Há 10 anos, integravam o time de estreantes ninguém menos que Kimi Raikkonen, Juan Pablo Montoya e Fernando Alonso – numa turma que incluía ainda o brasileiro Enrique Bernoldi. Apenas o último continua na categoria, mas os três certamente deixaram sua marca, seja pelo arrojo, pelas grandes vitórias, pelos títulos, pelas polêmicas, ou por um certo desprezo pelo circo, que acabou levando os dois primeiros para outros caminhos.
Neste final de semana, estream outros 4 pilotos: Pastor Maldonado, Sergio Perez, Paul Di Resta e Jerome D’Ambrosio. Será que algum destes um dia chegará ao título?
É impressionante como os tempos são outros. Raikkonen, principalmente, e Alonso são exemplos de uma geração que sofreu com a decadência das F-3 na época e andou muito pouco com monopostos antes de chegar na Fórmula 1. Contudo, quando chegaram, podiam testar muito mais – o espanhol estreou aos 19 anos, 2 depois de sair dos karts, sem fazer uma curva sequer num F1, mas, em 2002, fez um ano inteiro como piloto de testes, enquanto o finlandês só tinha 20 corridas no currículo antes do GP da Austrália de 2001, e de F-Renault!
Entre os estreantes de hoje, o menos experimentado é Paul Di Resta. Mesmo assim, o escocês já soma seis anos longe dos karts. Em contrapartida, a quilometragem dos novatos com carros de F1 é bem menor.
E, para quem diz que ser piloto de testes hoje não vale mais nada, é interessante observar que apenas Perez fez sua estreia durante os ensaios destinados a jovens pilotos, em Abu Dhabi, no final do ano passado. Maldonado andou pela primeira vez de F1 em 2004, pela Minardi, enquanto Di Resta e D’Ambrosio eram test drivers e participaram de algumas sessões de treinos livres ano passado.
Embora essas questões sejam complexas (como já discutimos aqui aqui e aqui), apenas Di Resta se afasta da imagem de piloto pagante. O mexicano Perez e o venezuelano Maldonado são bancados por gigantes de seus países de origem (a Telmex, do ramo de comunicações, e a petrolífera PDVSA, respectivamente). O belga D’Ambrosio é um dos pilotos da agência Gravity – um dos braços da Genni, proprietária da Renault – e pagou pouco mais de R$ 10 milhões pela vaga.
Em relação aos currículos, Di Resta e Perez são os que melhor fizeram a lição de casa até aqui. O escocês tinha como companheiro ninguém menos que Sebastian Vettel quando foi campeão da F3 Euroseries, em 2006; nos anos seguintes, correndo na equilibradíssima DTM, teve uma ascensão meteórica (5º no primeiro ano, com um carro defasado, depois 2º, 3º e 1º). Chega à F1 numa equipe que vinha em franca ascensão até o ano passado, quando sofreu com a saída de algumas peças-chave na engenharia; tem um companheiro que leva dinheiro à equipe e pode esperar muita pressão: a Force India precisa aproveitar qualquer chance que tiver de pontuar.
Já Perez dominou completamente o campeonato da F3 Inglesa e levou o título em seu ano de estreia, em 2007, além, é claro, do vice na GP2 ano passado. Ao lado de Kobayashi, chega numa Sauber bem mais sadia financeiramente em relação a 2010.
Maldonado teve uma dura e longa fase de aprendizado na GP2 antes de tornar-se campeão, em 2010 (antes, foi 11º, 5º e 6º), ao passo que D’Ambrosio nunca brilhou (foi 11º em seu ano de estreia, 9º em 2009 e 12º no ano passado) na categoria que é o último passo antes da F1 e que já teve como campeões Rosberg, Hamilton e Hulkenberg.
O venezuelano provavelmente terá o melhor carro dos 4, um Williams, e um belo professor como companheiro de equipe. Rubens Barrichello, inclusive, falou bem do novato em entrevista ao TotalRace. Por sua vez, o belga estreia numa equipe que faz seu segundo ano, a Virgin, e tem em Timo Glock um companheiro experiente e consistente.
Saiba mais sobre os estreantes nos previews da temporada:
Pastor Maldonado
Sergio Perez
Paul Di Resta
Jerome d’Ambrosio
5 Comments
Se tivesse que apostar em bom rendimento, escolheria Perez e Di Resta.
Olhando a foto de 2001, dá saudade da velocidade do Montoya e do Kimi; Teoricamente Alonso seria o mais eclipsado dos que estrearam a 10 anos, os fatos mostraram o contrário totalmente.
Tae Ye Ju
Não sei se já sabe que extenderam a distância de utilização da DRS a 800M aqui na Austrália…
Bacci
Aqui o link
http://www.autosport.com/news/report.php/id/90128
oltre bacci
Devidamente atualizado no TotalRace.com.br!
Grazie