O velho fantasma

Em uma temporada de F-1, disputa-se dois campeonatos: pilotos e construtores. Quem vai para a pista tem que somar pontos para seus patrões e fazer melhor que seu colega de trabalho. Estão nas mãos dos chefes, que querem tudo, menos que ambos tirem pontos do time. Está na cara que uma hora todos esses comprometimentos serão colocados à prova.

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Nada mal para um 2º piloto – parte 2

E mais uma vez vimos uma corrida decidida da maneira que ninguém quer ver, mas da qual ninguém consegue escapar. Pensando no campeonato, a Ferrari não tinha muita escolha, já que todos seus esforços de desenvolvimento estão focados na única possibilidade que a equipe tem de ganhar alguma coisa esse ano: o campeonato de pilotos com Alonso. Eles não podiam nem ter arriscado uma briga que tirasse ambos da pista, nem ver o espanhol fazer 7 pontos a menos. Podiam, sim, ter invertido as posições de maneira menos amadora.

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Luta entre companheiros na classificação

Button 4 x 7 Hamilton
Schumacher 2 x 9 Rosberg
Vettel 6 x 5 Webber
Massa 3 x 8 Alonso
Barrichello 8 x 3 Hulkenberg
Kubica 11 x 0 Petrov
Sutil 9 x 2 Liuzzi
Buemi 9 x 2 Alguersuari
Kovalainen 5 x 6 Trulli
Senna 1 x 0 Yamamoto
De la Rosa 6 x 5 Kobayashi
Glock 10 x 1 Di Grassi
Não fique assim, Schumi. Foi por pouco!

Diferenças hoje

Button x Hamilton: 0.139s

Rosberg x Schumacher: 0.008s

Vettel x Webber: 0.556s

Alonso x Massa: 0.497s

Barrichello x Hulkenberg: 0.230s

Kubica x Petrov: 0.108s

Sutil x Liuzzi*: 2.732s

Alguersuari x Buemi: 0.386s

Trulli x Kovalainen: 0.717s

Senna x Yamamoto: 1.252s

Kobayashi x De la Rosa: 0.466s

Glock x Di Grassi*: –

* Di Grassi (com problema de câmbio) e Liuzzi (que bateu) praticamente não treinaram, portanto o tempo pouco diz.

Alemanha – classificação: Vettel e Alonso em outra liga

E por 2 milésimos a Ferrari não conseguiu chegar a sua 1ª pole em quase 2 anos. Veio-me à cabeça a decisão do campeonato de 1997, quando Schumacher, Villeneuve e Frentzen fizeram o mesmo tempo pela pole. A pista mais curta ajudou, mas é inegável que a Ferrari chegou.

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Alguém acha que ele volta?

Kimi corre o Rali da Finlândia

Um grande piloto, um tipo que faz falta. Onde será que ele estaria agora? Teria a vaga de Button? O campeão teria ficado onde estava e não teríamos Schumacher? Seriaa melhor ter Kimi e não esse Schumi que estamos vendo?

Perguntas difíceis. Mais fácil é apostar. Kimi não volta. Tem andado muito bem no rali, uma categoria completamente diferente, o que só mostra o quanto a F1 perdeu por ser tão fresca.

Os melhores momentos do rádio na F1

10 Raikkonen: “Don’t talk to me in the middle of the corner!”

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Talvez esse seja o momento de maior emoção de Kimi Raikkonen no volante de um F1. Primeiro, a transmissão da sessão de livres do GP da Malásia de 2009 mostra o finlandês perdendo o controle de sua Ferrari, depois recupera-se o rádio: “não fale comigo no meio da curva”, diz o campeão de 2007 para o engenheiro Andrea Stella.

9 Alonso: “I don’t want to know”

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=3oVLOAXFxxE]

Essa foi outra para Stella. GP da Austrália de 2010. São as últimas voltas da prova e Alonso está com os pneus no osso. Atrás dele, Hamilton, com borracha nova, vem tirando a diferença. O engenheiro de pista da Ferrari informa que a distância vem caindo… 3s, 2.5s… até que o espanhol se cansa: “Eu não quero saber!”. Depois da prova, acrescentou: “ele chegaria quando teria que chegar, eu não tinha o que fazer.”

8 Montoya: “Oh dear…”

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Um desentendimento linguístico impagável, que só poderia ter vindo de Montoya. O engenheiro alerta para que ele tenha cuidado com um veado na pista. Um deer, em inglês. O colombiano não entende e responde “oh! Dear”. Logo o engenheiro diz que ele tem que procurar por uma espécie de “cavalo com chifres” na pista e evitar a colisão. Essa foi durante o GP da Áustria de 2001.

