari que fez a estratégia certa. Quem mais se deu bem com as punições foi Perez, que estava perdendo pontos em relação a Hamilton na briga pelo vice, e acabou em quinto. Foi mais um daqueles finais de semana em que ele saiu dizendo saber o que fez errado com o carro, após ficar muito atrás de Verstappen novamente.

Gasly também ganhou duas posições e aproveitou para alfinetar Ocon, que se tocou com Piastri na primeira volta. O francês disse que preferiu ser conservador porque alguns estavam muito agressivos. E as duas Williams acabaram nos pontos, com Logan Sargeant conquistando seu primeiro na F1.

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