F1 Ultimato - Julianne Cerasoli Skip to content

Ultimato

Dietrich Mateschitz (AUT) CEO and Founder of Red Bull. 19.06.2015. Formula 1 World Championship, Rd 8, Austrian Grand Prix, Spielberg, Austria, Practice Day.  - www.xpbimages.com, EMail: requests@xpbimages.com - copy of publication required for printed pictures. Every used picture is fee-liable. © Copyright: GEPA / XPB Images

Final de outubro. É esse o prazo que o dono da Red Bull, Dietrich Mateschitz deu para a decisão final sobre o futuro da Red Bull. E, no atual cenário, o mais provável é que realmente a empresa esteja de saída – levando consigo duas equipes.

Isso porque a Ferrari está irredutível na oferta de motores de 2015. E não é só pelo temor de perder para a cliente, que reconhecidamente tem um dos melhores, senão o melhor chassi da Fórmula 1. Mas principalmente porque, ao definir que todos receberão motores atualizados, terá de lidar com o consequente aumento da demanda em sua fábrica – o que atrapalharia os esforços em desafiar a Mercedes ano que vem. Mesmo nesta temporada, demorou cinco etapas para a Sauber receber a primeira atualização. Isso, sendo a única cliente com motores de 2015.

A Mercedes também deve ter pensado nisso. Os alemães já decidiram que, neste ano, os clientes não vão receber a versão atualizada do motor e a justificativa recai sobre os altos custos – financeiros e técnicos – de produção das peças para assegurar que Williams, Force India e Lotus recebam produtos idênticos. Observando a chiadeira da Red Bull com a Renault nos últimos dois anos, é de se imaginar que a relação seria, no mínimo, tensa para ambas as fornecedoras.

Se por um lado a Fórmula 1 já superou outras grandes perdas no passado, por outro é inegável o que o extenso investimento da Red Bull gerou à categoria especialmente na última década. E isso não se limita a manter duas equipes: uma das grandes estrelas da atualidade e praticamente todas as boas revelações dos últimos anos tiveram a carreira financiada pelas latinhas de energético, além do alto retorno com as ações promocionais pouco usuais feitas mundo afora, explorando territórios em que a Red Bull é mais conhecida que a própria Fórmula 1.

Mais do que isso, seria uma perda que colocaria em xeque o atual regulamento. Afinal, sejam quais forem os motivos por trás da crise atual – das falhas da Renault à inabilidade dos próprios dirigentes da Red Bull – a empresa estaria se despedindo ao ver que é impossível vencer sem um tratamento de time de fábrica. E isso desencorajaria qualquer investimento que não venha de montadoras no futuro. Sim, o regulamento atual foi pensado para atrair tais montadoras e é fundamental para o retorno da Honda. Mas há qualquer indício forte de que outras virão?

Em última análise, a situação da Red Bull só mostra que a era dos V6 turbo híbridos precisa de mais equilíbrio. Afinal, apesar da nova tecnologia ser válida, a F-1 é um campeonato de construtores, e não de motores. Talvez apenas garantias nesse sentido convençam Mateschitz e companhia a sofrer por mais um ano. Com motor capenga e tudo.

20 Comments

  1. Parece que estes motores híbridos foram mais um tiro no pé dado pela F1. Qual o plano b, se é que ele existe?

  2. Eu ainda acredito num acordo de ultimíssimo minuto da Red Bull com a Ferrari, Julianne. O maior problema seria fornecer simultaneamente motores para as duas equipes. Seria uma pena jogar fora um trabalho tão vitorioso feito pela equipe Red Bull (lembro-me de que Coulthard foi uma das molas impulsionadoras, ao questionar, lá atrás, Dieter Masterchitz sobre que grandeza ele pretendia para a Red Bull, e sugerindo na ocasião a contratação de Newey). Uma pena jogar fora 4 pilotos tão talentosos como Ricciardo, Kvyat, Verstappen e Sainz, isso sem falar no programa júnior de descoberta de talentos através da Toro Rosso, que embora alguns critiquem como moedor de carreiras, na verdade foi excepcional e trouxe para a F 1, além daqueles quatro, um fora-de-série como Vettel, graças ao fino faro de Helmut Marko, que seria outra grande perda, também.

    Sim, por que – ao invés de aproveitar pelo menos Ricciardo e Verstappen – quem garante que mesmo com 3 carros por equipe, a Mercedes deixaria de dar preferência a Pascal Wehrlein e a Ferrari provavelmente a um mediano Antonio Fuoco, de sua academia de pilotos? Não sei se na verdade Verstappen interessaria tanto a Arrivabene, pois Max, além de talentoso, tem personalidade forte, e talvez não acatasse tão facilmente as diretrizes da Rossa, que – pelo menos nessa fase de recuperação – requer estabilidade e serenidade, segundo a visão do próprio Arrivabene. No meu entender, Verstappen “vestiria” melhor na Mercedes, que já tem o Wehrlein, entretanto.