7 Schumacher: “Give Corinna a big kiss for me”

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Quem disse que os alemães não têm sentimentos? Schumacher acabara de conquistar seu 1º título com a Ferarri, tirara os italianos de uma fila de 21 anos. Um aliviado Schumi até pede para que dêem um grande beijo em sua esposa por ele.

6 Todt: “Rubens, let Michael pass for the championship”

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Nessa época, Ferrari e McLaren não permitiam que suas comunicações via rádio fossem transmitidas, e aqui temos um claro motivo do porquê. Faltando 1 volta para o final do GP da Áustria de 2001, o então chefe da Scuderia, Jean Todt, pede a Barrichello que deixe Schumacher passar pelo campeonato. Era a ordem para uma das cenas mais tristes da história da categoria. Ainda mais porque era a 6ª corrida de 17 e Schumi liderava a tabela por 42 a 38 sobre Coulthard. No final, o alemão ganharia por 123 a 65 do escocês!

5 Webber: “Not bad for a number 2 driver”

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Essa já entrou para os momentos clássicos do rádio da F1. No último treino livre do GP da Inglaterra de 2010, a asa dianteira estava mal montada e se solta do carro de Vettel. Só há 2 asas novas. A Red Bull decide, então, tirar a asa do carro de Webber e dá-la ao alemão, que faz a pole, mas tem um pneu furado na 1ª volta da corrida. Webber vence e, ao receber a parabenização do próprio chefe que o prejudicou, manda “nada mal para um segundo piloto.”

4 Barrichello: “Don’t make me laugh”

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Guiando uma péssima Honda no GP da Turquia em 2007, Jock Clear, engenheiro de Barrichello, informa que Button, seu companheiro, diz que está tirando 2s por volta, num claro sinal de que o brasileiro deve deixá-lo passar. Rubinho responde: “não me faça rir.”

3 Hamilton: “Fricking terrible idea!”

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Dá para entender a frustração de Hamilton no GP da Austrália de 2010. Ele tinha largado em 11º e escalado até o 3º posto quando foi chamado para o box. A equipe esperava que os outros fizessem o mesmo, mas Kubica e as Ferrari não o seguiram e o inglês caíra para 5º. Pior, via seu companheiro próximo da 1ª vitória na equipe. Além de imaginar por que ele tinha que ter parado e Button, não – ficou claro que seus pneus estavam piores que os do campeão de 2009 – começou a caçar as bruxas. Pelo rádio. “Quem decidiu isso? Foi uma péssima ideia”.

2 Montoya: “Räikkönen, what a ******* idiot”

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Não foi exatamente o cartão de visitas que seu futuro companheiro de equipe esperava. Montoya, ainda na Williams, vinha em volta rápida até que encontrou a McLaren de Raikkonen mais lenta na chicane da bus stop, em Spa-2002. A reação do colombiano foi imediata: “Que idiota esse Raikkonen.”

1 Rob Smedley: “Felipe baby, stay cool”

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Não deve ter sido fácil guiar naquela tempestade da Malásia, em 2009, e dá para entender o desespero de Massa, que não conseguia ver nada e pedia por um visor transparente. Mas o carinho com que seu engenheiro de pista, o inglês Rob Smedley, o tratou fez desse momento o mais clássico das comunicações via rádio na F1. É difícil imaginar outra combinação piloto-engenheiro tendo essa conversa: “Bebê Felipe, fique calmo. Estamos trazendo seu visor.” A história rendeu até uma música, chamada “Felipe Baby”.

Inglaterra – corrida: simplesmente desproporcional

A transmissão da BBC começa de maneira bem familiar aos brasileiros: “em lugar nenhum do mundo se tem uma torcida como essa”, vibram os ingleses com a manutenção da prova em Silverstone. Em meio à decepção com a performance da McLaren, se voltam para a confusão das asas da Red Bull.

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Sobrevivente, de novo

São Paulo, dia 2 de novembro de 2008. Na disputa do título, o inglês Lewis Hamilton e o brasileiro Felipe Massa. Na rabeira, pilotando uma sofrível Honda, o inglês Jenson Button e o brasileiro Rubens Barrichello. Para os especialistas, Button era um azarado, nunca esteve no lugar certo na hora exata, e Rubinho, um aposentado em atividade.

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FIA x Ferrari: round 2

A punição de Fernando Alonso no GP da Inglaterra ainda dá o que falar. Depois do diretor de prova, Charlie Whiting, dizer que avisou três vezes a Ferrari que o espanhol deveria devolver a posição a Kubica por ter tido vantagem sobre o polonês, dando a entender, ou o piloto, ou a equipe, desafiaram a FIA, os italianos responderam por meio da jornal Gazetta dello Sport.

