F1 O contrato do GP Brasil não quer dizer muita coisa - Julianne Cerasoli Skip to content

O contrato do GP Brasil não quer dizer muita coisa

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Em junho, no GP do Azerbaijão, Bernie Ecclestone fez uma de suas aparições relâmpago na sala de imprensa e disse que poderíamos ter 21 provas ano que vem. Ou 18. Logo começaram as especulações sobre quais seriam as etapas que estariam ameaçadas.

Nesse ponto, o Brasil já era uma delas, fruto da dificuldade dos organizadores em garantir o pagamento da taxa para receber o evento. Apesar da vontade de Ecclestone de manter o GP, com o qual obtém um lucro considerável especialmente com o Paddock Club, já havia a pressão para viabilizar a realização da prova em 2017, independentemente do contrato estar ou não em vigor.

Já vimos essa novela antes, e com finais diferentes. Quantas vezes Monza não ficou ameaçada? E o GP da Alemanha, que ficou de fora quando Nurburgring quebrou e Hockenheim não quis arriscar um prejuízo pelo segundo ano seguinte? No caso dos italianos, o evento sempre seguiu adiante, com concessões feitas dos dois lados. E os alemães, mesmo com um tetracampeão no grid, ficaram de fora em 2015. Em provas menos tradicionais, Índia e Coreia são exemplos de quem tinha um contrato, mas quebrou-o ao não pagar a conta.

É difícil entender de que lado da balança o GP do Brasil está no momento. Até que ponto Ecclestone aceita barganhar para não perder a prova no segundo país em audiência no mundo, único na América do Sul?

Há quem diga no paddock em Sepang que a prova do Brasil pode ser salva simplesmente porque as outras duas corridas ameaçadas estão em situação pior: no Canadá, onde também há um contrato em vigor, até 2024, foram prometidas reformas no paddock, que é, de longe, o pior do atual calendário. Porém, como não há nenhum movimento do governo local nesse sentido, a prova, de fato, pode não ocorrer. Na Alemanha, por sua vez, os organizadores de Hockhenheim estão com o mesmo dilema de 2015 e não acreditam que podem receber a prova em dois anos seguidos – e certamente nem um título de Nico Rosberg, piloto com pouco apelo em seu país natal, mudaria essa situação.

Como um calendário com 18 provas não seria uma opção – ainda mais em tempos nos quais fala-se na expansão para 25 GPs – o Brasil ficaria a salvo. Porém, se os organizadores não conseguirem mudar a atual situação, ainda veremos a data da prova brasileira junto de um asterisco várias vezes.

7 Comments

  1. Julianne, você saberia dizer se, além de termos os carros mais caros do mundo e tantas outras coisas mais caras do mundo, o ingresso do GP Brasil é o mais caro do mundo?

    • Lembro de fazer uma matéria para o UOL no fim do ano passado, não estou encontrando o link. Pelo que lembro mônaco e abu dhabi são os mais caros e o Brasil está no meio da lista. Mas comparando o poder de compra certamente é um dos mais caros.

      • Uma vez fiz uma pergunta parecida e você me disse que ingresso no GP de Austin custava em torno de 180 dólares, ou próximo disso, e dava direito a ficar em alguns lugares diferentes do autódromo.

        • Neste ano esse ingresso, que se chama general admission (você tem o direito de entrar no circuito, mas não nas arquibancadas), está 165 dólares.

          O que eu sinto falta em Interlagos é de promoções que ocorrem em qualquer lugar do mundo. Nos EUA, por exemplo, você pode comprar um ingresso anual que envolve os quatro grandes eventos que são realizados no circuito. Na Inglaterra e na Alemanha, há os ingressos familiares e na grande maioria há os early birds, com descontos para quem compra com antecedência. É fácil culpar a falta de interesse quando, na verdade, cobra-se caro para oferecer pouco conforto.

  2. Bom Dia, Jú.
    Vc acredita que nem a venda da F1 para a Liberty essa situação pode se alterar?
    Pois o Bernie cobra uma fortuna dos circuitos, além de cobrar por reformas e reformas nos paddocks, repassa o dinheiro de uma forma desigual e que mata as equipes pequenas.
    Essa formula já foi vencedora mas hoje está totalmente desgastada, pelo o que ouviu tanto em Cingapura como em Sepang nada aponta para uma mudança de direção?

    • Há muita especulação e pouca certeza por enquanto, mas o caminho parece ser aumentar ainda mais o calendário sem necessariamente uma preocupação com os circuitos tradicionais.

  3. Ainda bem que vou esse ano pela primeira e talvez última vez. Confesso aos amigos que estou super animada!!!


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