    Sem dúvida a retirada da Red Bull e da Toro Rosso será muito sentida. Julianne, quando você diz ” Talvez apenas garantias nesse sentido convençam Mateschitz e companhia a sofrer por mais um ano” você vislumbra a entrada da Volks propriamente dita (com todas as dificuldades por que vai passar) ou de alguma de suas filiadas, no caso mais provável Porsche e/ou Audi?

    De qualquer maneira, o tempo urge para o início do projeto do carro para 2016 e logo saberemos a resposta, até o final deste mês. E será que – em caso de retirada – haverá uma corrida por Adrian Newey? Eu acho que sim, em especial por parte da Ferrari.

    • A situação mudou na Volkswagen a ponto da história de compra ter esfriado a níveis negativos. A chance seria uma revisão do regulamento.

      • Obrigado, Julianne.

  3. A F1 não precisa de equilíbrio, não se for artificial. Acabamos de sair da era V8 e sua maior marca foi permitir a debandada de várias montadoras – BMW, Toyota, Cosworth, Honda – e o domínio da Red Bull. Isso porque o equilíbrio nos motores apenas potencializou a vantagem de Red Bull com o carro em si e eliminou a principal via que Ferrari e McLaren/Mercedes (e suas equipes) tinham para se desenvolver (já que era impossível que anulassem o Adrian Newey e sua equipe).

    Ao contrário de equilíbrio, a F1 precisa dar espaço para equipes e montadoras se desenvolvam.

    Minha sugestão para corrigir a F1 sem rasgar todo o regulamento ou criar concessões injustas é simples, associe os tokens disponíveis aos resultados nas pistas. Sendo que a cada vitória num ano, a montadora perde um token para o ano seguinte.

    Por exemplo, em 2014 houve 19 GPs, então cada montadora teria, inicialmente 19 tokens para 2015. Mas a Mercedes teria apenas 3 tokens para 2015 por conta de suas 16 vitórias. A Renault teria 16 tokens. Ferrari e Honda teriam 19.

    Com o tempo todas as montadoras poderiam se desenvolver, mas sem que houvesse uma explosão nos custos ou que alguém construísse uma vantagem insuperável congelada no regulamento.

    Quanto ao ultimato da Red Bull, já vai tarde. Ela ajudou a acabar com a FOTA e sempre foi o mais egoísta possível se aliando com Bernie em detrimento à F1 em si. E agora está acabando com a Renault de uma forma que não lembro ter visto antes. Já vai tarde.

  4. Cada um luta com as armas que tem. Sauber e Force India usaram a “European Union Competition Directorate”, a Red Bull e Torro Rosso, ameaçam deixar a F-1.

    Tem que haver uma mudança de regra, o “status quo” não é sustentável. Acho que as equipes deveriam ter um teto no valor de fornecimento dos motores, serem obrigadas a fornecer a mesma versão para todos os clientes e um numero máximo de clientes por fornecedora.

  5. Desculpe aos fãs más eu “peguei” antipatia por esta Xaropeira! De modo viu e rasteiro defenestrou a Renault que lhe ajudou a conquistar quatro (04) títulos de construtores & pilotos e arrogantemente exige da Ferrari o mesmo tipo de motor pra 2016. Realmente a arrogância desta equipe éh que abriu diante de si, o abismo no qual ela se encontra nesta espiral descendente com grandes possibilidades de desaparecer da categoria. Eu fico éh sentido pelos formidáveis Ricciardo e Vestarppinho que agora objetos de barganha das equipes poderosas. Más se eles (Red Bull) tiverem juízo, vão “sossegar-o-facho” e aceitar (por duas temporadas) os motores 2015 da Scuderia até conseguir alguma montadora que os adote. Lamentável!

  6. Blefe. Mateschitz ganha muito dinheiro com a F1 e não sairá assim.
    Querem usar a Ferrari como motor ‘tampão’ por uma, duas temporadas, até achar um sócio. Os italianos não são otários.

    O problema será achar esse sócio. Com o escândalo na VW, ficou muito mais difícil achar alguma marca capaz de associar seu nome à RedBull. Todas as montadoras que fazem parte do grupo VW estão com as barbas de molho e não moverão uma palha durante um bom tempo.

    • Caro BRAZ, ainda acho que entre mortos e feridos se salvarão todos. Mas que a coisa tá feia pra Red Bull, você tem razão, ah isso tá mesmo. . . No fim das contas, eu não diria que foi uma comédia de erros, pois tá mais pra tragédia caso se concretize a retirada, por que no fim sobrariam 4 excelentes pilotos com futuro incerto, pelo menos de imediato. Eles farão falta à qualidade do grid, na minha opinião. Os dirigentes taurinos erraram na abordagem da primeira grande dificuldade que enfrentaram, agindo com grande estardalhaço público em relação às dificuldades da Renault em conseguir competitividade para seus motores. Isso obviamente assusta outras fabricantes de motores, como Mercedes e Ferraris, que certamente não gostariam de ter da Red Bull o mesmo tipo de tratamento que a RENAULT teve, mas ESTA também teve sua parcela de culpa no imbróglio: quis fazer omelete sem quebrar os ovos, ao investir pouco e subestimar a complexidade da nova tecnologia híbrida.
      Abraços.