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Inglaterra – classificação: Ingleses resignados com a McLaren

Ondulações à parte, todos estavam felizes em continuar em Silverstone depois de mais de um ano de incerteza. Com arquibancada lotada e uma parte nova, a “verdinha” para Luis Roberto, na Globo, os ingleses só não esperavam ver a McLaren tão atrás. “A F1 volta à casa do automobilismo britânico. A plateia espera uma ótima performance da McLaren, mas as atualizações que eles trouxeram não funcionaram e eles tiveram que voltar à configuração antiga”, o narrador Jonathan Legard começa a transmissão. “O carro deles é muito baixo e isso não deu certo junto do escapamento que joga os gases no difusor”, explica o comentarista Martin Brundle.

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Show de Red Bull covers

Depois da profusão de dutos de ar, cópias da McLaren que estão longe de dar o mesmo resultado que os dos prateados, a nova moda é reproduzir os escapamentos da Red Bull. Ao invés dos gases saírem no local tradicional, são direcionados para a parte de baixo do carro, juntando-se ao ar que passa pelo difusor. Em inglês, ficou conhecido como blown diffuser, algo como difusor soprado, justamente porque é a união da liberação desses gases quentes do escapamento, que atrapalham a aerodinâmica, com o caminho deliberado pelo difusor.

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Europa – corrida: “Bom humor é fundamental”, diz Galvão. Ouviu, Alonso?

Circuito desinteressante, com histórico de corridas pra lá de mornas, os carros mais rápidos largando na frente. Não é à tôa que os ingleses da BBC se esforçavam para motivar a audiência a não trocá-los pela seleção do país, que entraria em campo contra a Alemanha 2h após a largada. “A Ferrari é melhor na corrida que na classificação e Button está fora de posição (em 7º)”, brada o comentarista Martin Brundle. A essa altura, Galvão Bueno, de volta ao comando das narrações na Globo, já tinha se rendido. “Aí está Plácido Domingo e seu terno panamá”, comenta.

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Europa – classificação: Nem com a “aderência da torcida”

À medida que a classificação para o GP da Europa se aproxima, há uma expectativa real de que a Ferrari mude a cara do campeonato. Pelo menos por parte dos ingleses. “Será que os vermelhos vão mexer com a temporada da mesma maneira que Fernando Alonso fez com a popularidade da F1 na Espanha?”, pergunta o narrador da BBC, Jonathan Legard.

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Começa a reação

A Ferrari sabe que está no lucro. Com um carro que oscila entre a terceira e a quinta força do campeonato, dependo do tipo de circuito e pneu, Alonso está a um terceiro lugar do líder Hamilton. Mais real é a posição entre os construtores, a 54 pontos da McLaren. O erro foi depositar tempo e recursos na cópia do duto de ar dos rivais ingleses, que se mostrou pouco eficiente. Pior, desviou o foco das maiores necessidades do carro.

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Europa – classificação: Vexame da Mercedes

Num dia em que a Red Bull voltou à ponta, a principal notícia foi a queda da Mercedes pela 1ª vez no Q2 com ambos os carros, que provavelmente tiveram dificuldades com os pneus moles – fizeram suas voltas mais rápidas com os duros. Com isso, Schumacher foi o pior classificado entre os pilotos que usam motores Mercedes, num dia em que a Force India, acostumada a beliscar até 2 vagas no O3, também ficou pelo caminho.

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Schumi rebate a BBC

Schumacher foi duramente criticado pela turma da BBC após a corrida do Canadá. Martin Brundle chegou a falar que foi seu “pior final de semana do ano”. Eddie Jordan, contra a volta do heptacampeão desde o início da temporada, tinha um certo ar de triunfo.

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Novidades para 2011

Várias questões que estavam atravantancando os projetos de 2011 foram decididas hoje. A FIA escolheu a Pirelli como fornecedora de pneus, anunciou a volta da regra dos 107% – quem se classificar com um tempo 7% acima da pole não pode largar – e introduziu as asas traseiras ajustáveis para dar mais chances de ultrapassagem, além de outras mudanças.

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Pontuação após o Canadá: antiga e atual

Pos Piloto antiga atual
Hamilton 44 109
Button 43 106
Webber 40 103
Alonso 38 94
Vettel 37 90
Kubica 30 73
Rosberg 29 74
Massa 26 67
Schumacher 13 34
10º Sutil 7 23

– A única alteração com a pontuação antiga seria a inversão entre Rosberg e Kubica.

– As McLaren tomam a liderança com um carro bom de circuito de alta e de baixa e uma velocidade de reta impressionante – vide o quão facilmente os 2 pilotos passaram Alonso com duto e tudo.

– O espanhol consegue se colocar a menos de uma vitória de distância de Hamilton com o 3º carro do grid e com a promessa de melhorias para Valência.

– Webber errou na estratégia, mas só chegaria em 4º, então o prejuízo não foi muito grande.

– E Vettel pagando caro pelos abandonos. Há 2 provas, era líder ao lado do companheiro, agora está a 19 pontos de Hamilton.