      • Kro AUCAM! Acho eu que os caras da Red Bull se acham tão esperto que estão éh na verdade se “enforcando” na sua própria astúcia. Se esqueceram que assim como eles, tem entidades (eu encaro assim) com meio século ou mais na categoria (Ferrari) e que não vai ser uma Xaropeira que vai ditar o que estes kras irão fazer. Se deu muuuito-mal os espetões. Eu só sinto pelos garotos (Ricciardo e Verstappinho).

  7. A Red Bull acabou cavando a própria sepultura quando começou a não manter os problemas entre ela e Renault nas suas salas. Mas o que se pouco explica é por que a Renault não atualizou 1 token sequer no motor deste ano? Pior do que está não podia ficar, afinal de contas dinheiro foi investido e melhor lugar para teste é o motor dentro da carenagem e na pista. E li também o ponto de vista do Arrivabene, onde a Red Bull procurou muito tarde os motores Ferrari. Como em qualquer corporação que se preze, planos e metas são decididas com antecedência, então pra Red Bull vir exigindo motor de primeira linha na última hora é bastante complicado. Sinceramente, se o Dietrich Mateschitz realmente tirar RBR e Toro Rosso, espero que o dinheiro seja o suficiente para comprar essa parte da F1 a venda!!! Uma teoria meio maluca, mas seria uma grande manobra.

    • Não éh tão simples assim kro Stefano! Só de multa que a Red Bull tem de pagar, se tornaria inviável qualquer investimento a médio prazo. Más nesta F1 eu aprendi que nada éh impossivel! Quem sabe éh uma jogada do Didi & Eclerstone para dar a categoria as Xaropeiras….

      • Sim, entendo DvdBraz. Imagina, poucos contratos com patrocínio quebrados, o próprio “pacto de concórdia” e sabe-se lá mais o que. Mas seria interessante ver a Red Bull no lugar da CVC e, de repente, mudar um pouco esse monte de besteiras feitas nos últimos anos.

  8. pelo andar da carroagem a red bull vai sair , ou aceitar os de 2015 da Ferrari, e pelo q li na matéria ai postada por dvdbraz, a coisa pra Ferrari fornecer parece difícil ate os de 2015 viu, o maior erro da red bull foram 2, o primeiro reclamar publicamente tão fortemente da Renault 2015 e o 2 foi como o cara da Renault falou , a red bull comprometeu a investir esse ano pra desenvolver o motor e na hora do vamos ver o dinheiro pra investir num apareceu.
    assumiu publicamente pra fazer fita e agora romperam sem ter nada acertado com ninguém, ai eles mesmo cavaram a cova deles , pq nem Ferrari e nem mercedes estão preocupadas de fato com a red bull , como q se diz, eles q se lasquem é um amenos um pra eu lutar na pista.

  9. Vixe! Leiam o link abaixo! Depois que Alonso e Dennis reataram, na Fórmula 1 tudo é possível, tudo é possível! Não se trata mais de engolir, mas, além de engolir, de “degustar” sapos. . . A F 1 tem alguns aspectos da Física Quântica, na qual, segundo Teilhard de Chardin, “só o fantástico tem probabilidade de ser real”.

    Ou, como dizem alguns historiadores, “o difícil custa acontecer, o impossível acontece de repente”.

    http://www.autosport.com/news/report.php/id/121233

    • Ops, “o difícil custa A acontecer”

    • Pois éh AUCAM! Éh como diz o bom-e-velho-deitado: “Pior que cuspir no prato que comeu é ter que voltar pra comer no prato que cuspiu.” – O castigo seria de bom-tamanho pra esta equipe pretenciosa. E segue o enterro!

    • AUCAM, na dúvida entre ser humilde ou ser arrogante, seja arrogante;
      Haverá tempo de sobra pra ser humilde depois.

      • Dito isso, a RBR entrou na F-1 em 2005, contratou um dos melhores projetistas da história da categoria, fez um programa pra revelar pilotos que, até agora, revelou pelo menos um piloto de primeira categoria e após conseguir sua primeira vitória em 2009, finalmente ganhou os campeonatos de piloto e construtores em 2010.
        Ou seja, fez um projeto de trabalho a longo prazo que se revelou absolutamente vencedor.
        É muito estranho a RBR, com seu histórico, estar tão impaciente e imediatista. A Ferrari foi gigante, ficou 21 anos sem ganhar nada, voltou a ser a equipe a ser batida, caiu outra vez e tenta se recuperar. Na F-1 as coisas são assim, e a RBR melhor do que ninguém, por ter saído de baixo e chegado no topo, sabe disso. Difícil entender esse piti deles.


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